terça-feira, 21 de setembro de 2010

Maus tratos contra crianças em escolas de classe média na zona sul do Rio

Nos últimos dias tomei conhecimento de três situações de violência praticadas contra crianças, em escolas tradicionais de classe média no Rio. Um dos casos, de abuso sexual de professor contra alunos, relatei no blog enfocando o sofrimento não só da criança vítima mas de toda a família. Em outro caso, um professor foi acusado de agredir um aluno, uma criança de 10 anos. A diretoria da escola decidiu licenciar o professor de suas atividades letivas. Finalmente a mais absurda das situações se refere a um bebê que por ter o diagnóstico de autismo frequenta a escola com uma acompanhante autorizada, no caso em questão uma estudante de psicologia. Em casa, ao trocar a fralda do bebê a mãe viu na nádega um hematoma e marca de mordedura. Por mais incrível que pareça, quem mordeu o bebê foi a mediadora que o acompanhava à escola.

O sofrimento da criança vítima de abuso sexual atinge toda a família

O jornal O Globo de 18/9 noticiou os abusos sexuais praticados contra crianças, alunos de tradicional colégio do Rio. O caso foi denunciado ao Ministério Público. Ou seja algumas providências legais foram tomadas. Mas vamos pensar agora no drama que viverão daqui para a frente, as crianças vitimizadas. E suas famílias ? Pais, mães, irmãos ? Que sentimento vivenciarão ? Raiva, vergonha, culpa ? Certamente todos e não só a criança, mas toda a família precisarão de apoio psicológico durante longo período.
A escola é culpada por não ter feito seleção rigorosa do seu corpo docente. É necessário que crianças e todos aqueles que são responsáveis por elas, pensem sempre na possibilidade de
que ocorram situações de abuso sexual. É uma realidade.

Homossexualidade e abuso sexual na Igreja

A Igreja Católica continua errando, ao enfocar o abuso sexual por padres. Agora em visita histórica ao Reino Unido, o Papa pede perdão, se sente triste e humilhado pelos casos ocorridos na Igreja. Mas isso é óbvio. O que todos esperam é que a Igreja defina claramente, agora que já reconheceu seus erros cometidos ao longo de décadas, as medidas práticas e objetivas para prevenir, para evitar realmente , o abuso sexual de crianças e adolescentes na instituição. O propósito manifesto de punir com rigor, casos novos que surjam é um avanço. Mas não basta. Para se antecipar a Igreja precisa regras claras, antes de tudo, para selecionar os candidatos ao sacerdócio. É preciso reconhecer que muitas pessoas têm uma atração sexual por crianças e adolescentes impúberes. São pedófilos e que atuarão se as condições forem favoráveis e se se sentirem protegidos. Mas é necessário ver que na maioria ou na quase totalidade dos casos ocorridos, os sacerdotes católicos abusaram, não de crianças, mas de adolescentes pós púberes ou jovens do sexo masculino. Muitos durante anos. Ora, isto não é pedofilia. São práticas homossexuais por pessoas que , por covardia, se utilizam de sua autoridade e histórica confiabilidade. Acredito que esta seja apenas uma das questões básicas a serem aceitas e discutitidas pela Igreja, para transformar a triste realidade que tanto envergonha o Papa Bento XVl.

Adaptem-se todos: crianças devem ser transportadas em segurança

O transporte de crianças em segurança, agora obrigatório, é um grande avanço. Dúvidas ainda existem e é natural. A resistência dos que fazem transporte escolar coletivo não é estranhável, mas é inaceitável. A prioridade é a criança, desde o seu nascimento.

" Nós somos a opinião pública"

De Lula, que conseguiu lavar o cérebro de 80% da população brasileira : " Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública".
Enquanto isso, na Argentina, o casal Kirchner ameaça prender os dirigentes dos dois maiores jornais do país, o "Clarin " e " La Nación". Como no Brasil, o governo não aceita opiniões contrárias.
Leio diariamente 3 jornais. Ainda não desanimei. Ainda sigo me indignando.

Michael Moore imperdível

Se ainda não viu o último filme do cineasta americano, "Capitalismo, uma história de amor" , não perca. Está disponível em vídeo. São 127 minutos de aprendizado. Talvez seja possível ver nesse documentário um povo americano diferente. Mais parecido conosco, brasileiros.
Não deixe de ver tb. os depoimentos especiais, após o filme.

11° Congresso Brasileiro de Adolescência

Será em Salvador no período de 23 a 26/9/2010. Senti-me nostálgico. O 1° Congresso Brasileiro de Adolescência foi realizado em São Paulo há 25 anos atrás. Participei dele como palestrante. Não eram muitos, à época, os pediatras sensíveis aos assuntos que envolvem a adolescência. Minha maior preocupação era a violência na adolescência. Dois anos após organizamos o 2°Congresso da especialidade, no Rio de Janeiro.
E agora não me dei conta de como o tempo passou: 25 anos é muita coisa!