A enorme divulgação da decisão do arcebispo de Recife e Olinda de aplicar a lei da Igreja Católica e excomungar aqueles que participaram do aborto, legal pelas leis brasileiras, em uma menina de 9 anos vítima de estupro pelo padrasto, só trouxe um grande benefício: mostrar ao Brasil uma realidade, que é o abuso sexual na família. Longe de se constituir em exceção, a violência sexual contra a menina pernambucana de 9 anos e sua irmã de 14 anos pelo padrasto, é um exemplo trágico de uma prática frequente, que não aparece nas estatísticas e que segue silenciosa, destruindo a infância de muitas crianças.
O foco da questão toda, na minha opinião, não deveria ser a excomunhão, que na prática a poucos atinge e a quase ninguém assusta, mas a frequência do abuso sexual na família e suas consequências, que não se restringem a uma gravidez de alto risco, mas a uma gama enorme de repercussões na vida da vítima.
Leia também: Brasil bárbaro, artigo publicado no site Observatório da Infância e Fora de foco, publicado no blog.
Não dá para ficar calado.
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3 comentários:
Caro Dr. Lauro, concordo plenamente com as suas palavras a respeito desse caso. Infelizmente,ainda, a sociedade e a mídia enfatizam aspectos do problema que não vão contribuir para a proteção das crianças vitimizadas sexualmente.Moro em Recife e falou-se demais a respeito da excomunhão da equipe, e pouco em relação às consequências de todos esses abusos sofridos por essa garotinha. Agora a dolorosa situação de vida dela caiu no esquecimento...Trabalho diariamente com as dores emocionais de criança e adolescentes que sofrem abuso sexual, e acompanho o desamparo delas diante da precária agilidade do sistema de proteção. É uma situação muitas vezes desesperadora.
Um abraço.
Dr. lauro concordo com o que vc acha e fala sobre a violencia sexual com criaças e com qualquer um.
beijos e abraços...
Denunciei o pai da minha filha há 2 anos atras,mas como moramos numa cidade pequena,nem o conselho tutelar nos ajudou,minha filha aos 5 anos depos no Forum Central em Porto Alegre contando o que acontecia,mas infelizmente hoje eu estou sendo acusada de alienação parental pelo pai,pois expliquei para minha filha que o que o pai fazia era errado e ela não quis mais ve-lo.Preciso de orientação pois com esta lei posso perder a guarda da minha filha para este PAI.Aguardo ajuda
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