O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, continua buscando os holofotes. Segundo a Folha de São Paulo de 10/03/09, o ministro interrompeu um evento em Brasília para cumprimentar o médico que coordenou o aborto praticado em criança de 9 anos vítima de estupro. Desceu do palco sobre forte aplauso dos presentes e disse que cumprimentava um dos profissionais que "salvou a vida de uma criança".
A estéril polêmica entre representantes do governo federal e a Igreja Católica, representada pelo arcebispo de Recife e Olinda Dom José Cardoso Sobrinho, sobre o aborto praticado na menina de 9 anos, estuprada e engravidada pelo padrasto, ganhou um novo alento. A continuidade vai depender da Igreja (e obviamente da imprensa). Aguardemos.
Penso que o ministro deveria usar sua influência e suas atitudes midiáticas para combater com medidas concretas a desvalorização da criança-mulher na família brasileira. Uma menina de família miserável, desnutrida, tem a primeira menstruação aos 7 anos, é abusada pelo padrasto durante 2 anos até ficar grávida de gêmeos. É essa a infância da criança brasileira? Quantas estarão hoje em situação semelhante? Estou certo que muitas. São elas que merecem toda a atenção e holofotes da mídia e não ministros e bispos.
Não dá para ficar calado.
terça-feira, 10 de março de 2009
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