quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sou contra a palmada e contra a "Lei da palmada"

Sou de opinião que o projeto de lei aprovado por comissão na Câmara do deputados, se conseguir chegar ao Executivo e ser sancionado só terá um efeito prático: levar o tema a uma discussão nacional. Têm sido inúmeros os editoriais, reportagens e cartas dos leitores abordando o assunto. Colunistas dos principais jornais emitiram suas opiniões. Graças à "Lei da Palmada", uma tradição cultural, transmitida de gerações a gerações, vem à discussão. Esse tem sido mérito do projeto de lei.

Não creio que propostas de punição de famílias tenham qualquer efeito, uma vez que a maior parte da população ainda crê que o castigo físico de crianças pelos pais (mas não por professores, babás ou "tomadoras de conta") sejam pedagógicos. Os argumentos manifestados publicamente a favor do uso do castigo físico para educar crianças, apesar de emitidos por pessoas qualificadas, são na minha opinião frágeis, impensados ou pertencentes a um mundo antigo e ultrapassado. Opiniões cristalizadas apenas pela emoção, pela tradição e transmitidas através de gerações.

Convencer a todos que o castigo físico é no mínimo um ato de covardia, que demonstra apenas a insegurança e o descontrole emocional de pais na educação dos filhos, continuará ainda por muito tempo a ser uma tarefa árdua para todos nós educadores.

Não dá para ficar calado.

Por que no Brasil o número de cesáreas supera o de partos normais?

No Brasil, na rede privada, a cesárea chega a 82% dos partos. Nos EUA 26%. Será outro exemplo negativo do Brasil? Tudo indica que sim.

A conclusão que se pode chegar é que o parto cesáreo no Brasil não é feito por indicação clínica mas em função da maior comodidade para o médico e para a paciente. Os riscos da cesárea para a mãe o recém nascido são bem comprovados.

Não dá para ficar calado.

Vacina contra o Papiloma Virus na rede pública

Há anos a vacina contra o HPV é aplicada em adolescentes e jovens nos EUA, e no Brasil somente naqueles que podem pagar em clínicas particulares mais de R$ 1.000 pelas 3 doses da vacina.

Agora, finalmente, parece que o Ministério da Saúde vai incluir a vacina no seu calendário vacinal oficial. Esperamos que logo adolescente de ambos os sexos possam ser protegidos no Brasil contra o papiloma virus.

Não dá para ficar calado.

Nascer e morrer sem existir

O Censo demográfico do IBGE mostrou que nas regiões mais pobres e distantes do Brasil crianças nascem, morrem e são enterradas sem registro como se nunca tivessem existido. Não é uma novidade, mas a persistência da situação é vergonhosa.

Veja outras matérias a respeito de cemitérios clandestinos de crianças no site do Observatório da Infância:
Não dá para ficar calado.

Corporativismo dos intocáveis

O corporativismo dos pretensos intocáveis da Justiça tenta impedir a investigação de denúncias contra juízes. A socidade recebeu o recado: não se pode confiar na Justiça.

Não dá para ficar calado.

É tudo isso tão absurdo, tão estúpido.

Os EUA deixaram o Iraque. Em 9 anos de invasão armada os americanos causaram a morte de mais de 100 mil civis. Gastaram 1 trilhão de dólares. É tudo isso tão absurdo, tão estúpido!

Não dá para ficar calado.

"Bolsa Consultoria"

Na França, a Justiça condenou o ex-presidente Jacques Chirac por corrupção, desvio de verbas e abuso do poder. No entanto, foi reconhecido pela Justiça que não houve enriquecimento pessoal.

Aqui, o ministro Pimentel consegue ganhar R$ 2 milhões em 2 anos, de "consultoria". E considera isso normal! E seria ele um bem sucedido empresário? Não. Apenas um político do PT e amigo pessoal da presidente Dilma. Ganhou, como escreveu Elio Gaspari, a "Bolsa Consultoria". A Justiça não o alcança.

Não dá para ficar calado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Bullying - Saber identificar e como prevenir

Neste segundo livro, o Dr. Aramis Lopes Neto, pediatra e pioneiro no Brasil no estudo do bullying, aprofunda a abordagem do tema tão atual quanto importante.

A pesquisa realizada pela ABRAPIA em 2002, no Rio de Janeiro, que é até hoje a referência para todos os estudiosos do bullying, divulgada na íntegra no livro Diga não para o bullying!, também é bem enfocada no livro atual.

Sinopse:
Bullying vem da palavra inglesa bully, que significa tirano, valentão, brigão e é usado para expressar atos de violência física, verbal ou moral praticado nas escolas. Este livro busca esclarecer as causas e consequências da violência, além de traçar o perfil dos agressores, observadores e vítimas de bullying. Oferece também caminhos para abolir esse tipo de violência, apontando as dificuldades do processo.
Fonte: Livraria Cultura
Não dá para ficar calado.

Abuso sexual de meninos nos esportes

O caso do tecnico de futebol americano de 67 anos preso acusado de ter abusado sexualmente de pelo menos oito meninos, no período de 1994 até 2009, não é uma situação ímpar. É apenas a ponta do iceberg do abuso sexual de crianças e adolescentes nos esportes, fato real que ainda carece de ser alvo de um bom jornalismo investigativo.

Veja outras matérias no site Observatório da Infância e no nosso blog:

Abuso sexual no esporte

Joanna, a nadadora que derrubou o muro do silêncio que cerca o abuso sexual

O que sente uma criança vítima de abuso sexual?

Abuso sexual em locais de práticas esportivas: ainda um tabu

Não dá para ficar calado.

Criança de 2 anos atropelada na China: selvageria

Da colaboradora do site, a médica Katia Vidal, recebemos o alerta sobre a selvageria que foi o atropelamento de uma criança de dois anos na China.

Vejam o vídeo:


Não dá para ficar calado.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

No Brasil nada mudou

Após 1 mês de férias, volto para enfrentar o desafio do Observatório da Infância e do blog "Não dá para ficar calado".

No Brasil nada mudou. E isso aumenta nossa responsabilidade.

Não dá para ficar calado.

Adoção de crianças por casais homossexuais

Noticia-se que nos EUA já há 1,2 milhão de crianças com pais e mães homossexuais. O assunto é controvertido. Grande parte dos e-mails que o Observatório da Infância recebe é de casais heterossexuais querendo adotar e não conseguindo. Alguma coisa está errada.

Veja o assunto em e-mails selecionados na primeira página do site e responda a nossa pesquisa.

Não dá para ficar calado.

Tetraplégico de 28 anos desiste de viver e pede ao irmão que o mate. Assim foi feito.

Em Rio Claro, SP, Roberto de 22 anos matou com tiros o irmão Geraldo de 28 anos, tetraplégico há mais de 2 anos. Todos os dias o irmão pedia para Roberto acabar com o seu sofrimento. Um dia, Roberto atendeu aos pedidos do irmão e o matou.

O assunto é complexo e polêmico. Diz-se que Geraldo se dedicava a ver filmes sobre eutanásia e suicídio assistido como "Menina de Ouro" e "Mar Adentro".

Se possível eu teria sugerido a Geraldo que visse outros dois filmes, com temas semelhantes, mas que mostram determinação e superação: "Meu pé esquerdo" (de 1989) e "O escafandro e a borboleta" (de 2007).

Quem estiver interessado pode encontrar vários artigos sobre eutanásia no site Observatório da Infância.

Não dá para ficar calado.

Palácio do Fim. Uma peça imperdível.

Não deixe de assistir, no Rio, no Teatro Poeira, a peça "Palácio do Fim". O texto é de Judith Thompson e a direção de José Wilker. A barbárie que foi a ocupação americana e britânica no Iraque é o tema da peça.

Você sairá do teatro pensando e bastante incomodado. Imperdível.

O tema tortura já tem sido abordado pelo Observatório da Infância. Na primeira página do site você encontra o artigo "Tortura, ficção e realidade".

Não dá para ficar calado.

Podemos dizer adeus mais de uma vez

Aconselho com entusiasmo a leitura do livro com o título acima, recém lançado no Brasil, de David Servan-Schreiber. O ideal é a leitura também de seu livro anterior, "Anti Câncer". Ambos são sucesso de vendas nos EUA e na Europa.

Além de comoventes são um extraordinário aprendizado de vida.



Não dá para ficar calado.

A palmada e a psicologia da brutalidade

Retirei o termo acima da crônica de Arnaldo Jabour em O Globo.

"Os meninos eram educados com castigos humilhantes, cascudos, surras de chinelo e bambu. Assim se forjam homens, pensavam os pais, cultivando a psicologia da brutalidade". Ou será que palmadas de um adulto em uma criança pequena não é uma brutalidade e uma covardia?

Não dá para ficar calado.

Esportes, o Comunismo em Cuba e o PC do B.

Enquanto no Ministério dos Esportes o Partido Cumunista do Brasil (PC do B) se locupleta com a corrupção de seus correligionários no poder, a comunista Cuba demonstra continuar indo muito bem nos esportes. Nos jogos Pan Americanos de Guadalaraja em 2011, ficou em segundo lugar, com 58 medalhas de ouro, atrás dos EUA e deixando na sua rabeira o Brasil, com 48 medalhas de ouro.

Não dá para ficar calado.

EUA e Israel não querem a paz

A Palestina foi aceita como país membro da UNESCO. Lamentavelmente, mas obviamente. os EUA, Israel e Alemanha votaram contra.

Os EUA retaliaram cortando verbas destinadas à UNESCO e Israel construindo mais 200 colônias judaicas nas áreas da Palestina, por ele invadida. Já eram mais de 120 colônias.

Brasil e França votaram na ONU a favor da Palestina. É fácil identificar aqueles que não querem a paz.

Não dá para ficar calado.

Lula, Tony Blair e hospitais públicos

O único colunista dos jornais que leio que analisou bem a opção de Lula pelo Hospital Sírio Libanês e não pelo SUS para tratar seu câncer de laringe foi Merval Pereira na sua coluna de hoje em O Globo. "...querer que Lula utilize o SUS não melhorará o nosso sistema de saúde. Mas seria bom que os nossos dirigentes parassem de fazer demagogia com assuntos como educação e saúde (Ele se refere às afirmações públicas de Lula que a Saúde Pública no Brasil estava próxima da perfeição). Querer que Lula tenha o melhor tratamento possível e desejar sua total recuperação é uma questão de humanidade. Mas transformá-lo em um ser intocável, imune às críticas, é pura propaganda."

Reforçando o que escreveu Merval, tenho um neto que nasceu em Londres em hospital público. Meses após, o filho do então primeiro ministro Tony Blair também nasceu lá.

Não dá para ficar calado.

Lula, fumante passivo

Marisa, a mulher do ex presidente Lula - que está em tratamento de um câncer de laringe, foi fotografada fumando no seu apartamento em São Bernardo do Campo. Será que eles não sabem sobre os males do fumo para o fumante passivo?

Não dá para ficar calado.

A rouquidão de Maria e a rouquidão de Lula

Esta é uma história verdadeira.

Maria, mulher do povo, que trabalha todos os dias para ajudar a manter sua família, em julho de 2011, começou a apresentar uma rouquidão, sem explicação aparente. Ela já havia sido operada e tratada com sucesso, há 11 anos atrás, de um câncer de mama, no INCA-RJ.

Em agosto de 2011, após consulta no INCA, marcaram uma laringoscopia que identificou uma paralisia de cordas vocais. Foi então encaminhada para fazer uma biópsia da laringe. Essa foi feita em final de setembro. E aí mandaram a Maria voltar em 4 de dezembro para ver o resultado da biópsia. Ou seja, quase 40 dias de enorme ansiedade e angústia para saber o resultado de um exame que pode indicar que ela tem câncer de laringe. E, se tiver, será operada quando? Seguramente só em 2012.

O ex presidente Lula também ficou rouco, mas em 3 dias iniciou o tratamento do câncer de laringe no Hospital Sírio-Libanês em SP.

O que está errado? Seguramente errados estão os governos lulo-petistas que em 8 anos de poder permitiram que o excelente INCA RJ, único hospital para câncer no Rio de Janeiro, ande a passos paquidérmicos enquanto a incidência de câncer caminha com a velocidade de um antílope.

Há culpados sim, pela negligência com que é tratada a política pública de prevenção e tratamento do câncer no nosso estado.

Não dá para ficar calado.

Exílio de 1 mês na Europa

Todos apoiamos a luta do deputado estadual Marcelo Freixo do PSOL-RJ, contra as milícias no nosso estado. Contudo, chamar de exílio 1 mês na Europa à convite (antigo) da Anistia Internacional, fazendo ampla divulgação do fato na mídia nacional, é puro marketing pré eleitoral. A mídia engoliu. Freixo é pré candidado à prefeito do Rio em 2012. O tiro pode sair pela culatra.

Não dá para ficar calado.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um e-mail selecionado

Veja abaixo uma mensagem recebida através do site Observatório da Infância, enviada por um de nossos leitores. Para conservar a identidade, o nome do autor não será revelado.


Assunto: Como saber se o vizinho maltrata seus filhos

Eu moro em um apartamento há pouco mais de um ano e minha vizinha de baixo tem um comportamento estranho e queria saber se isso é indício de algo...

Ela grita com os filhos o tempo todo, a sensação é que ela está gritando com eles dentro da minha casa, tão alto é o tom de voz... Eles são bem pequenos, um deve ter no maximo 4 anos e o outro nem 2!

Essas crianças choram demais, DEMAIS! Um único dia eu contei, somente pela manhã, 11 choros... Encontro, às vezes, com eles na escada. Sempre arrumados e bem vestidos, mas ela sempre de mal humor e mal educada! Ela xinga, bate e ameaça verbalmente de castigo, de bater, fala que eles a estão deixando louca etc...

À noite, ela sai e deixa parentes cuidando deles e igualmente ouço gritos e xingamentos... Eu sei que eles também não são tranquilos. Mas nessa idade que crianças não são danadas?

Me ajudem. Isso é normal? Não é? Pode ser só impressão ou realmente isso caracteriza algum tipo de agressão... Não tenho provas de nada, nem estou dizendo que ela maltrata os filhos. Mas eu queria tirar essa dúvida, porque abomino a ideia dessas crianças estarem sofrendo debaixo do meu nariz e eu não fazer nada!

Não dá para ficar calado.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Abuso Sexual: Filmes indicados pelo blog

Muitos são os filmes que abordam alguns dos temas que mais temos tratado no Observatório da Infância e no nosso blog. Mas alguns se destacam por aliarem a importância dos assuntos à alta qualidade da produção. São eles:

Sobre abuso sexual de crianças:
  • Felicidade ( Happiness) de Todd Solondz. EUA - 1998
  • Zona de Conflito de Tim Roth. Inglaterra - 1999
  • Festa de Família de Thomas Vinterberg. Dinamarca - 1998
Sobre bullying:
  • Em um Mundo Melhor de Suzanne Bier. Dinamarca - 2010
Não dá para ficar calado.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O abandono de bebês

O assunto voltou através de matéria publicada na Folha de São Paulo de 11/09/11. Por várias vezes escrevemos sobre o tema.

Não sabemos quantos bebês são abandonados diariamente em todo o país, geralmente em locais perigosos para os bebês. Geralmente são recém nascidos.

As mães não os querem. Quantos morrem? Quantos seriam adotados se no Brasil existisse o "parto anônimo".

Na Itália a busca de soluções levou, através do programa "Mãe Secreta", à criação de um local apropriado, seguro, em berço aquecido, para as mães que o desejarem deixar seu bebê na própria maternidade. Logo serão adotados legalmente. Também na França e na Bélgica existem programas semelhantes.

É muito triste falar desse assunto. Mas é uma realidade. Há mães que não querem seus filhos. Temos que ter soluções. A prevenção da gravidez não desejada e até a interrupção da gravidez devem ser adotadas.

Um bebê ser abandonado em local de alto risco para sua saúde ou sua vida é um absurdo. Se não temos ainda o que já foi chamado de "roda dos expostos" nas maternidades, que bebês não desejados sejam deixados à porta dos Juizados da Infância e da Juventude, onde terão sua proteção garantida.

Tony Gentile-26.fev.07/Reuters
Funcionamento da "roda dos expostos", berço aquecido onde bebês são deixados, é demonstrado em hospital de Roma.

Não dá para ficar calado.

Rio com demagogia e falta de seriedade

O governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, aquele que "resolve" os problemas do nosso Estado chamando, por exemplo, os médicos de "vagabundos", os professores de "preguiçosos" e os bombeiros de "vândalos", agora quer a volta da CPMF para "resolver" o problema da Saúde no país. O perigo é ele ser levado à sério. Na realidade ele é um recordista de cartas dos leitores dos jornais do Rio, sempre com críticas veementes de pessoas indignadas.

Não dá para ficar calado.

Anti câncer

O site http://www.guerir.org, criado pelo Dr. David Servan Schreiber, envia e-mails regularmente para aqueles que se cadastraram. No último e-mail são informados dados dramáticos. A cada dia se diagnostica 1.000 casos novos de câncer e a cada dia morrem 400 pessoas de câncer.

Entre os homens o câncer mais frequente é o de próstata, seguido pelo dos pulmões e do câncer colo-retal. Entre as mulheres o câncer do seio é o mais frequente seguido pelo colo-retal e pelo de pulmões.

A boa notícia é que, na prática, quase a metade dos cânceres são evitáveis por mudanças de hábitos de vida.

O médico David Servan Schreiber, lutou durante 19 anos contra um câncer de cérebro. Morreu após mais uma recidiva, em julho de 2011. Suas mensagens sempre foram de otimismo e de grade praticidade. Seu livro "Anti câncer" é um sucesso em todos os países.


Não dá para ficar calado.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Olho Vivo – Pais Prevenidos Evitam Acidentes!

“Olho Vivo – Pais Prevenidos Evitam Acidentes” é a mensagem que começa a ser veiculada hoje no Distrito Federal, com mensagens na televisão, no rádio, cartazes afixados nos pontos de ônibus e em postos de saúde do Distrito Federal. A campanha foi lançada ontem, em Brasília, pelo governador Agnelo Queiroz e pelo Secretário da Criança, dr. Dioclécio Campos Jr., com a presença do drs. Eduardo Vaz e Vera Bezerra, presidente da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal, além de representantes das Ligas Acadêmicas de Pediatria. Sob a coordenação da SPDF, alunos da UnB, Universidade Católica e Faculdade de Medicina do Planalto Central farão palestras nas escolas. Dez mil cartilhas serão distribuídas.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes são a principal causa de mortalidade até 14 anos. No Distrito Federal, foram 235 óbitos no ano passado. “É preciso pensar também nas sequelas, que podem deixar crianças incapacitadas para o resto da vida”, salienta a dra. Vera Bezerra. O mais importante é que são tragédias “evitáveis”, lembra o dr. Aramis Lopes Neto, presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, reforçando a importância de iniciativas como esta, de políticas públicas e mobilização social. De acordo com o dr. Dioclécio, o objetivo é fazer um trabalho permanente, que contribua para mudar hábitos perigosos ainda presentes, salientando a importância do uso do cinto de segurança, de que a criança seja transportada no banco traseiro dos veículos, além de cuidados que podem impedir queimaduras, afogamentos, quedas e intoxicações.

Fonte: SBP Notícias / Assessoria de Comunicação da SBP com Assessoria da Secretaria de Estado da Criança do Distrito Federal

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O motorneiro morto é o culpado

Julio Lopes, empresário da educação, deputado, secretário estadual de transportes do Rio de Janeiro, de forma sub-reptícia, quer passar a culpa pela tragédia do bondinho de Santa Tereza, que matou 5 pessoas, para o motorneiro morto.

É muita desfaçatez, hipocrisia e omissão. Em qualquer país decente ele estaria pedindo desculpas e se exonerando.

Não dá para ficar calado.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Um bonde chamado carrasco

Um bonde chamado carrasco foi a manchete do jornal Extra de 28/8. O Globo anunciou: "Um passeio para a morte".

Um bondinho do bairro de Santa Tereza, sem freios, saiu dos trilhos e tombou, matando 5 e ferindo, no mínimo, 50 pessoas.

É uma vergonha que mancha a imagem de qualquer governo. A tragédia era previsível e prevenível. Em qualquer lugar do mundo o resposável, neste caso o secretário estadual de transporte, seria imediatamente exonerado.

Aqui, já começou o "blá blá blá" irresponsável de sempre.

Não dá para ficar calado.

Com que autoridade as forças da OTAN bombadeiam Trípoli?

A ONU não autorizou o bombardeio. Cabe lembrar que a Líbia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Até pouco tempo atrás, Kadafi era prestigiado pelas grandes potências.

Para ajudar o raciocínio e termos algum parâmetro, vale lembrar que, segundo a publicação do UNICEF "Situação Mundial da Infância" de 2001, a Líbia, que em 1992 tinha uma taxa de mortalidade infantil entre os menores de 5 anos de 104, caiu para 19 em 2009. Sob Kadafi.

Não dá para ficar calado.

Médico não consegue levar paciente para uma UTI e chama a polícia

A notícia é da Folha SP. O fato ocorreu no interior de São Paulo. Se todos os médicos tivessem a coragem desse colega, poderíamos aos poucos melhorar o atendimento à saúde do povo.

Há muito não vejo uma notícia que me entusiasmasse tanto. Não vejo a classe médica se mobilizando e lutando pelos direitos de seu paciente.

Parabéns ao colega. Penso que eu faria o mesmo.

Não dá para ficar calado.

"Fraco demais para chorar"

Essa foi a manchete da Folha SP, de 14/8, sobre as crianças que morrem de fome aos milhares na Somália.

Há muitos anos anos atrás via no hospital em que trabalhava várias crianças que lá chegavam com desnutrição extrema. Realmente elas não choravam.

Não dá para ficar calado.

Será que só a morte os sepultará?

A matéria é da VEJA de 3/8: "Com os direitos políticos cassados, sob ameaça de ir para a cadeia por corrupção, José Dirceu, o chefe da quadrilha do mensalão continua o todo poderoso comandante do PT".

O homem mantém um gabinete em Brasília onde recebe e despacha com expoentes do governo. As autoridades vão procurá-lo. É uma vergonha. Será que só a morte sepultará esses políticos?

Não dá para ficar calado.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dieu ne pouvait être partout,alors il a créé la mére

Repito aqui o provérbio judeu sobre a importância da mãe.

Não dá para ficar calado.

Mortalidade infantil nas Américas. Qual é o país melhor situado?

Acertou quem escolheu Cuba.

A última edição da publicação do UNICEF "Situação Mundial da Infância 2011" confirma mais uma vez uma realidade (já conhecida por muitos) que deve fazer parte obrigatoriamente das discussões sobre Cuba, a pequena ilha do Caribe, e o grande império que ainda são os EUA.

O país com os melhores indicadores básicos de saúde da infância, em toda a América (América do Norte, América Central e Caribe, e América do Sul) é Cuba (junto com o Canadá). A taxa de mortalidade de menores de 5 anos (6 por 1000 nascidos vivos) supera a de todos os países americanos, inclusive a dos EUA (8 por mil). A taxa do Canadá é igual a de Cuba.

A título de curiosidade, a taxa do Afeganistão é 199, a do Brasil 21 e a da Suécia 3.

Não dá para ficar calado.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Por que os brasileiros não reagem?"

O artigo de Juan Arias do jornal espanhol El País, publicado em o GLOBO de 11 de julho com o título acima, continua, infelizmente, extremamente atual.

O que lemos diariamente nos jornais sobre a falta de ética e de vergonha dos políticos brasileiros deveria nos mobilizar para uma reação.

Nos revoltamos mas seguimos parados e impotentes. O que falta? Seguramente, sentimos a falta de uma liderança nacional. Parece-nos que ela não existe entre nós. Seguimos então, paralisados, apequenados e acarneirados, para o caos.

Não dá para ficar calado.

Crianças morrendo de fome: injustiça e vergonha

Tomávamos o café da manhã. Meu neto de 8 anos viu a foto do jornal Folha/SP de 5 de agosto, de uma criança, na Somália, em desnutrição extrema. Talvez tenha 5 anos e pese 7 ou 8 quilos.

Meu neto viu a foto, leu a notícia da morte, em 3 meses, por fome, de 29 mil crianças e perguntou por que aquilo acontecia. E ele mesmo respondeu: porque muitos estão roubando. E não podemos dar comida para eles? São muitos, respondi.

Ele ficou parado, pensando e interrompeu o seu café da manhã.

Durante o dia perguntou duas vezes: Quando aquilo vai parar? O que?

- Você sabe, vovô. As crianças morrendo de fome.

Não dá para ficar calado.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Filme: Bullying

Bullying. Este é o título de um filme espanhol legendado em português mostra com detalhes o sofrimento do jovem Jordy, vítima de bullying na escola. O final é trágico. O filme, muito didático, deveria ser ser visto e debatido em sala de aula. Perguntas importantes que poderiam ser feitas após a projeção do filme:
poderiam ser feitas após a projeção do filme:

• Qual seria a conduta correta da escola para evitar o bullying sofrido por Jordy?
• O que deveria ter feito a própria vítima para se proteger?
• O que deveriam ter feito as testemunhas silenciosas que a tudo assistiam?
• A família de Jordy agiu corretamente?


Aconselho todos a verem e discutirem o filme "Bullying".

Trailler do Filme




O download do filme completo (via Torrent) está disponível do site 4shared, a partir do link:http://www.4shared.com/file/PyfuudSX/Bullying2009DVDRipXviD_RUBY540.html?cau2=403tNull

Não dá para ficar calado.

sábado, 2 de julho de 2011

Suicídio assistido

Morreu aos 83 anos o Dr. Jack Kevorkian, que se tornou conhecido como Dr. Morte, nos EUA, por ajudar doentes a praticar o chamado suicídio assistido.

O assunto é polêmico. O suicídio assistido é legal em alguns países como a Suíça. Eu como médico, sou favorável, em situações bastante especiais, que o médico participe do suicídio assistido de seu paciente. No site do Observatório da Infância você encontra artigos a respeito do direito a uma morte digna.Filmes excelentes e bem conhecidos abordara a questão :"Menina de Ouro", "Mar Adentro", "As Invasões Bárbaras".

O filme sobre as atividades do Dr. Kevorkian, está disponível nas locadoras. Al Pacino interpreta o médico.

Nos jornais brasileiros, recentemente, a FolhaSP, publicou dois artgos, um contra, de João Pereira Coutinho e outro a favor de Barbara Gancia.

Não dá para ficar calado.

Vacina contra o papiloma vírus (HPV) para homens. Vacine seu filho.

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina contra o HPV para uso em homens de 9 a 26 anos. A vacina já é usada de rotina em mulheres para prevenir o câncer do colo uterino. No homem previne o câncer do pênis, ânus e orofaringe. A vacina é aplicada em 3 doses e LAMENTAVELMENTE só é disponível em clínicas privadas ao custo de R$ 380,00 a dose.

Não dá para ficar calado.

Síndrome da Morte Súbita em Bebês

É o nome que se dá para a morte de bebês menores de 1 ano, de forma inesperada e sem explicação, durante o sono.

O tema foi abordado no Jornal de Pediatria, órgão oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), vol. 87 de 2011. São fatores de risco para o quadro, dormir em decúbito ventral, mãe adolescente e tabagismo durante a gravidez.

A lição maior é: BEBÊS DEVEM DORMIR DE BARRIGA PARA CIMA.

O infanticídio e os acidentes (em especial a mãe dormir sobre o bebê na cama e asfixiá-lo) não fazem parte da síndrome da morte súbita em bebês.

Não dá para ficar calado.

Segredo segredíssimo. Li e recomendo

Recebi o livro acima, de Odivia Barros com ilustrações de Thais Linhares. O assunto, abuso sexual intra-familiar, é tratado de forma didática e apropriada para crianças acima de 5 anos.



Não dá para ficar calado.

Publicações do UNICEF indispensáveis

Entre outras recebi as seguintes publicações do UNICEF:
  • Situação Mundial da Infância e do Adolescente Brasileiro. 2009. Em anexo CD com as tabelas e mapas apresentados no capítulo Dados e Indicadores.
  • Situação Mundial da Infância 2011. Adolescência uma fase de oportunidades. As estatísticas sociais e econômicas sobre os países e territórios do mundo, com referência particular ao bem-estar da criança são divulgadas nas últimas 56 páginas.
  • Situação Mundial da Infância- Edição Especial sobre os 20 anos da Convenção Sobre os Direitos da Criança.
Não dá para ficar calado.

Professores sabem sobre bullying mas fazem que não veem

Essa é a opinião da maioria (54%) dos visitantes do site Observatório da Infância que participaram da nossa pesquisa. 33% acham que os professores consideram o bullying uma brincadeira de criança ou não sabem do que se trata.

O resultado da pesquisa é preocupante!

Não dá para ficar calado.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mais um alerta para os pais sobre o perigo do abuso de drogas para o deficit de atenção

Pesquisa com 6.000 jovens no Brasil feita por neurologistas e psiquiatras da USP, da UNICAMP e do Instituto Glia, divulgada em Folha SP no dia 3 de maio, concluiu que 72,7% usavam os medicamentos sem o diagnóstico correto de deficit de atenção. Ou seja, crianças e adolescentes brasileiras estão usando medicações estimulantes como o metilfenidato (Ritalina) sem necessidade. Os riscos do uso da Ritalina e do Concerta são bem conhecidos.

A pesquisa em questão será apresentada no terceiro Congresso Mundial de TDAH (transtorno do deficit de atenção e hiperatividade) no fim de maio na Alemanha.

Não dá para ficar calado.

Dois artigos recebidos sobre bullying

O bullying e a responsabilidade civil do estabelecimento de ensino privado
https://acrobat.com/#d=fKNgAkz1I3a7WYFXYk7IrQ

O bullying escolar no Brasil
https://acrobat.com/#d=dlefMZxaoLRp*vZddOKfeg

Não dá para ficar calado.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

No Brasil um doente mental pode passar toda a vida sem tratamento

Finalmente uma opinião equilibrada sobre a chacina de Realengo. Políticos em nada e a própria mídia em quase nada estão colaborando para prevenir situações como essa. Leia o artigo abaixo.

Não dá para ficar calado.


O que pensam os especiais sobre o "monstro"?

Meu email ficou lotado com a tragédia de Realengo. Mas não de amigos horrorizados com o absurdo da situação ou questionando a segurança pública. Foi de mães, parentes e jovens portadores de necessidades especiais mentais que comigo conviveram quando coordenei a parte de comunicação da campanha do Romário. Me vendo como um elo entre eles e a imprensa, desabafaram e cobraram muiiito da imprensa. São depoimentos emocionantes. Confesso que levei dois dias para postar algo no face, porque o que aconteceu é uma barbárie e indefensável. Mas o que eles cobram é o que ainda não foi dito nas coberturas: a atitude, ao longo dos anos, da escola e dos parentes. No caso da escola, percebendo que ele era diferente - e esta percepção está em vários depoimentos de colegas e professores - não envolveram a família, a rede de saúde pública e a própria secretaria de educação, para que o jovem fosse acolhido e tratado, a fim de se evitar tal tragédia. No caso dos parentes do jovem, o total abandono, desde que nasceu, filho de mãe com problemas mentais - a questão genética já era um indício de que o menino tinha de ser monitorado. Mesmo sabendo - e foi o que o irmão admitiu, que ele tinha um comportamento estranho - não foi além de marcar uma consulta com um psicólogo.

Diz uma mãe: "Incluir dá trabalho, nos toma o tempo que nunca temos, dói, nos rasga a alma por dentro. Na sociedade com pressa para o sucesso, ninguém acolhe". Também há mensagens de jovens especiais que conheci e cujas mentes, desorganizadas em momentos de estresse, se questionavam se um dia, por serem especiais, poderiam fazer o mesmo. "Acho que no fundo, por ser meio esquisito, sou um monstro. Não paro de pensar que posso causar mal a alguém", relatou um jovem, jogando por terra anos e anos de conquistas no seu desenvolvimento na saúde mental. E aí, aliada a outra experiência recente que tive quando preparei um material para divulgação (não do Romário, a quem não mais atendo) sobre o Dia Mundial de Consciência do Autismo, percebi que o poder público pode e deve manter uma rede de educação e saúde - aliás, todos os órgãos - interligados na comunicação de casos de deficientes mentais. Na cidade que divulgo, é impressionante como cada caso de especial é detalhadamente conhecido por todos os órgãos. Vi uma diretora de escola ligar para o responsável pelas clínicas odontológicas públicas pedindo para que se pensasse em desenvolver uma escova de dente com cabo anatomicamente adaptado aos autistas mais graves, pois não tinham coordenação motora e hoje, depois de anos de conquista, eles já tentavam escovar os dentes sozinhos, tendo dificuldade apenas em segurar o cabo. Lá há centenas de autistas e esquizofrênicos gravíssimos, mas todos estão inclusos e monitorados.

Concordo com Fábio Lau quando diz "O assunto deve ser tratado com profundidade porque há de servir de alerta. A questão está em diagnosticar. E talvez este seja o maior pecado".

Vamos ficar passivos diante de tamanha monstruosidade em Realengo nos limitando a nos horrorizar e detalhar as cenas de barbárie ou vamos cobrar das autoridades públicas e das escolas o acolhimento obrigatório por parte deles?

O "monstro" já está morto. Mas uma política pública eficaz ainda nem nasceu.

Por: Leila Magalhães

Injustiça contra os filhos adotivos

Reproduzo aqui e-mail recebido no Observatório da Infância. Estou de pleno acordo com o Ricardo Medeiros.

Também estranhei a divulgação pela mídia do fato de ser o autor da chacina de Realengo filho adotado. O despreparo de alguns jornalistas é fato marcante. Infelizmente nosso espaço para reclamar, reagir e quem sabe corrigir é muito limitado. Não dá para ficar calado.


Injustiça contra os filhos adotivos

Um crime bárbaro aconteceu no Rio de Janeiro na semana passada. A imprensa correu para mostrar todos os detalhes, e a informação de que seu autor era filho adotivo logo foi dada. Qual a razão disso? Não acrescentou nada à notícia. Não esclareceu, não elucidou, não informou e não ajudou. Muito pelo contrário. Inúmeros casos ocorrem em que filhos biológicos cometem atrocidades, mas nunca se faz referência a essa condição.

Em 2002, Suzane Richtofen arquitetou o assassinato dos próprios pais, e a questão de ser filha biológica não foi levantada - e nem deveria. Por outro lado, ser pai ou filho adotivo nos casos de crimes fantásticos é mencionado de rotina nos meios de comunicação. Trata-se única e exclusivamente de um preconceito. E preconceito que é alimentado toda vez que o fato vem à tona. Certamente faz algumas pessoas hesitarem na hora de adotar um filho. Além disso, atinge a todos os adotivos, particularmente aqueles que estão começando a lidar com esse importante aspecto de suas vidas; que estão formando suas personalidades, época de questionamentos inimagináveis para a maioria das pessoas.

No Brasil não é permitido colocar o termo "adotivo" no registro de nascimento de qualquer pessoa. O mesmo deveria ser feito com relação a determinadas notícias que são veiculadas nos meios de comunicação. Enquanto isso não acontece, toda a mídia poderia refletir e fazê-lo por conta própria. Os filhos e pais adotivos agradeceriam a iniciativa.

O bullying na mídia

A chacina de Realengo levou o bullying para a mídia com intensidade. Isso é bom para repercutir o episódio e divulgar o tema para toda a sociedade. Mas é necessário atentar para o fato de o bullying sofrido na infância e juventude pelo homem de 23 anos que assassinou a tiros 12 crianças, é um dos fatores causais. É necessário antes de tudo dar destaque ao fato de um doente mental como ele não ter sido nunca tratado. As autoridades não podem fugir dessa realidade e a sociedade tem que ser informada da realidade. De toda forma a divulgação do bullying é fundamental para que as escolas sejam levadas a realmente se informarem sobre o assunto e se responsabilizarem pela prevenção, antes de tudo, e pelo combate ao bullying. Hoje em O Globo podemos ler a reprodução de frase do assassino: "A luta pela qual muitos irmãos no passado morreram, e eu morrerei, não é exclusivamente pelo que é conhecido como bullying". Também em O Globo o colunista Zuenir Ventura escreve sobre a tímida existência de prevenção do bullying nas escolas: "Fala-se pouco em combater, por meio de um controle rígido com inspetores e câmeras, esse provedor de ódio que é o bullying". Não dá para ficar calado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pesquisa da ABRAPIA sobre bullying

Em 2002, a ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência) aplicou uma pesquisa sobre bullying na cidade do Rio de Janeiro, envolvendo
5.337 alunos da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental de 11 escolas, sendo que 9 públicas e 2 particulares.


A qualidade técnica da pesquisa foi garantida pela participação do IBOPE.


Certos do pioneirismo da divulgação do tema bullying no Rio de Janeiro, e talvez no Brasil, e da importância daquela pesquisa também pioneira no Brasil, a equipe coordenada pelo Dr. Aramis Lopes Neto dedicou-se apaixonadamente ao trabalho. O resultado do amplo trabalho realizado foi publicado no livro (esgotado) "Diga NÃO ao bullying".


Não dá para ficar calado.


Hoje que estamos sendo intensamente procurados pela imprensa sobre o tema bullying e sobre o resultado da pesquisa, acho oportuno dar algumas informações básicas. Os resultados da pesquisa estão divulgado no site Observatório da Infância (http://www.observatoriodainfancia.com.br/).


Repassamos aqui apenas alguns dados da pesquisa para estímulo dos que se interessarem.

A idade média da população avaliada foi de 13,47 anos. Admitiram ter sido alvos de bullying 16.9%. 57% admitiu ter sido testemunha do bullying. Na pesquisa praticamente não houve predomínio de sexo. Ao contrário de outras pesquisas o local mais frequente para a prática do bullying foi a sala de aula (60.2%). Os tipos mais frequentes de bullying foram apelidar (54.2%) e agredir (16.1%).


Além do pioneirismo da pesquisa cujos resultados levaram ao início de uma divulgação intensa pela mídia brasileira do tema , hoje já impregnado na sociedade, é importante destacar o aspecto universal dos resultados. O bullying é universal e independe do país , da classe social ou das condições econômicas.


Reforço aqui o que tenho dito: o bullying escolar (school place bullying) ocorre na escola e é lá que tem que ser prevenido antes de tudo e tratado. Todas as crianças têm o direito de ter uma infância feliz e faz parte dela boas recordações da escola.


Não dá para ficar calado.

Tabagismo: uma doença pediátrica

O médico oncologista, do INCA, Roberto Gil, escreveu importante artigo que foi divulgado hoje 12/4 em O Globo. No artigo o médico desafia a sociedade a entender o mal que o tabaco faz a todos e à nossa infância e adolescência em especial. Afirma ele com conhecimento que o grande alvo da propaganda do fumo pela indústria tabagista são os jovens. Isso é perverso! Na medida em que adultos já conscientes do mal causado pelo fumo deixam seu vício a indústria criminosamente conquista os jovens consumidores. O tabagismo é um vício com enorme poder de destruição da saúde. Não permita que seu filho seja alcançado pela indústria tabagista ávida de lucros a qualquer preço. E para nós pediatras fica o desafio de ajudarmos a prevenir a série enorme de doenças causadas pelo vício de inalar substâncias tóxicas e comprovadamente cancerígenas. Não dá para ficar calado.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Entrevista de psiquiatra americano sobre violência nas escolas

O jornal O Globo publicou em 10 de abril uma importante entrevista com o psiquiatra americano Frank Ochberg, consultor do FBI e que orientou a direção da escola Columbine após o massacre 1999.

Sua fala é uma excelente orientação para as autoridades e os formadores de opinião aqui no Brasil, após a chacina de Realengo. Destacamos alguns pontos:

"Em todos os países do mundo a escola é segura, e mesmo a chance de ser morto pelo ataque de um psicopata é mais provável longe da escola".

"Temos que criar uma cultura de confiança e deixar para trás o código de silêncio que faz com que os alunos nunca relatem problemas ou situações de perigo a um adulto. Esta foi uma das grandes mudanças nos EUA após Columbine."

"Os detectores de metal são exceção. Em geral, aqui nos EUA, a resposta a esse tipo de incidente foi mais ampla, mais humanista."

"Se os procedimentos preventivos ajudarem a lidar com o bullying, já é uma boa coisa. Pode não prevenir chacinas, mas é uma boa coisa."

Não dá para ficar calado.

Wellington não foi o único doente mental sem tratamento no Brasil

Não é necessário fazer a dissecação do tema à exaustão para se concluir, por tudo que a mídia divulgou com detalhes, que o assassino de 12 crianças em escola no Realengo, era um psicopata não tratado em nenhum momento de sua vida de 24 anos.

Por que ele não foi tratado? Essa é a grande questão que envolve a responsabilidade da sociedade e sobretudo dos governos. Tudo indica que ele sofreu bullying na escola. Que sua mãe era alcoólatra e o abandonou. São múltiplas situações de perdas e de agressões com as quais ele conviveu durante toda a infância e adolescência.

Mas todas essas perdas não explicam e muito menos justificam a chacina. De nada adianta autoridades o classificarem de animal ou monstro. Não adianta responsabilizar as armas de fogo. São manobras diversionistas que desviam realmente a atenção de todos do problema maior: a inexistência de acesso, precoce e continuado, ao tratamento psiquiátrico, para todos os que dele precisam no Brasil. Talvez essa tragédia não tivesse ocorrido.

Não dá para ficar calado.

Ter filhos não é bricadeira

Ter filhos é assumir um compromisso, às vezes, muito difícil de ser cumprido e para toda a vida.

O que se dirá de um casal ter trigêmeos por fertilização in vitro? E agora?

Ter filhos é um decisão a ser tomada sem egoísmo, sem vaidade e com total consciência da responsabilidade a ser assumida. E antes de tudo pessoas não podem ter filhos ou adotá-los como solução para preencher suas lacunas afetivas.

Não dá para ficar calado.

Escolas podem ser condenadas a indenizar vítimas de bullying

Noticiou-se a punição pela Justiça brasileira de escolas onde crianças sofreram bullying. Isso não chega a ser novidade. Em muitos países as escolas têm sido condenadas a indenizar ex-alunos que foram vítimas de bullying.

Muitas escolas já se garantem contra condenações indenizatórias por conta de bullying, fazendo seguros. E a maioria das escolas já estão bem informadas sobre a existência do bullying e a necessidade de sua prevenção.

A vigilância constante para evitar uma situação tão frequente é fundamental. Cabe à escola proteger seus alunos, geralmente fragilizados e indefesos, contra o bullying.

O Observatório da Infância já vem divulgando com destaque essa realidade. Leia artigo sobre o assunto, publicado no nosso site.

Não dá para ficar calado.

Crianças de 6 anos usando sutiã é condenável

O Observatório da Infância recebeu vários e-mails pedindo opinião sobre o uso de sutiãs por crianças de 6 anos. A moda é, logicamente, introduzida pelos pais.

Todas as crianças devem viver, no seu tempo, as diversas fases da infância e da adolescência. Pular etapas por irresponsabilidade dos pais ou oportunismo de negociantes, é condenável. A puberdade só costuma ser iniciada por volta dos 12 anos. E mesmo após o surgimento dos primeiros sinais de desenvolvimento das mamas nas meninas, a maioria ainda continua com uma sexualidade infantil.

Não dá para ficar calado.

Filme para ver, rever e discutir em grupo


O filme dinamarquês da diretora Suzane Bier, "Em um mundo melhor" (Haevnen - In a Better World) é imperdível.

Alguns críticos destacaram as situações de bullying muito bem mostradas no filme. Por isso o filme já deveria ser visto. Mas ele vai muito além do registro de cenas. O que deve preocupar a todos nós é como prevenir a violência, que é comum em todos os países e como reagir diante dela. A mensagem é de paz.

Não dá para ficar calado.

Agrotóxicos no leite materno

Passou meio desapercebida a notícia sobre uma pesquisa da Universidade de Mato Grosso, que evidenciou que o leite materno das mulheres da cidade de Lucas do Rio Verde, está contaminado por agrotóxicos. A Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), segundo a imprensa, afirmou desconhecer os detalhes da pesquisa.

O problema é sério por não se saber sobre sua extensão e pelas possíveis consequências: abortos espontâneos, má-formação fetal e câncer. O assunto merece maior repercussão.

Não dá para ficar calado.

Autismo, nem tudo é azul

Este é o título do artigo de Cecília Mello publicado do dia 1 de abril na Folha de São Paulo. A sua leitura é obrigatória para todos nós. Confira abaixo.


Autismo, nem tudo é azul

O encarceramento de um autista é desastroso e talvez seja injusto, levando-se em conta que ele poderá não ter a consciência prévia do que fez.

Matéria recente do jornal americano "The Washington Post" causou impacto, por ser parte das preocupações das famílias de autistas. O júri de Stafford (Virgínia), considerou Reginald, 19, autista, culpado por agredir um policial e recomendou dez anos e meio de prisão. Uma mulher, sentada no plenário -que não era sua mãe-, soluçou.

Ela só chorou quando entrou no carro; havia ido aos julgamentos do dia e, ao ouvir a decisão, fez um paralelo entre o réu e o filho James, 17, também autista. Ele poderia ter feito a mesma coisa, disse, mostrando hematomas em seu corpo causados pelo filho, que, sem controle, entrara em estado de violência.

As causas do autismo -transtornos globais do desenvolvimento, caracterizados por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e de comunicação e por repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo- continuam a ser objeto de amplo debate. Só os fatores genético e hereditário parecem ser consenso.

Mas o que pouco se debate é o crescente número de crianças autistas, que se tornam adultas e devem viver em sociedade. Há uma taxa de 1/110 para o espectro autista, sendo 1/70 quando avaliado o sexo masculino.
Não há um autismo, mas "transtornos do espectro do autismo", dadas a variedade e a complexidade de comprometimento. Há pessoas com retardo mental e total incapacidade de comunicação, mas há pessoas verbais, inteligentes, com excelente grau de autonomia. E mais de 50% não apresentam restrição global de QI.

Entretanto, o sofrimento é a dificuldade de interação social, pois, a par da insuficiência e até da impossibilidade de comunicação verbal, a comunicação não verbal é sempre prejudicada. Mesmo nos autistas de alto funcionamento e nos que têm síndrome de Asperger (forma mais branda de autismo), a interpretação literal e a redução de entendimento do implícito, da linguagem visual, gestual e corporal, enfim, estão presentes.

Há mais: estereotipias motoras, de fala, rejeição ao contato físico, dificuldade de fixação do olhar, necessidade de rotina, sofrimento em alterá-la e a enorme angústia de ter a consciência de ser diferente. Por fim, mas não tudo, a autoagressão.

Diagnóstico precoce, acompanhamento médico, terapias cognitivas e corporais, com inclusão escolar e estímulo das habilidades, podem assegurar grandes melhoras, proporcionando até autonomia e integração social plenas.
Uma busca nas decisões criminais dos nossos tribunais pouco revelou. Estarão os autistas recebendo o justo julgamento pela "inadequação" de comportamento? Estarão sendo diagnosticados? As medidas de segurança estarão adequadas? E a execução? Qual o desfecho dessa história?

O encarceramento de um autista é desastroso. Pior, talvez seja injusto, considerando que ele poderá não ter a consciência prévia e lógica do resultado do ato que praticou. O soluço daquela mãe é a síntese: o sentimento de distância entre os aspectos reais de doença psíquica de alta incidência e larga variação e o despreparo da sociedade para lidar com o ajuste entre diferentes segmentos da população. O choro era de medo: pelo despreparo da sociedade para agir e reagir.

Por comodidade ou desconhecimento, a decisão isolou um autista do segmento definido como sadio para juntá-lo a outro, o dos delinquentes, que tiveram a intenção ou assumiram o risco de cometer crimes cuja significação conheciam.
Quantos autistas serão injustiçados para que a sociedade se sinta mais segura, antes de constatar que a correção pode ser questão médica, de educação e inclusão social?

Amanhã, no Dia Mundial do Autismo, cidades estarão iluminadas de azul, cor símbolo do autismo. Mas nem tudo é azul.

Cecília Mello é juíza federal do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, mãe de um Asperger de 19 anos, estudante de direito, é associada-fundadora da ONG Autismo & Realidade.

Depressão pós-parto

Matéria publicada em A Folha de São Paulo de 9 de abril destaca, com base em artigo publicado na conceituada revista norte americana "Pediatrics", que o risco de depressão pós-parto é maior para mães de gêmeos.

É importante destacar que a depressão pós parto é uma doença que leva a mãe a um grande sofrimento. A doença deve ser tratada com medicamentos que impõem a suspensão do aleitamento materno.

A respeito, a reportagem reproduziu uma frase exemplar : "é melhor dar a mamadeira sorrindo do que o peito chorando". Recentemente, uma cliente no consultório em situação similar me perguntou: "Mas o que acontecerá com minha filha se eu suspender meu leite?" Respondi: "Nada. Ela será feliz da mesma maneira."

Não dá para ficar calado.

Tragédia atômica e os "hibakusha"

A atual tragédia que se abateu sobre o Japão já teve precedentes. A destruição de duas cidades japonesas, Hiroshima em 6 de agosto de 1945 e Nagasaki em 9 de agosto de 1945, pelos norte-americanos e as consequências da irradiação sobre os sobreviventes é bem descrita no livro "O último trem de Hiroshima" de Charles Pellegrino (Leya). Morreram 150 mil japoneses no que foi chamado de "Jigoku" (inferno). Os sobreviventes das bombas de radium e plutônio que assistiram ao "Pikadon"(pika-clarão e don-explosão), passaram a ser discriminados por estarem contaminados pelas irradiações. Eram os "Hibakusha".

Hoje a imprensa voltou a falar nesses possíveis contaminados, não vítimas de uma dos grandes horrores da Segunda Guerra Mundial, mas de fenômenos da natureza. Não deixem de ler o livro citado acima.

Não dá para ficar calado.

Nova pesquisa sobre bullying

O Jornal de Pediatria, órgão oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), publicou no número 1/2011 importante artigo sobre bullying com o título "Prevalência e características de escolares vítimas de bullying".

O estudo foi realizado com 1075 estudantes de Pelotas(RS). Foi utilizado o questionário da instituição inglesa Kidscape. O trabalho evidencia o aspecto universal do bullying.

Confira o resultado do estudo em http://www.jped.com.br/conteudo/port_resumo.asp?varArtigo=2131&cod=2

A autora, Dra. Luciana de Ávila Quevedo divulga seu e-mail para correspondência: lu.quevedo@bol.com.br

Não dá para ficar calado.

Livro infantil recomendado

O Observatório da Infância recebeu da Geração Editorial o livro infantil "Segredo segredíssimo", de autoria de Odívia Barros com ilustrações de Thais Linhares. Trata ele de forma simples e objetiva da necessidade de a criança vítima de abuso sexual intra- familiar, contar sobre o que está acontecendo com ela. Recomendo para crianças, pais e educadores. Não dá para ficar calado.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tenho medo de tudo que vira moda

É o caso do bullying. As situações de constrangimento, humilhação continuada e exclusão de alguns nas escolas, são bem conhecidas pelos professores. Desde a pesquisa com quase 5 mil alunos em 11 escolas públicas e privadas no município do Rio feita pela ABRAPIA em 2002, que evidenciou que os alunos sofriam e praticavam violências de todas as formas, de maneira continuada nas escolas com a mesma prevalência das escolas inglesas ou americanas, o bullying passou a ser visto. Sim, porque ele existia, não tinha nome, nada se fazia, não se fazia qualquer prevenção. Crianças excluídas, de forma perversa cresciam sofrendo em silêncio, não escutadas na escola e tampouco em casa.A divulgação tornou bem visível uma situação antiga. Isso tudo é muito bom. Eu pessoalmente e provavelmente muitos outros, dou entrevistas diárias. São muitos os convites e grande o interesse. No entanto estou sentindo falta da participação em todas essas ações dos professores e das escolas. Afinal o bullying escolar ocorre na escola e lá deve ser prevenido, antes de tudo, e com a participação de pais e alunos. Está havendo denúncias de bullying para muitos setores que por desconhecimento procuram colocar sobre a questão o foco apenas dos direitos humanos e atuar já em nível de Polícia e Justiça. Não. O bulying é sim uma questão de direitos humanos e tem que ser antes de tudo prevenido e enfocado pela escola , pelas e alunos. Aquela escola que não previne o bullying não deve se prestigiada. Mas todas as escolas, públicas e privadas tem que reconhecer que o bullying é inadmissível e que a continuidade das ofensas pode fazer seres humanos muito infelizes, às vezes para toda a vida. Temos que tomar cuidado com a banalização dessas situações, mas deixando claro que o reconhecimento do bullying é recente no Brasil e portanto deve merecer destaque.Mas aqueles que mais deveriam estar falando sobre bullying não estão: pais e escolas e obviamente os alunos, sejam eles alvos do bullying, praticantes ou testemunhas silenciosas. E finalmente, lembrando: o bullying é uma violência que não deve ser resolvida pela violência. Não dá para ficar calado.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Observatório da Infância chega à marca de 1 milhão de acessos

O site Observatório da Infância, um canal de informação sobre a infância e o adolescente, atingiu em 21/03 a marca de 1 milhão de visitas, confirmando o seu propósito de ser um órgão de comunicação, um elo de ligação entre o conhecimento técnico-científico e o conhecimento popular, uma tradução da linguagem teórica e acadêmica para a informação simples, prática e opinativa.

Não dá para ficar calado.

Um tapinha não dói?

Esse é o título da matéria sobre educação dos filhos da jornalista Vivian Ortiz, no Guia da Semana SP, de 15/03. O editor do site e do blog foi entrevistado. Veja lá também.

A pesquisa: "Você acha que dar uma palmada no seu filho de vez em quando ajuda a educá-lo?" Aproveite e dê sua opinião.

Link da matéria: http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Filhos/Noticia/Um_tapinha_nao_doi_.aspx?id=73602

Não dá para ficar calado.

Não tenha filhos

Se você não tiver disponibilidade afetiva, financeira e de tempo para se dedicar aos filhos, não deve tê-los.

Você concorda comigo?

Não dá para ficar calado.

No Rio, por ciúmes, tia decepa com faca a mão de bebê de 3 meses

O pediatra Lauro Monteiro, editor do site Observatório da Infância, emitiu sua opinião em dois momentos. Na rádio Globo, no programa do Mário Canásio em 11/03/11 e na TV Globo, no programa Globo Comunidade. Veja mais detalhes a respeito do caso.

Não dá para ficar calado.

terça-feira, 1 de março de 2011

Uma atitude nobre e inédita

O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais bem votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa.

Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado "cotão". Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600.

Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.

"A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores", afirmou Reguffe em discurso no plenário.

Fonte: http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2011-02-05/politica/1848/ESTREIA-COM-EXEMPLO-DE-AUSTERIDADE.pnhtml

Não dá para ficar calado.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Quero doar bebê que vai nascer em maio"

"Preferência que seja adotada por um casal com estabilidade financeira, sem vício.. Pegar na maternidade..."

O texto é de um dos e-mails que recebemos diariamente. Será possível que essas pessoas não possam ter orientação sobre como proceder no local onde moram?

Recentemente duas situações de abandono de bebês foram relatadas na mídia. Uma delas se refere a uma mãe que deu à luz em uma maternidade. Forneceu nome e endereço falsos. Logo que o bebê nasceu ela foi embora e abandonou seu filho na maternidade.

O outro caso foi de uma mãe que escondeu a gravidez até o fim. Dizia a todos que tinha um mioma.Quando o bebê nasceu jogou-o em um córrego perto de sua casa.

Ambos os bebês estão salvos e serão adotados. Mas um correu risco de morrer. Fica a pergunta ? Por que atirar o bebê em um córrego se poderia "abandoná-lo" no Juizado da Infância e da Juventude?

Sempre a falta de informação!

Não dá para ficar calado.

"Quero adotar uma criança"

Vejam como a desinformação é total. Uma mulher quer dar seu bebê que vai nascer, ainda na maternidade e a outra que adotar. Até parece que não existe Juizado da Infância e da Juventude, ou até mesmo Conselho Tutelar nestas regiões.Será possível?

O que falta antes de tudo é falta de informação.

Não dá para ficar calado.

Relatos e pedidos de ajuda

O Observatório da Infância recebe nunca menos que dez e-mails diariamente. A quase totalidade se refere a pessoas com graves problemas e totalmente perdidos em relação ao que fazer. São crianças em sofrimento, crianças ameaçadas, crianças vítimas da violência sexual, física e psicológica e adultos que pedem ajuda, muitas vezes para si próprios também vítimas de abuso sexual quando crianças.

É frustante que não possamos fazer quase nada e lamentável que essas pessoas não encontrem onde moram apoio e ajuda para elas e suas crianças.

Não dá para ficar calado.

Madeleine. Viva ou Morta?

Parece que em breve todos se esquecerão de Madeleine, como são esquecidas tantas outras crianças desaparecidas. Madeleine faria (ou fará?)em maio 8 anos. Desapareceu há 4 anos no Algarve, Portugal. Seus pais, médicos em Londres, a deixaram sozinha com seus imãos dormindo no apartamento térreo, alugado para férias e foram jantar. Ao retornarem Madeleine havia desaparecido.

Os boatos continuam enquanto os pais se preparam para lançar um livro sobre o que aconteceu. Madeleine, segundo as últimas notícias estaria nos EUA após ter sido raptada por uma rede de pedofilia. É possível.

Uma pergunta que sempre me faço. Qual a responsabilidade dos pais de Madeleine? Afinal ela mal tinha 4 anos.

Uma história que transmite esperança é a da menina Natascha que foi raptada aos 10 anos de idade quando ia para a escola em Viena, Austria. Permaneceu em cativeiro durante 8 anos, quando conseguiu fugir. O livro em que ela conta tudo que ocorreu com ela e com seu raptor acaba de ser lançado no Brasil com o título 3096 dias. Natascha está viva e retomou sua vida. O raptor morreu.

Não dá para ficar calado.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sobre o Big Brother Brasil

Reproduzimos aqui dois e-mails que recebemos sobre o BBB. Não há dúvidas sobre o baixíssimo nível do programa da TV Globo e do mal que ele causa à sociedade brasileira. Mas ele segue campeão de audiência. Preocupa-me o fato de pessoas de bom nível social e até cultural assistirem esse programa. E os adolescentes e jovens?
A única maneira dele sair do ar é baixar sua audiência. É o que estamos tentando fazer.

Não dá para ficar calado.


BIG BROTHER BRASIL
Autor: Antonio Barreto,

Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação..

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…



Crônica de Luiz Fernando Veríssimo sobre o "BBB"

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima terceira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 11 é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.

Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados.

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína, Zilda Arns).

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E aí vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foram construído nossa sociedade.

Dois livros recomendados

Dois livros que recomendo com entusiasmo para aprendermos a relativizar nossas perdas e nossos sofrimentos: "Uma Mulher em Berlim" (Record) e "Os Anagramas de Varsovia" (Record).
Não se preocupem: não são monótonos, pelo contrário, e tampouco apologistas.

Menino-bomba mata 31 pessoas

Um menino-bomba de 12 anos ( posteriormente houve informações que ele teria 14 anos) com uniforme escolar, se explodiu matando no mínimo 31 soldados recrutas no Paquistão.
Tento imaginar como esse menino viveu seus primeiros anos de vida, como são seus pais e sua família, porque ele se matou matando tantos outros. O que o motivou a desistir da sua vida.
É difícil entender.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Filmes recomendados pelo blog

"Inverno da alma", "Além da vida", "O concerto", "Tetro", "Biutiful", "Trabalho sujo", "Fora da lei".

Todos estão em cartaz.

Totalmente dispensável é o tedioso filme "Um lugar qualquer" de Sofia Copolla.

Veja abaixo, imagens dos filmes recomendados.








Não dá para ficar calado.

Livros estuprados e a ideologia dos "politicamente corretos"

O escritor americano Mark Twain, em 1884 escreveu o romance "As aventuras de Huckleberry Finn". Em 1993, Monteiro Lobato escreveu "Caçadas de Pedrinho". Ambos foram lidos por várias gerações. E o que têm mais em comum? Ambos estão sendo modificados por autoridades, por terem "conteúdo racista".

Jorio Dauster em entrevista à mídia afirmou, com razão: é o equivalente a estuprar um livro.

A estreiteza das idéias nos EUA é bem mostrada no livro de Philip Roth, "A marca humana", que relata a perseguição sofrida por um professor universitário que usou a palavra "spooks" para se referir a dois alunos ausentes desde o primeiro dia de aula. Vale a pena procurar no dicionário os significados da palavra spooks.

Não dá para ficar calado.

Saneamento básico ou... ilusões

Pobreza é a privação de necessidades básicas. O Brasil vai mal em quase todos os indicadores básicos internacionais, apesar da gradativa e lenta melhora em alguns indicadores. Talvez o dado mais significativo e assustador conhecido seja o do saneamento básico: 56% da população não tem esse direito fundamental atendido no nosso país.

A falta de saneamento básico afeta diretamente e negativamente a taxa de mortalidade infantil.

Não dá para ficar calado.

Medicamento para parar de fumar pode levar ao suicídio

O medicamento Champix do laboratório Pfizer, usado para parar de fumar poderia causar problemas neuropsicológicos, suicídios, tentativas de suicídio e crises convulsivas. Nos EUA já haveria mais de 1000 ações na Justiça americana contra o produto. A notícia foi divulgada na mídia em janeiro.

Não dá para ficar calado.

Dilma e Sergio Cabral com camisetas da Unimed

Em 15 de janeiro a FOLHA SP divulgou uma foto com o governador do Rio e a presidente do Brasil no campo do Fluminense com a camiseta da empresa de serviços de saúde Unimed.

A cara patética beirando o ridículo, sobretudo de Sergio Cabral, sinaliza para o absurdo da propaganda.


Não dá para ficar calado.

A passividade do brasileiro

Talvez chegue a 1000 o número de mortes na tragédia da região serrana fluminense. Quantas crianças? Não se divulgou ainda.

Os responsáveis se esquivam. O povo promove uma corrente de solidariedade. Não basta!

Até quando vamos contar nossos mortos? Há responsáveis e não são somente as chuvas.

Cidadania sem indignação não existe. O Rio não pode esquecer.

Não dá pra ficar calado.

Fumo ataca células em meia hora

Matéria de O Globo mostra que um único cigarro pode provocar alterações celulares ligadas ao câncer. A pesquisa é inédita. Segundo Vera Colombo do Instituto Nacional do Câncer já era sabido que a nicotina chega ao cérebro em 7 a 10 segundos mas não sabíamos que as substâncias do tabaco afetavam o DNA das células tão precocemente.

Hoje é sabido que a prevenção do câncer deve iniciar precocemente. A responsabilidade da prevenção do câncer passou a ser dos pais em relação a seus filhos: alimentação saudável, exercícios físicos e nunca iniciar o uso do tabaco.

Dia 4 de fevereiro é o Dia Mundial do Câncer.

Não dá pra ficar calado.

Ascensão da classe C

Marcos Claudio, Lurian, Fábio Luís, Sandro Luís, Luís Claudio, todos filhos de Lula foram beneficiados com passaportes diplomáticos. Realmente: a classe C vai ao paraíso.

Não dá pra ficar calado.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Carta para O Globo, não publicada

Texto de Carlos Fernando de Azevedo enviado para "Cartas dos Leitores", de O Globo, em 26/12, e não publicada

"Durante mais de três décadas trabalhei na linha de frente da assistência médica oficial (INPS, INAMPS e, depois, SUS). Atuei em Hospitais Universitários, Centros e Postos de Saúde, no atendimento à população de todos os estratos sociais, com marcante predomínio de pobres de todas as raças. Jamais presenciei ou tive conhecimento de qualquer ato de discriminação racial em qualquer desses cenários. O que se observa são as inúmeras e sérias deficiências do sistema atingindo igualmente todos os que dele necessitam. Causaram-me, portanto, indignação e revolta as conclusões divulgadas na reportagem “Abismo racial na saúde” (O GLOBO 26/12).

Atribuir (ou insinuar) que falhas no atendimento médico da população parda ou negra devem ou são agravadas por discriminação racial traduz um simplismo incompatível com qualquer pesquisa que se pretende séria. Serve apenas para alimentar a tendência obsessiva do atual governo de implantar o racismo no país, talvez para justificar a criação de gordas sinecuras pagas pelo contribuinte, como a orwelliana Secretaria da Igualdade Racial."

Não dá para ficar calado.

Governador Sérgio Cabral assina decreto que beneficia Luciano Huck, cliente de sua mulher.

O Observatório da Infância recebeu por e-mail o texto abaixo. Reproduzimos em razão de sua importância.

Vocês imaginam a possibilidade de a Michele Obama advogar? Pois era uma grande advogada antes de o marido ser eleito. Agora fica em casa, pois tem ética e pudor. Aqui isso falta, e MUITO.

Luciano Huck contrata escritório da mulher de Cabral e ganha de presente decreto do governador que libera sua casa em Angra.

Mais um caso escandaloso envolve o governador Sérgio Cabral e sua mulher Adriana Ancelmo. É mais uma situação em que um cliente do escritório de sua mulher é beneficiado pelo governador Sérgio Cabral. Desta vez, envolve o apresentador da TV GLOBO, Luciano Huck. O artista tem uma mansão em Angra dos Reis, que foi construída de forma irregular e por isso responde processo movido pela prefeitura do município.

Luciano Huck contratou o escritório de advocacia da mulher de Sérgio Cabral e "coincidentemente", o governador assinou um decreto que liberou as construções em Angra dos Reis e na Ilha Grande. O decreto de Cabral é uma aberração tão grande, que ambientalistas o apelidaram de "Lei Luciano Huck", por ter beneficiado o apresentador.

O jornal Estado de São Paulo publicou a denúncia gravíssima. Mais uma denúncia que envolve negócios particulares da mulher de Sérgio Cabral com decisões tomadas pelo governador, que beneficiaram os clientes da esposa. Mas os jornais do Rio continuam ignorando o assunto.

O Ministério Público estranhamente, diante de tantas evidências, denúncias e fatos comprovados, até agora não se manifestou. Os deputados vão pedir uma CPI para apurar a situação do Metrô Rio, que é cliente da mulher de Cabral, e teve sua concessão prorrogada por mais 20 anos pelo governador. E isso é só a ponta do iceberg!

Pois aguarde, que a situação é inusitada. AGORA, COMEÇA A SE ENTENDER PORQUE O ESCRITÓRIO DA MULHER ADRIANA ANCELMO CRESCEU TANTO, DESDE QUE O SEU MARIDO SÉRGIO CABRAL ASSUMIU O GOVERNO.

QUEM PRECISA DE CONTRATOS, DE DECRETOS, DE AUTORIZAÇÕES DO GOVERNADOR ENCONTROU O MELHOR CAMINHO, QUE VEM SENDO CONTRATAR O ESCRITÓRIO DE SUA MULHER.

Está cada vez mais difícil acreditar nas pessoas que se "metem" na política e na gestão pública deste país!

Não dá para ficar calado.

Big Brother Brasil

Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação..

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dar muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

Não dá para ficar calado.