O jornal O Globo de 24 de agosto publicou matéria de meia página com direito à chamada na primeira página, sob o título " Denúncias que ficam no caminho ".
A reportagem mostra a ineficácia no Brasil do sistema de denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, baseando-se no levantamento feito pela Associação Nacional de Centros de Defesa ( ANCED). Foram analisadas 118 denúncias de abuso sexual e de exploração sexual de crianças e adolescentes, recebidas pelo telefone 100 do governo federal, entre 2005 e 2009 em 15 estados brasileiros. Os resultados são desanimadores: apenas oito denúncias viraram ações penais, sendo que só três já foram julgadas. Esses resultados frustram a expectativa da família vítima e daqueles que vencendo resistências naturais, usaram seu tempo denunciando. Por outro lado, e isto é grave, a falta de resultados incentiva pedófilos, sociopatas e criminosos a continuar com suas atividades, uma vez que nada acontecerá com eles. De nada adianta o governo divulgar o número 100 para denúncias, gratuitas e anônimas para todo o país, de violência contra crianças e adolescentes se depois nada acontece. Não há um sistema integrado? O Estado é responsável e deveria explicar o que está ocorrendo.
Sabe-se que um número telefônico nacional não existia no Brasil até que por forte pressão internacional o Ministério da Justiça do então governo Fernando Henrique, decidiu criar em 1997, em parceria com a ONG Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência ( ABRAPIA ), o primeiro Disque Denúncia em nível nacional. O objetivo era receber, registrar, encaminhar e acompanhar denúncias de todo o país de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. O número 0800990500 , com o apoio da EMBRATUR foi intensamente divulgado em todo o país. Muitas ONGS foram mobilizadas. Muitos treinamentos foram feitos. Nos estados e nos municípios faziam parte de um sistema integrado, ONGS, o Programa Sentinela do governo federal, conselhos tutelares, delegacias e Ministério Público.
Em abril de 2003 o governo decidiu assumir o Disque Denúncia. Surgiu então o tel. 100. Foi decidido não só atender denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes que era o objetivo inicial, específico como deve ser e é na maioria países, mas toda forma de violência contra crianças e adolescentes. Agigantou-se equivocadamente um programa que perdeu a sua especificidade e sua retaguarda de proteção à criança e ao adolescente. Ainda não há conselhos tutelares em todo o país como determina a lei e muitos , se não a maioria, trabalham sem recursos humanos e materiais. O Programa Sentinela deixou de crescer e caiu na obscuridade.
A reportagem de O Globo mostra que a maioria das denúncias ou desapareceram, ou foram arquivadas ou estavam paradas.
É desalentador. As denúncias feitas pela reportagem merecem explicações. A matéria merece ser aprofundada.
Mas nada disso pode desestimular a denúncia, primeiro passo para a proteção de crianças e adolescentes. Corrigidas a falhas o tel. 100 é uma arma indispensável para a defesa dos direitos de vítimas de abuso e exploração sexual e a punição dos agressores.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Como esvaziar as filas nos grandes hospitais
A reportagem " A dor que os números não escondem " publicado em O Globo de 24/8, denuncia a péssima situação da Saúde no Estado do Rio de Janeiro, com as ações governamentais voltadas principalmente para o modelo hospitalocêntrico ao qual foi agregado o atendimento híbrido nas UPAs. Não há prioridade para investimentos na rede de atenção primária à saúde. O Programa de Saúde da Família atinge apenas 32% da população do estado. Ou seja, não há prioridade para a prevenção das doenças, nem para o atendimento em nível primário. Crianças e adolescentes com qualquer patologia simples (a maioria) ou com quadros mais complexos, continuam sendo atendidos no nosso estado, nas salas de emergências dos hospitais e nas unidades de pronto atendimento, que ao contrário do que se propaga, foram criadas há mais de 15 anos, com o objetivo único de " esvaziar rapidamente" as salas de emergências dos grandes hospitais. Hojé têm o mesmo objetivo. A diferença é que hoje as UPAs têm um prédio próprio e são alvo de intensa propaganda política. Na época em que surgiram, ficavam dentro do próprio hospital e ninguém se orgulhava delas, pelo contrário, sua existência era um tanto camuflada. Mas atendiam seu objetivo, o mesmo de hoje : esvaziar as filas nos grandes hospitais do Rio, com um atendimento rápido, impessoal e sem compromisso.
Continua sem explicação a morte de Joanna
Felizmente a mídia continua dando atenção ao caso da morte da menina Joanna, vítima sim, mas de quem ?
No domingo, 22 de agosto, a FolhaSP dedicou uma página inteira ao assunto, destacando as dúvidas que cercam a morte de Joanna.
No domingo, 22 de agosto, a FolhaSP dedicou uma página inteira ao assunto, destacando as dúvidas que cercam a morte de Joanna.
I love USA
É incrível. Apesar da longa espera, que chega a até 2 mêses, o consulado americano em SP é o maior do mundo : em 2009 foram emitidos 270mil vistos !! É o que mostra a reportagem de a FolhaSP de 24/8.
34 milhões no Brasil não têm esgoto
Os dados divulgados pelo IBGE sobre saneamento básico no país são desalentadores. O Brasil ainda tem 34,8 milhões de pessoas que vivem sem coleta de esgoto. Esta realidade interfere diretamente nas taxas de mortalidade no país e em especial na morte de bebês de menos de um ano de idade. E o ministro da Saúde do governo Lula é um sanitarista respeitado !
A Organização Mundial de Saúde calcula que cada um real gasto em saneamento gera uma economia de quatro reais em despesa com a saúde. Mas ao governo não interessa investir em obras essenciais, mas subterrâneas, que não aparecem e não ensejam festas de inauguração.
A Organização Mundial de Saúde calcula que cada um real gasto em saneamento gera uma economia de quatro reais em despesa com a saúde. Mas ao governo não interessa investir em obras essenciais, mas subterrâneas, que não aparecem e não ensejam festas de inauguração.
Hora de dormir
Rosely Sayão escrevendo sobre a hora de dormir das crianças em 24/8 na FolhaSP : " Fazer tudo isso dá trabalho ? Dá, e como dá! Mas quem foi que disse que ter filhos é só curtição ? Ter filhos resulta em uma das tarefas das mais importantes na vida das pessoas, mas das mais árduas também"
sábado, 21 de agosto de 2010
Nem tudo é "Êxito"
Artigo de Rosely Sayão, publicado originalmente em A Folha de São Paulo de 10/08/10.
Há coisas mais importantes no papel dos pais do que acompanhar a vida escolar do filho
ASSISTI a um comercial na televisão muito interessante.
Para falar a verdade, nem me lembro do produto anunciado, porque o desenvolvimento da narrativa me prendeu tanto a atenção que não fixei mais nada.
Na primeira cena do filme, aparece um garoto brincando em um parque. Ele não consegue se equilibrar em um dos brinquedos e a câmera mostra a sua queda. Com a feição expressando dor e susto, o menino é levado pela mãe ao atendimento médico.
A cena seguinte mostra essa mesma mãe em seu ambiente de trabalho com um semblante muito preocupado. Sua colega pergunta qual o motivo de sua preocupação e prontamente ela responde que é o filho.
"O que foi que ele aprontou desta vez?", pergunta a colega que, segundo sugere o comercial, já está acostumada com acontecimentos que envolvem o garoto e perturbam essa mãe. "É a escola. Ele ficou para recuperação de matemática" foi a resposta.
Aí está: os autores dessa peça publicitária conseguiram captar muito bem o que se passa na atualidade com quem tem filhos. Muitos pais estão realmente convencidos de que a coisa mais importante na vida das crianças e dos adolescentes é a vida escolar deles e seu aproveitamento nos estudos.
Decidimos, no mundo contemporâneo, que o preparo dos mais novos para o futuro quase que se resume ao êxito escolar.
Procissões de pais buscam escolas consideradas boas porque seus alunos conseguem entrar em boas faculdades ou notas altas em exames nacionais, como no Enem, por exemplo.
Um número cada vez maior de pais se sente obrigado a acompanhar pari passu os deveres escolares dos seus filhos a serem feitos em casa.
Não faltam pesquisas, depoimentos, campanhas que conclamam os pais a uma participação ativa na vida escolar dos filhos.
Já é hora de refletirmos a esse respeito. E, para isso, vamos começar com uma frase de Natalia Ginsburg extraída de "As pequenas virtudes".
"Estamos aqui (os pais) para reduzir a escola a seus limites humildes e estreitos; nada que possa hipotecar o futuro; uma simples oferta de ferramentas, entre as quais é possível escolher uma para desfrutar amanhã."
Segundo a autora, a importância exagerada que os pais costumam dar ao rendimento escolar do filho é fruto do respeito à pequena virtude do êxito, apenas isso.
Há coisas muito mais importantes no papel de mãe e de pai do que fazer as lições de casa com o filho e acompanhar sua vida escolar. Uma delas é socializar a criança. Crianças precisam aprender com os pais que não vivem sozinhas, e sim em grupo. Isso significa, entre outras coisas, aprender a conviver com os outros de modo respeitoso, a se cuidar para se apresentar bem, a se comunicar de maneira adequada, a se comportar em ambientes diferentes.
Outra tarefa importante dos pais é a de dar educação moral aos filhos. Precisamos reconhecer que, hoje, boa parte das crianças se envergonha de não ter o que os colegas possuem, mas não sentem vergonha de fazer coisas que não podem fazer como furtar pequenos objetos, mentir, agredir e humilhar outras crianças e até adultos. Do mesmo modo, não sentem constrangimento algum em perturbar pessoas que estão ao seu redor.
A formação do caráter dos filhos, a educação moral, o desenvolvimento de virtudes e o preparo para o convívio são aspectos da educação que valerão muito mais para as crianças no futuro do que o êxito escolar.
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?"
Há coisas mais importantes no papel dos pais do que acompanhar a vida escolar do filho
ASSISTI a um comercial na televisão muito interessante.
Para falar a verdade, nem me lembro do produto anunciado, porque o desenvolvimento da narrativa me prendeu tanto a atenção que não fixei mais nada.
Na primeira cena do filme, aparece um garoto brincando em um parque. Ele não consegue se equilibrar em um dos brinquedos e a câmera mostra a sua queda. Com a feição expressando dor e susto, o menino é levado pela mãe ao atendimento médico.
A cena seguinte mostra essa mesma mãe em seu ambiente de trabalho com um semblante muito preocupado. Sua colega pergunta qual o motivo de sua preocupação e prontamente ela responde que é o filho.
"O que foi que ele aprontou desta vez?", pergunta a colega que, segundo sugere o comercial, já está acostumada com acontecimentos que envolvem o garoto e perturbam essa mãe. "É a escola. Ele ficou para recuperação de matemática" foi a resposta.
Aí está: os autores dessa peça publicitária conseguiram captar muito bem o que se passa na atualidade com quem tem filhos. Muitos pais estão realmente convencidos de que a coisa mais importante na vida das crianças e dos adolescentes é a vida escolar deles e seu aproveitamento nos estudos.
Decidimos, no mundo contemporâneo, que o preparo dos mais novos para o futuro quase que se resume ao êxito escolar.
Procissões de pais buscam escolas consideradas boas porque seus alunos conseguem entrar em boas faculdades ou notas altas em exames nacionais, como no Enem, por exemplo.
Um número cada vez maior de pais se sente obrigado a acompanhar pari passu os deveres escolares dos seus filhos a serem feitos em casa.
Não faltam pesquisas, depoimentos, campanhas que conclamam os pais a uma participação ativa na vida escolar dos filhos.
Já é hora de refletirmos a esse respeito. E, para isso, vamos começar com uma frase de Natalia Ginsburg extraída de "As pequenas virtudes".
"Estamos aqui (os pais) para reduzir a escola a seus limites humildes e estreitos; nada que possa hipotecar o futuro; uma simples oferta de ferramentas, entre as quais é possível escolher uma para desfrutar amanhã."
Segundo a autora, a importância exagerada que os pais costumam dar ao rendimento escolar do filho é fruto do respeito à pequena virtude do êxito, apenas isso.
Há coisas muito mais importantes no papel de mãe e de pai do que fazer as lições de casa com o filho e acompanhar sua vida escolar. Uma delas é socializar a criança. Crianças precisam aprender com os pais que não vivem sozinhas, e sim em grupo. Isso significa, entre outras coisas, aprender a conviver com os outros de modo respeitoso, a se cuidar para se apresentar bem, a se comunicar de maneira adequada, a se comportar em ambientes diferentes.
Outra tarefa importante dos pais é a de dar educação moral aos filhos. Precisamos reconhecer que, hoje, boa parte das crianças se envergonha de não ter o que os colegas possuem, mas não sentem vergonha de fazer coisas que não podem fazer como furtar pequenos objetos, mentir, agredir e humilhar outras crianças e até adultos. Do mesmo modo, não sentem constrangimento algum em perturbar pessoas que estão ao seu redor.
A formação do caráter dos filhos, a educação moral, o desenvolvimento de virtudes e o preparo para o convívio são aspectos da educação que valerão muito mais para as crianças no futuro do que o êxito escolar.
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?"
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Infância, eleições e frustrações
É impossível não pensar, não falar ou escrever sobre política nesse momento de eleições. Nós que ao longo de muitos anos nos organizamos em defesa dos direitos da criança à uma infância feliz, que tanto lutamos e tanto sofremos quando vemos crianças e adolescentes abandonados, envolvidas no tráfico de drogas, dependentes do crack, vítimas do abuso sexual e dos maus tratos que muitas vezes levam a graves sequelas ou à morte, nós que as vemos crescendo sem atendimento médico universal, amplo e preventivo, sem a atenção psicológica e pedagógica tantas vezes muito necessárias, que as vemos nascerem de mães que nem pré-natal fizeram e que nem as queriam e crescendo sem carinho, sem afeto, sem limites, que as vemos se desenvolvendo em áreas sem o saneamento básico indispensável, sem programas de médicos de família, sem informação de seus direitos, nós que as muitas vezes as vemos crescendo a assaltar, a matar em vez de brincar, estudar e se preparar para competir por um emprego, para formar uma família, para viver livre, nós que as vemos escolherem a rua como melhor opção ao próprio lar e que sabemos, porque é isso o que acontece, que em breve muitas sairão das ruas, mortas ou presas, nós que sabemos que crianças estão crescendo sem atenção, sem cuidados até para evitar acidentes e sobretudo sem o tempo de seus pais e que a elas também pertence, nós que ajudamos a elaborar o Estatuto da Criança e do Adolescente nos idos de 1988 e que hoje o vemos sendo esquecido, criticado e sequer sem ser cumprido por aqueles que detêm o poder, nos artigos mais básicos, que vemos que nem os Conselhos Tutelares, espaços fundamentais, previstos por lei para a proteção de crianças e adolescentes são prestigiados pelos governos, nós que sabemos de tudo isso, nos revoltamos e com a voz um tanto embargada perguntamos: após quase 8 anos de governo Lula (e dos 4 anos da maioria dos governos estaduais), que legado importante, básico, estruturante deixou para o seu sucessor, na área da infância e adolescência? Não falamos aqui de ações e inaugurações de efeitos fugazes.
E nós que sabemos de tudo isso, não sem esperanças, mas desconfiados, calejados, indagamos: será que daqui a 4 ou 8 anos escreveremos mais uma vez decepcionados o mesmo artigo de hoje?
E nós que sabemos de tudo isso, não sem esperanças, mas desconfiados, calejados, indagamos: será que daqui a 4 ou 8 anos escreveremos mais uma vez decepcionados o mesmo artigo de hoje?
Lauro Monteiro
Editor
De que morreu Joanna, a vítima?
Joanna de 5 anos, ao que tudo indica era uma criança saudável. Foi vítima sim, durante sua curta vida, da beligerância dos seus pais que fizeram dela um simples peão em um jogo de xadrez maldoso e inconsequente. Aliás um jogo praticado por muitos pais que se separam mas continuam a lutar entre si como se casados fossem. Nessas situações a vaidade, o egoismo, a inveja, a inconsequência, a infantilidade de um ou dos dois pais, podem levar crianças a um sofrimento extremo com graves consequências para seu desenvolvimento social, psicológico e até físico. Na realidade pode-se afirmar que esses casamentos não acabam com a separação.Às vezes o pai ou a mãe por razões mesquinhas, por vingança, por problemas psicológicos não tratados, procuram destruir a imagem do outro para a criança. Isso pode ir a níveis extremos o que caracteriza a síndrome de alienação parental, hoje bastante comentada e divulgada pela mídia e até em um muito bem feito longa metragem. Geralmente é o pai que reclama na Justiça que está sendo vítima da ex mulher que não só o impede de manter relacionamento com os filhos do casal, como destrói a sua imagem. Muitas vezes o pai que reclama, não cumpre as determinações judiciais, quanto à regularidade das visitações e da pensão alimentícia. De toda forma a briga continua,forçando a Justiça às vezes a tomar decisões equivocadas. Parece que é o que ocorreu nesse caso. O pai de Joanna já havia sido acusado de maus tratos. Mas mesmo assim conseguiu ganhar a guarda da criança que esteve sempre com a mãe. Será que a decisão atendeu ao interesse maior da criança?
Joanna foi internada há cerca de 35 dias atrás com marcas de queimaduras na nádega e no tórax. Analisando apenas as fotos divulgadas na imprensa pode-se dizer que as lesões dificilmente não foram provocadas.Durante toda a internação apresentou crises convulsivas resistentes e permaneceu em coma até a sua morte.
Joanna vinha sofrendo violência física? As queimaduras seriam uma evidência? A pediatra que sempre acompanhou Joanna afirma que ela era uma criança saudável e que nunca teve crises convulsivas.
De que morreu Joanna? Uma coisa parece certa: ela foi vítima. De quem? De que?
Joanna foi internada há cerca de 35 dias atrás com marcas de queimaduras na nádega e no tórax. Analisando apenas as fotos divulgadas na imprensa pode-se dizer que as lesões dificilmente não foram provocadas.Durante toda a internação apresentou crises convulsivas resistentes e permaneceu em coma até a sua morte.
Joanna vinha sofrendo violência física? As queimaduras seriam uma evidência? A pediatra que sempre acompanhou Joanna afirma que ela era uma criança saudável e que nunca teve crises convulsivas.
De que morreu Joanna? Uma coisa parece certa: ela foi vítima. De quem? De que?
Tem fogo? Então cospe dragão.
Realmente o José Simão da FolhaSP é muito engraçado e criativo. Um cara chega perto da Dilma com um cigarrinho: "Tem fogo?" "Tenho sim " "Então cospe dragão"
Abuso sexual de crianças em aulas de natação
No Brasil tornou-se emblemático o caso da consagrada nadadora Joanna Maranhão que após 12 anos conseguiu derrubar o muro do silêncio e denunciar o abuso sexual praticado pelo seu treinador em clube de elite em Recife. Nos EUA tem sido tão frequente o abuso sexual de crianças e adolescentes por treinadores de natação que a poderosa federação americana de natação com mais de 300 mil membros, decidiu tomar medidas enérgicas para prevenir a continuidade dessas situações de abuso sexual.
É necessário que também aqui no Brasil os pais que levam ou mandam seus filhos para aulas de natação lembrarem que não são raros os casos de pedófilos atuando em aulas de natação ou de futebol.Fiquem atentos.
É necessário que também aqui no Brasil os pais que levam ou mandam seus filhos para aulas de natação lembrarem que não são raros os casos de pedófilos atuando em aulas de natação ou de futebol.Fiquem atentos.
Congelar ou não o cordão umbelical de seu filho?
Um casal grávido perguntou-me no consultório nesta semana se eles deveriam congelar o cordão umbelical do filho a nascer para futuras utilizações terapêuticas de células-tronco embrionárias. Custaria R$4000,00 iniciais e cerca de R$ 200,00 por mês para a manutenção do congelamento. Não é uma pergunta frequente. Mas o fato é que do ponto de vista jurídico já transitou em julgado o processo que libera no Brasil o uso de células-tronco embrionárias.
Cotas raciais na USP e UFRJ
A USP e a UFRJ não aceitaram a tese de subordinar o mérito acadêmico à cor da pele. Nas duas universidades não haverá cotas raciais. O bom senso prevaleceu.
Na disputa pelo terceiro mandato
O jornal O Estado de SP colocou hoje um título muito bom ( apesar de óbvio ) em seu editorial sobre as eleições presidenciais. É a realidade. Lula disputa hoje, de forma astuta mas democrática, seu terceiro mandato, para iniciar em seguida a sua campanha para o quarto mandato em 2014. Afinal ele quer ser o presidente da Olimpíada.
A França expulsa ciganos
O presidente Nicolas Sarkozy começou a expulsar hoje ciganos para a Romenia e a Bulgária. Há na França hoje 15 mil ciganos e na Europa 12 milhões. A medida é popularista e visa melhorar a imagem de Sarkozy nas pesquisas. Está sendo repudiada como xenófoba.
Ciganos foram vítimas do nazismo, do fascismo e agora de Silvio Berlusconi e de Sarkozy.
Ciganos foram vítimas do nazismo, do fascismo e agora de Silvio Berlusconi e de Sarkozy.
Axterix comeria hambúrguer?
O Mc Donald's invade a França cada vez mais. Agora usando imagens de Axterix, quase um ídolo nacional, comendo hambúrgues e batatas fritas. Os americanos alimentando com sua "culinária" o sentimento antiamericano.
Desespero de crianças no Paquistão
São impressionantes as fotos do desespero de crianças vítimas das inundações que atingiram um quinto do Paquistão. Certamente serão fotos concorrentes a prêmios nos próximos concursos internacionais. O olhar das crianças com os braços levantados buscando um mísero pacote de alimentos ou um pouco de água é constrangedor. Segundo o UNICEF 3,5 milhões de crianças correm risco de infecções intestinais após as enchentes.
domingo, 15 de agosto de 2010
Para refletir
O que nos leva a pensar que eles querem mudar, querem aprender com os erros e fazer o melhor ?
A importância de socializar seu filho
"Há coisas muito mais importantes no papel de mão e de pai do que fazer as lições de casa com o filho e acompanhar sua vida escolar. Uma delas é socializar a criança."
"A formação do caráter dos filhos, a educação moral, o desenvolvimento de virtudes, o preparo para o convívio são as partes da educação que valerão muito mais para as crianças no futuro do que o êxito escolar"
Estes são trechos de mais um bom artigao da psicóloga Roselty Sayãoem a FolhaSP de 10/8
"A formação do caráter dos filhos, a educação moral, o desenvolvimento de virtudes, o preparo para o convívio são as partes da educação que valerão muito mais para as crianças no futuro do que o êxito escolar"
Estes são trechos de mais um bom artigao da psicóloga Roselty Sayãoem a FolhaSP de 10/8
Não quero meu filho
Mais um recém nascido é abandonado nas ruas desta vez dentro de um saco plástico, em um lixão de Niterói. É mais um atestado de graves omissões dos governos e da carência de informações do Juizado da Infância e da Juventude. É necessário entender que há mães que não querem seus filhos recém nascidos. Não queriam nem engravidar. Deveriam ter acesso a programas de planejamento familiar, aos métodos contraceptivos e à informação de que as portas dos Juizados estão abertas para recebê-las e a seu bebê.
O bebê acima mesmo socorrido, morreu.
O bebê acima mesmo socorrido, morreu.
Como matar 40 000 crianças em 15 segundos
Arnaldo Jabor em sua coluna de O Globo recorda que entre 6 e 9 de agosto de 1945 há 65 anos atrás os americanos destruíram Hiroshima e Nagasaki matando em segundos 140 mil pessoas sendo 40 mil crianças. A guerra com a Alemanha já terminara em maio. O Japão estava rendido. Mas Truman precisava testar a bomba atômica que só os EUA possuía e mostrar a Stalin a capacidade de destruição dos americanos. O piloto que levou a bomba atômica deu o nome ao seu avião de Enola Gay, sua mãe.
Será que essas datas serão festejadas nos EUA?
Será que essas datas serão festejadas nos EUA?
Antiamericanismo
O nazifascismo, segundo o noticiário recente está em plena ascensão nos EUA. O foco maior são os imigrantes e os negros.
Os EUA preparam-se para deixar o Iraque após a devastação que causaram em busca de armas que não existiam.Vão se manter no Afganistão e ameaçam invadir o Irã.
Os EUA exportam a cultura da violência tanto quanto os hábitos alimentares que tornam obesas e propensas a doenças cardiovasculares crianças de todo o mundo.
Será que ser antiamericanista é generalizar a questão ?
Como é possível que apezar de tudo isso existam filas enormes diante do consulado americano do Rio para obter um visto ?
Os EUA preparam-se para deixar o Iraque após a devastação que causaram em busca de armas que não existiam.Vão se manter no Afganistão e ameaçam invadir o Irã.
Os EUA exportam a cultura da violência tanto quanto os hábitos alimentares que tornam obesas e propensas a doenças cardiovasculares crianças de todo o mundo.
Será que ser antiamericanista é generalizar a questão ?
Como é possível que apezar de tudo isso existam filas enormes diante do consulado americano do Rio para obter um visto ?
Voto no uni ,duni,tê
Péssimas notícias no final de semana. Em nível nacional a candidata de continuação do Lula está à frente e em nível regional Sergio Cabral é capaz de decidir sua reeleição no primeiro turno. Será que ninguém compara currículos antes de decidir o voto? O que há com o povo ? E afinal que é o povo ? Dizem que Lula fará seu sucessor por causa do bolsa família e outras benesses imediatistas e eleitoreiras.É o que o povo quer, dizem. Mas será que ninguém questiona o fato de após 8 anos de governo não termos estradas, transporte público, saúde preventiva e de qualidade para todos, educação em nível competitivo ao menos com nossos vizinhos latino americanos, apenas para citar alguns exemplos ? Mas o povo não vê nada disso, dizem.Mas quem é o povo,afinal ? Hoje vejo na primeira página da FolhaSP a chamada para un artigo em que atriz Fernanda Torres, escreve que tem vontade de escolher seu voto no uni,duni,tê. É incrível a falta de condições da população, excluido o segmento povo que votaria apenas por trocas imediatas e pessoais, de refletir, analisar e votar bem. A classe artística merecia melhor representante que a infantil Fernando Torres.
Abuso sexual em van escolar
Um pastor foi preso no Rio suspeito de abuso sexual contra crianças. Ele é motorista de van escolar há 15 anos. Não seria a primeira vez que um motorista de uma condução que tranporta crianças pratica abuso sexual durante o trajeto casa-escola-casa.Que os pais fiquem atentos a essa possibilidade.
Há muitos anos atrás recordo-me de uma mãe que contou-me que sua filha falou que o motorita havia mexido nela. Examinei a menina e nada havia de anormal. Mas ela pode ter sido manipulada. O abuso sexual de crianças só deixa marcas físicas evidentes em cerca de 15% dos casos.
Há muitos anos atrás recordo-me de uma mãe que contou-me que sua filha falou que o motorita havia mexido nela. Examinei a menina e nada havia de anormal. Mas ela pode ter sido manipulada. O abuso sexual de crianças só deixa marcas físicas evidentes em cerca de 15% dos casos.
Joanna morreu
A menina de 5 anos morreu após 25 dias em coma em uma clínica na zona sul do Rio de Janeiro. Ao ser internada apresentava evidências físicas de maus tratos, inclusive uma queimadura. O coma é ainda inexplicável. Os pais separados disputavam na Justiça a guarda da criança. A mãe acusa o pai de maus tratos. Joanna foi atendida em crise no Hospital Rio Mar no Rio por um falso médico contratado por uma médica irresposável. Teve alta. O fato hoje é que Joanna está morta, talvez vítima de maus tratos intrafamiliares e de negligência médica.
Isso não pode ficar assim.
Isso não pode ficar assim.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Ter filhos
"Homens e mulheres acham que é possível ter filhos e ainda manter a mesma vida que tinham antes. Não é. Ter filhos exige algumas renúncias, mesmo que essas sejam temporárias." O trecho é do excelente artigo da psicóloga Rosely Sayão divulgada com o título "Esqueceram de mim", na Folha São Paulo de 3 de agosto de 2010.
Não dá para ficar calado.
Leia o artigo.
Esqueceram de mim
Homens e mulheres acham que é possível ter filhos e manter a mesma vida que tinham antes. Não é.
A MÃE de um garoto com menos de dois anos precisava ou queria ir às compras. Ela não teve dúvidas: estacionou o carro, trancou-o e deixou o filho lá dentro, dormindo em sua cadeirinha.
"Que mãe desnaturada", certamente muitos pensaram ou disseram. Será?
Esse fato foi apenas mais um do gênero que irá engrossar as estatísticas do fenômeno mundial de esquecimento de crianças no carro.
Por sorte e por intervenção de transeuntes, no caso específico citado acima, a tragédia que costuma acontecer nessas situações não ocorreu.
Muitas crianças, de todas as classes sociais, têm sido abandonadas e/ou esquecidas diariamente. Algumas, inclusive, são esquecidas pelos adultos responsáveis por elas na presença destes.
Na escola, muitas crianças ficam à espera dos pais por mais de uma hora depois de terminado o horário regular.
E a instituição escolar, muito solícita com os pais, permanece de portas abertas -às vezes até o início da noite, disponibilizando seu pessoal para ficar com as crianças até que alguém apareça para buscá-las.
Algumas escolas acreditam que prestam um tipo de serviço especial aos pais e se permitem, inclusive, cobrar por essas horas extras.
Em casa, muitas crianças ficam abandonadas em frente à televisão ou no jogo de videogame. Aliás, não é pequeno o número de pais que fazem de tudo para que seus filhos permaneçam entretidos com esses aparatos e, dessa maneira, não solicitem de nenhum modo sua presença e intervenção.
Mas há, também, o oposto disso: pais que querem fazer algum programa e, para tanto, carregam junto seus rebentos.
Hoje é comum encontrarmos mães e pais com seus pequenos bebês em shoppings, por exemplo. Ou, então, testemunharmos pais com seus filhos menores jantando às altas horas da madrugada em restaurantes ou em bares de petiscos.
Esses fatos me lembram a pergunta que a mãe de um bebê me fez, pouco tempo atrás. Profissional dedicada e com carreira em desenvolvimento, ela ocupava um alto cargo em uma empresa e um de seus compromissos profissionais era viajar com muita frequência, o que fazia com muito gosto.
Após ter seu filho cuidadosamente planejado e retomar o trabalho, essa profissional deu-se conta de que não poderia mais fazer viagens com tanta frequência e de longa duração. "O que vou colocar no lugar do que perdi, como viver de agora em diante?", perguntou ela.
A questão dessa mulher é um retrato instantâneo e em branco e preto da maternidade e da paternidade nos dias atuais.
Os valores de nossa cultura levam homens e mulheres a acreditar que é possível ter filhos e ainda manter a mesma vida que tinham antes de tê-los. Não é.
Ter filhos exige algumas renúncias, mesmo que essas sejam temporárias. Não dá para ter e fazer "tudo ao mesmo tempo agora".
Por sinal, é bom lembrar que essa é uma máxima da juventude e, quando se tem filhos, a juventude deve ceder espaço à maturidade, independentemente da idade cronológica da pessoa. Esse amadurecimento tem sido uma raridade nos dias atuais.
Nem sempre os adultos que decidem ter filhos se dão conta da complexidade dessa decisão, já que alguns dos valores importantes da atualidade apontam para a manutenção da juventude a qualquer custo e para a busca quase desesperada da felicidade.
Filhos não podem ser descartados, e muitos têm sido. Ter filhos leva a pessoa a ter de renunciar, ceder, abdicar. Afinal, não foram as crianças que pediram para nascer, não é verdade?
ROSELY SAYÃO
Psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
Não dá para ficar calado.
Leia o artigo.
Esqueceram de mim
Homens e mulheres acham que é possível ter filhos e manter a mesma vida que tinham antes. Não é.
A MÃE de um garoto com menos de dois anos precisava ou queria ir às compras. Ela não teve dúvidas: estacionou o carro, trancou-o e deixou o filho lá dentro, dormindo em sua cadeirinha.
"Que mãe desnaturada", certamente muitos pensaram ou disseram. Será?
Esse fato foi apenas mais um do gênero que irá engrossar as estatísticas do fenômeno mundial de esquecimento de crianças no carro.
Por sorte e por intervenção de transeuntes, no caso específico citado acima, a tragédia que costuma acontecer nessas situações não ocorreu.
Muitas crianças, de todas as classes sociais, têm sido abandonadas e/ou esquecidas diariamente. Algumas, inclusive, são esquecidas pelos adultos responsáveis por elas na presença destes.
Na escola, muitas crianças ficam à espera dos pais por mais de uma hora depois de terminado o horário regular.
E a instituição escolar, muito solícita com os pais, permanece de portas abertas -às vezes até o início da noite, disponibilizando seu pessoal para ficar com as crianças até que alguém apareça para buscá-las.
Algumas escolas acreditam que prestam um tipo de serviço especial aos pais e se permitem, inclusive, cobrar por essas horas extras.
Em casa, muitas crianças ficam abandonadas em frente à televisão ou no jogo de videogame. Aliás, não é pequeno o número de pais que fazem de tudo para que seus filhos permaneçam entretidos com esses aparatos e, dessa maneira, não solicitem de nenhum modo sua presença e intervenção.
Mas há, também, o oposto disso: pais que querem fazer algum programa e, para tanto, carregam junto seus rebentos.
Hoje é comum encontrarmos mães e pais com seus pequenos bebês em shoppings, por exemplo. Ou, então, testemunharmos pais com seus filhos menores jantando às altas horas da madrugada em restaurantes ou em bares de petiscos.
Esses fatos me lembram a pergunta que a mãe de um bebê me fez, pouco tempo atrás. Profissional dedicada e com carreira em desenvolvimento, ela ocupava um alto cargo em uma empresa e um de seus compromissos profissionais era viajar com muita frequência, o que fazia com muito gosto.
Após ter seu filho cuidadosamente planejado e retomar o trabalho, essa profissional deu-se conta de que não poderia mais fazer viagens com tanta frequência e de longa duração. "O que vou colocar no lugar do que perdi, como viver de agora em diante?", perguntou ela.
A questão dessa mulher é um retrato instantâneo e em branco e preto da maternidade e da paternidade nos dias atuais.
Os valores de nossa cultura levam homens e mulheres a acreditar que é possível ter filhos e ainda manter a mesma vida que tinham antes de tê-los. Não é.
Ter filhos exige algumas renúncias, mesmo que essas sejam temporárias. Não dá para ter e fazer "tudo ao mesmo tempo agora".
Por sinal, é bom lembrar que essa é uma máxima da juventude e, quando se tem filhos, a juventude deve ceder espaço à maturidade, independentemente da idade cronológica da pessoa. Esse amadurecimento tem sido uma raridade nos dias atuais.
Nem sempre os adultos que decidem ter filhos se dão conta da complexidade dessa decisão, já que alguns dos valores importantes da atualidade apontam para a manutenção da juventude a qualquer custo e para a busca quase desesperada da felicidade.
Filhos não podem ser descartados, e muitos têm sido. Ter filhos leva a pessoa a ter de renunciar, ceder, abdicar. Afinal, não foram as crianças que pediram para nascer, não é verdade?
ROSELY SAYÃO
Psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
Filme Imperdível
Ainda há tempo para ver o filme "Flor do Deserto", uma produção de 2009 da Alemanha, Áustria e Reino Unido. A protagonista foi vítima com 5 anos de idade na Somália, país onde nasceu, de práticas tradicionais, ritualísticas, de grande selvageria. O ritual que ainda ocorre hoje com milhares de crianças diariamente, implica na excisão do clitóris (clitoridectomia) e dos lábios vaginais da criança seguindo-se uma cerclagem da entrada vaginal por métodos rudimentares. Muitas crianças morrem de hemorragia ou de infecção.
Nossa heroína conseguiu aos 12 anos fugir da sua aldeia, atravessar o deserto e alcançar a capital Mogadício. De lá foi para a Inglaterra como serviçal doméstica. Por fim, em Londres, tornou-se uma modelo de renome.
A história é verdadeira. Hoje ela trabalha junto a ONU combatendo em todo o mundo a prática selvagem de que foi vítima e sobrevivente. Na prática um belo exemplo de resiliência. Em tempo: o filme é muito bem feito, com ótimo roteiro e excelente interpretação.
Não dá para ficar calado.
Nossa heroína conseguiu aos 12 anos fugir da sua aldeia, atravessar o deserto e alcançar a capital Mogadício. De lá foi para a Inglaterra como serviçal doméstica. Por fim, em Londres, tornou-se uma modelo de renome.
A história é verdadeira. Hoje ela trabalha junto a ONU combatendo em todo o mundo a prática selvagem de que foi vítima e sobrevivente. Na prática um belo exemplo de resiliência. Em tempo: o filme é muito bem feito, com ótimo roteiro e excelente interpretação.
Não dá para ficar calado.
Mortalidade infantil em discussão nos jornais
A mortalidade infantil , ou seja o número de crianças que morrem antes de completarem 1 ano de idade , entre as nascidas vivas ,vem caindo gradativamente e de forma sustentada no Brasil ao longo dos últimos 40 ou mais anos. Isso se deve sobretudo às ações preventivas através das vacinas, das campanhas do soro oral , do combate às infecções respiratórias e nem tanto ao saneamento básico. Essas medidas levaram à redução do número de crianças que morrem entre 1 mês e 1 ano. Antes de 1 mês de vida a redução tem sido muito mais lenta por fatores diversos, alguns comuns a todos os países e outros bem nossos como a falta de um pré-natal de qualidade universalizado e a insuficiência de atendimento neonatal nas maternidades do pais. Estamos indo bem mas poderíamos estar muito melhor se os governos garantissem adequado saneamento básico para todos, programas de médicos de família em todo o país e uma acentuada melhora no pré-natal em número de consultas e em qualidade.
Não dá para ficar calado.
Não dá para ficar calado.
Abandono de recém nascidos
A questão foi abordada em O Globo de domingo último. Na matéria expressei minha opinião a respeito afirmando que o abandono de uma criança em situação de risco nas ruas é um sinal de falha do Estado. Falha por não ter não ter proporcionado um fácil acesso a programas de planejamento familiar e falhas por não divulgar amplamente que as mães que não querem seus filhos recém nascidos não devem largá-los nas ruas mas podem e devem procurar os juizados da infância e da juventude. A todas as mães deveria ser garantido o parto anônimo.
Recebemos no Observatório um grande número de e-mails de mulheres grávida que afirmam que não vão querer seus filho e pedem para alguém garantir a adoção quando o bebê nascer. Por outro lado inúmeros são os e-mails de pessoas que querem adotar crianças e não conseguem. Algo está muito errado.
Leia mais sobre o assunto:
- Doação de bebê
- Adoção é para sempre. Dá para escolher mas não dá para devolver.
Não dá para ficar calado.
Recebemos no Observatório um grande número de e-mails de mulheres grávida que afirmam que não vão querer seus filho e pedem para alguém garantir a adoção quando o bebê nascer. Por outro lado inúmeros são os e-mails de pessoas que querem adotar crianças e não conseguem. Algo está muito errado.
Leia mais sobre o assunto:
- Doação de bebê
- Adoção é para sempre. Dá para escolher mas não dá para devolver.
Não dá para ficar calado.
Pedofilia aos 10 anos
É bem conhecido o caso de dois meninos ingleses que em 1993 quando tinham 10 anos torturaram, abusaram sexualmente e mataram um garoto de 2 anos. Condenados foram presos até completarem 18 anos. Um deles, Jon Venable, foi novamente condenado por atos de pedofilia.
Pergunta para um psiquiatra: com a idade de 10 anos já seria ele um pedófilo e talvez, se tivesse sido tratado, poderia não continuar sua trajetória de abuso sexual de crianças?
Não dá para ficar calado.
Pergunta para um psiquiatra: com a idade de 10 anos já seria ele um pedófilo e talvez, se tivesse sido tratado, poderia não continuar sua trajetória de abuso sexual de crianças?
Não dá para ficar calado.
A loucura americana
Finalmente anunciado que os EUA retirarão as suas forças de combate no Iraque em 1 mês. A retirada total está prevista para 2011. Essa guerra americana custou aos EUA US$ 1 trilhão. Você já pensou o que o mundo poderia ter feito com essa importância em beneficio de todos? Lá no Iraque morreram 4.400 soldados americanos, número muito maior que as vítimas do "september eleven" usado como desculpa para a invasão do Iraque.
Quantos civis morreram nessa guerra estúpida? Cerca de 100 mil. E para que e por que? Porque Bush presidente de todos os americanos assim determinou.
Mas os EUA continuam matando (muito) e morrendo (pouco) na guerra perdida do Afeganistão.
E agora foi anunciado que os EUA têm plano pronto para atacar o Irã!
Enquanto isso, lá entre eles mesmos, grupos nazi fascistas armados de metralhadoras patrulham a fronteira do Arizona com o México para caçar narcotraficantes e imigrantes ilegais.
O mais incrível é que apesar disso continuam as filas enormes na porta do consulado americano no Rio de Janeiro de pessoas que querem ir para os EUA.
Não dá para ficar calado.
Quantos civis morreram nessa guerra estúpida? Cerca de 100 mil. E para que e por que? Porque Bush presidente de todos os americanos assim determinou.
Mas os EUA continuam matando (muito) e morrendo (pouco) na guerra perdida do Afeganistão.
E agora foi anunciado que os EUA têm plano pronto para atacar o Irã!
Enquanto isso, lá entre eles mesmos, grupos nazi fascistas armados de metralhadoras patrulham a fronteira do Arizona com o México para caçar narcotraficantes e imigrantes ilegais.
O mais incrível é que apesar disso continuam as filas enormes na porta do consulado americano no Rio de Janeiro de pessoas que querem ir para os EUA.
Não dá para ficar calado.
Questões de e para os professores
Abaixo relaciono alguns questionamentos de professores em palestra que fiz recentemente.
O senhor diz que o professor não faz bullying. Faz sim. Quando eu era criança usava o cabelo comprimido e até hoje me lembro que a professora me chamava publicamente de "Madalena Arrependida".
O professor que presencia bullying em sala de aula e não toma providências está sujeito a ação civil ou penal?
Quem é o agressor? Uma criança com baixa auto estima? O sem limites? Ou o mal amado pelos pais? Ele é o agredido que agride?
Muitas foram as perguntas feitas pelos professores nessa palestra. Essas são apenas algumas selecionadas.
Não dá para ficar calado.
O senhor diz que o professor não faz bullying. Faz sim. Quando eu era criança usava o cabelo comprimido e até hoje me lembro que a professora me chamava publicamente de "Madalena Arrependida".
O professor que presencia bullying em sala de aula e não toma providências está sujeito a ação civil ou penal?
Quem é o agressor? Uma criança com baixa auto estima? O sem limites? Ou o mal amado pelos pais? Ele é o agredido que agride?
Muitas foram as perguntas feitas pelos professores nessa palestra. Essas são apenas algumas selecionadas.
Não dá para ficar calado.
O bullying pegou
Muitos jornalistas têm me dito que o bullying está na moda. Realmente toda a mídia tem demonstrado um enorme interesse pelo tema. Na TV além de entrevistas temos uma campanha do Serginho Groisman no "Altas horas". As rádios têm promovido debates e os jornais publicam artigos. Livros sobre bullying atingiram os primeiros lugares nas listas dos mais vendidos. Eu pessoalmente tenho feito palestras e dado entrevistas.
É necessário que a população seja informada sobre essa situação, que não é nova , mas que ganha reconhecimento hoje em razão dos grandes malefícios que causa , principalmente às vítimas do bullying.
Sinto que há necessidade de um maior esforço por parte das diretorias para prevenir e combater o bullying nas suas escolas.
Parece que hoje estamos vivendo um momento de uma grande campanha da população com o apoio da mídia para que todas as crianças tenham atendido o seu direito de ser feliz na escola.
E isso tudo é muito bom.
Não dá para ficar calado.
É necessário que a população seja informada sobre essa situação, que não é nova , mas que ganha reconhecimento hoje em razão dos grandes malefícios que causa , principalmente às vítimas do bullying.
Sinto que há necessidade de um maior esforço por parte das diretorias para prevenir e combater o bullying nas suas escolas.
Parece que hoje estamos vivendo um momento de uma grande campanha da população com o apoio da mídia para que todas as crianças tenham atendido o seu direito de ser feliz na escola.
E isso tudo é muito bom.
Não dá para ficar calado.
Tapinha dói
Excelente o artigo da psicóloga Rosely Sayão publicada com o título acima na Folha de São Paulo de 27 de julho. Não há como defender o uso de castigos físicos em nome de uma boa educação.
No nosso site também publicamos artigo sobre o tema: A palmada pedagógica e a cultura da violência.
Não dá para ficar calado.
Leia abaixo, na íntegra, o artigo de Rosely Sayão.
Tapinha dói
Educar é introduzir a criança ao mundo do convívio civilizado. Bater, portanto, não faz o menor sentido.
MUITAS mães pensam que um tapinha dado no filho, com amor e boa intenção, não dói. Dói sim, e como dói! E não apenas no corpo. Claro, este padece nessa hora, mas a criança fica principalmente magoada com aquele adulto de quem espera proteção, amor e cuidado, e não agressão. Resultado: o vínculo de confiança que deveria haver entre eles pode ser afetado, prejudicado.
Por que ainda se bate em criança? Há quem acredite que o ironicamente chamado "tapa pedagógico" tenha efeito educativo. Não tem, e isso pode ser constatado no próprio convívio com crianças que levam castigos físicos quando cometem alguma transgressão. Crianças de todas as classes sociais, desde bem pequenas, apanham porque não conseguem ainda se controlar e fazem o que os adultos esperam que já saibam que não poderiam ou deveriam fazer. Mas voltam a cometer a mesma falta. E apanham novamente. Precisariam de mais castigo, ou de castigos mais severos? Elas precisam é de adultos que as ajudem e as socorram quando se entregam a seus impulsos e caprichos, isso sim. Acontece que, hoje, os adultos estão tão ocupados consigo mesmos que têm dificuldade em ter esse trabalho com as crianças: esperam que elas acatem as regras de primeira. Esquecemos o que é ser criança.
Sempre é bom lembrar que educar uma criança é socializá-la, ou seja, introduzi-la no mundo do convívio civilizado. Bater em uma criança para ensinar a ela que é preciso saber esperar, mostrar respeito ao outro, relacionar-se com boas maneiras e aceitar alguns impedimentos na vida não faz o menor sentido, portanto. É contraditório. Sabemos muito bem que alguns pais batem em seus filhos simplesmente porque se descontrolam, porque perdem ou percebem que não têm a autoridade moral sobre a criança para educá-la. Mas aí o problema é só do adulto. A criança, o elo mais fraco dessa relação, não deveria ser o alvo desse descontrole.
Isso posto, não há como defender o uso de castigos físicos em nome de uma boa educação. É possível, quando necessário, aplicar sanções à criança ou ao jovem que não são humilhantes ou violentas, tanto sob o aspecto físico quanto moral.
Hoje, a sociedade brasileira discute um projeto de lei contra castigos físicos aplicados em crianças ou adolescentes. Dá para entender o espírito dessa lei, tanto quanto o do Estatuto da Criança e do Adolescente: proteger as gerações mais novas.
A parte difícil nessa história é reconhecer que vivemos num mundo e num país em que precisamos de leis para que os adultos cuidem bem das crianças e dos adolescentes, não é verdade? Tanto que o próprio estatuto já é execrado por muita gente, inclusive e principalmente por pessoas que trabalham com crianças.
É verdade que a infância e a adolescência vivem, na atualidade, envoltas em práticas violentas. Sofrem violência e a praticam também. Por isso, temos um importante compromisso com os mais novos. Mas não temos levado muito a sério essa responsabilidade já que, cada vez mais, procuramos e aceitamos a intervenção do Estado para legislar a vida privada.
Cuidar bem de nossas crianças significa educá-las com autoridade firme e doçura, amar a vida, ter apreço pela liberdade e defender a autonomia. Mas isso tem um custo, é claro, com o qual parece que não queremos arcar.
ROSELY SAYÃO
Psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha) blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
No nosso site também publicamos artigo sobre o tema: A palmada pedagógica e a cultura da violência.
Não dá para ficar calado.
Leia abaixo, na íntegra, o artigo de Rosely Sayão.
Tapinha dói
Educar é introduzir a criança ao mundo do convívio civilizado. Bater, portanto, não faz o menor sentido.
MUITAS mães pensam que um tapinha dado no filho, com amor e boa intenção, não dói. Dói sim, e como dói! E não apenas no corpo. Claro, este padece nessa hora, mas a criança fica principalmente magoada com aquele adulto de quem espera proteção, amor e cuidado, e não agressão. Resultado: o vínculo de confiança que deveria haver entre eles pode ser afetado, prejudicado.
Por que ainda se bate em criança? Há quem acredite que o ironicamente chamado "tapa pedagógico" tenha efeito educativo. Não tem, e isso pode ser constatado no próprio convívio com crianças que levam castigos físicos quando cometem alguma transgressão. Crianças de todas as classes sociais, desde bem pequenas, apanham porque não conseguem ainda se controlar e fazem o que os adultos esperam que já saibam que não poderiam ou deveriam fazer. Mas voltam a cometer a mesma falta. E apanham novamente. Precisariam de mais castigo, ou de castigos mais severos? Elas precisam é de adultos que as ajudem e as socorram quando se entregam a seus impulsos e caprichos, isso sim. Acontece que, hoje, os adultos estão tão ocupados consigo mesmos que têm dificuldade em ter esse trabalho com as crianças: esperam que elas acatem as regras de primeira. Esquecemos o que é ser criança.
Sempre é bom lembrar que educar uma criança é socializá-la, ou seja, introduzi-la no mundo do convívio civilizado. Bater em uma criança para ensinar a ela que é preciso saber esperar, mostrar respeito ao outro, relacionar-se com boas maneiras e aceitar alguns impedimentos na vida não faz o menor sentido, portanto. É contraditório. Sabemos muito bem que alguns pais batem em seus filhos simplesmente porque se descontrolam, porque perdem ou percebem que não têm a autoridade moral sobre a criança para educá-la. Mas aí o problema é só do adulto. A criança, o elo mais fraco dessa relação, não deveria ser o alvo desse descontrole.
Isso posto, não há como defender o uso de castigos físicos em nome de uma boa educação. É possível, quando necessário, aplicar sanções à criança ou ao jovem que não são humilhantes ou violentas, tanto sob o aspecto físico quanto moral.
Hoje, a sociedade brasileira discute um projeto de lei contra castigos físicos aplicados em crianças ou adolescentes. Dá para entender o espírito dessa lei, tanto quanto o do Estatuto da Criança e do Adolescente: proteger as gerações mais novas.
A parte difícil nessa história é reconhecer que vivemos num mundo e num país em que precisamos de leis para que os adultos cuidem bem das crianças e dos adolescentes, não é verdade? Tanto que o próprio estatuto já é execrado por muita gente, inclusive e principalmente por pessoas que trabalham com crianças.
É verdade que a infância e a adolescência vivem, na atualidade, envoltas em práticas violentas. Sofrem violência e a praticam também. Por isso, temos um importante compromisso com os mais novos. Mas não temos levado muito a sério essa responsabilidade já que, cada vez mais, procuramos e aceitamos a intervenção do Estado para legislar a vida privada.
Cuidar bem de nossas crianças significa educá-las com autoridade firme e doçura, amar a vida, ter apreço pela liberdade e defender a autonomia. Mas isso tem um custo, é claro, com o qual parece que não queremos arcar.
ROSELY SAYÃO
Psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha) blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
Tal pai tal filho
O empresário Roberto Bussanra negociou com os PMs o pagamento de R$ 10.000, para proteger seu filho que atropelou e matou o adolescente Rafael Mascarenhas. O pai será acusado de corrupção ativa e o filho de homicídio.
Pessoalmente diante de uma situação como essa você agiria como o pai do atropelador?
Não dá para ficar calado.
Pessoalmente diante de uma situação como essa você agiria como o pai do atropelador?
Não dá para ficar calado.
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