sábado, 28 de julho de 2012

Genocídio dos armênios em Alepo

Alepo, a segunda maior cidade síria, está hoje em evidência por conta da guerra civil no país. Mas em 1916 Alepo foi palco de um crime contra a humanidade. Em seis meses, cerca de 1,2 milhão de armênios foram enviados pelo governo turco, de diversas aldeias para o deserto sírio, em uma caminhada para a morte. Quantos sobreviveram? Henri Morguenthau, então embaixador dos EUA em Constantinopla afirma em seu consagrado livro que de cada grupo de 18 mil pessoas, apenas 150 chegavam a Alepo.

A realidade está bem mostrada em livros e filmes. A Turquia irracionalmente nega o genocídio armênio. Documentos históricos e testemunhos mostram claramente a matança dos armênios ordenada pelo governo turco. O reconhecido filósofo francês Bernard Henri Levy, de origem judia, afirmou em discurso: "O negacionismo é inaceitável. Como nos sentiríamos hoje se o genocídio praticado contra nosso povo pelos nazistas não fosse reconhecido pela Alemanha?". É bem conhecida a frase de Hitler ao ordenar o assassinato dos judeus: "Quem se lembra hoje da matança dos armênios pelos turcos?".

Muitos países e instituições internacionais reconhecem hoje o genocídio dos armênios pelos turcos: Alemanha,Argentina, Armênia, Bélgica, Chile, Chipre, Canadá, Eslováquia, França, Grécia, Holanda, Itália, Líbano, Lituânia, Polônia, Rússia, Suiça, Suécia, Uruguai, Vaticano e a Venezuela.

O exemplo da França que hoje reconheceu através de seu presidente, François Hollande, a culpa da França por ter enviado milhares de judeus franceses para a morte em campos de concentração nazistas, deve servir de estímulo para outros países que ainda aceitam o negacionismo. Quando o Brasil fará parte da lista de países que reconhecem o genocídio armênio?

Não dá para ficar calado.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dois filmes e um livro que recomendo com entusiasmo

O livro "A história do embaixador Morgenthau" foi editado pela Paz e Terra e encontra-se com facilidade nas livrarias. Henri Morgenthau foi embaixador dos EUA na Turquia durante os anos de 1915 e 1916, época da Grande Guerra.


Os filmes que cito a seguir podem ser adquiridos com facilidade pelo site "artenocinema" com legendas em português. São eles: "La Masseria Delle Allodole" (A casa das cotovias), dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani, e "Not Without My Daughter" (Não sem minha filha), com Sally Field.


Não dá para ficar calado.

A escolha de Sofia

O filme com esse título se tornou um clássico. Diante do algoz nazista a mãe judia teve que decidir qual dos dois filhos ela escolheria para não morrer. Agora, leio a notícia do lançamento na Turquia do livro "Derrière soi", da escritora Binnaz Oner.

Durante o genocídio dos armênios pelos turcos em 1915, muitas mães tiveram que decidir entre deixar seus filhos morrerem ou entregá-los para um lar turco.

A escritora afirma: "Abandonar seu próprio filho é pior que a morte para uma mãe". Lemos agora a notícia vinda do palco da guerra civil na Síria. Um militar do governo Assad mandou que uma mãe escolhesse entre dois filhos para ser assassinado: Omar, de 16 anos, ou Shadi, de 5 anos. Incapaz de escolher ela viu o soldado matar o mais velho na frente dela.

A barbárie é o elo de ligação entre o genocídio dos judeus pelos nazistas, o genocídio dos armênios pelos turcos e a atual matança na Síria.

Não dá para ficar calado.

Acobertar abuso sexual leva padre a cadeia

Pela primeira vez um padre católico nos EUA foi condenado por acobertar os casos de abuso sexual praticados por padres sob sua supervisão. A decisão inédita é importante.

A impunidade favorece o abuso sexual de crianças.

Não dá para ficar calado.

Atenção povo brasileiro. O julgamento do mensalão vem aí

A corrupção, a impunidade e a gigantesca defasagem entre os menores e os maiores salários são a marca registrada do Brasil. Essas são as mais marcantes situações que distinguem o nosso país de todos os outros.

A impotência do brasileiro diante dessa realidade está levando o povo a uma alienação total. Quase um torpor. E o pior é que esse é o estímulo para aqueles que já estão no poder ou que a ele querem chegar a qualquer custo. Esses estão atentos, ávidos, em vigília permanente.

Vamos acordar e gritar!

Não dá para ficar calado.

sábado, 21 de julho de 2012

O Massacre dos Armênios pelos Turcos. Barbaridade.

Aurora Mardigamian foi testemunha ocular, viva, sofrida, do genocídio dos armênios pelos turcos em 1915. Ela uma adolescente de 15 anos, assistiu a quase toda sua família ser torturada e morta. Anos após, já nos EUA, ela contou em livro a sua história. Em 1919 foi feito um filme em Holywood baseado no seu livro. À época teve uma enorme repercussão. Infelizmente, do original, restam apenas cerca de 20 minutos. É o suficiente. O filme é real, chocante, bárbaro. Não dá para ficar calado.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Estive seis dias na Armênia

Estive 6 dias na Armênia. E todos me perguntavam: "Por que Armênia ?"  "Onde fica?" "Fazer o quê?". Agora de volta vou escrever aos poucos sobre o assunto. O cerne da questão é o genocídio de 1,5 milhão de armênios pelos turcos em 1915 e até hoje não reconhecido pela Turquia. Fui conhecer de perto aquela nação tão forte em seu patrimônio humano, mas tão injustiçada ao longo dos anos.

O embaixador da Armênia no Brasil ofereceu-me o apoio necessário em Yerevan, capital da Armênia. E lá fui eu para a Ásia, para aquele pequeno país que faz fronteira com dois países inimigos, a enorme Turquia e o Azerbaijão, tendo ao norte a Georgia e ao sul o Irã. Apesar de próximo, não tem acesso ao Mar Negro nem ao Mar Cáspio. Contudo é um país que cresce, moderno, ocidentalizado e cristão. Foi a Armênia a primeira nação cristã do mundo, no ano 300 DC.

Em 6 dias assisti a três casamentos e um batismo, em monastérios de séculos atrás. As pessoas com as quais tive contato em Yerevan são muito receptivas e sorridentes. Fui acompanhado nas visitas importantes que fiz por Felix Sayadyan amigo pessoal do embaixador em Brasília, Ashot Yeghazarian.

Voltarei a escrever sobre o genocídio em breve.

Aqueles que se sentirem estimulados a conhecer mais sobre o assunto e aqueles que de alguma forma já o conhecem peço que entrem em contato comigo pelo e-mail lauro.monteiro@terra.com.br

Não dá para ficar calado.