Lotes de vacinas contra o papilomavirushumano (HPV), Gardasil - do laboratírio Merck Sharp & Dhome, foram recolhidos por determinação das autoridades sanitárias da Espanha. A razão, segundo o jornal o Estado de São Paulo, que divulgou a notícia em 11/02/09, foi que duas adolescentes foram hospitalizadas após terem sido vacinadas em uma campanha promovida pelo governo espanhol. O HPV pode causar câncer de colo uterino. A vacina é normalmente aplicada em mulheres de 9 a 26 anos.
No Brasil, em 2007, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou a comercialização da vacina Gardasil, para a prevenção de doenças causadas por 4 tipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. A eficácia da vacina é superior a 95%. Contudo, ela não é disponível na rede pública no Brasil. A aplicação em clínicas particulares custa até R$ 364,16 por dose, devendo ser aplicadas 3 doses.
Após a notícia que foi divulgada na impresa européia sobre os efeitos adversos da vacina na Espanha, é urgente que o Ministério da Saúde brasileiro se manifeste publicamente. Portugal, país vizinho da Espanha, já divulgou nota oficial.
As reações oficiais brasileiras diante da suspensão de medicamentos em outros países costumam ser muito lentas, possibilitando que a população continue utilizando produtos que posteriormente serão retirados do mercado.
A prevenção do câncer de colo uterino através de vacinas contra o HPV, autorizadas pelo Ministério da Saúde, é de grande importância e inclusive se impõe que sua prática seja democratizada. Todos e não apenas os que podem pagar mais de R$ 1.000, têm direito ao seu uso. Por essa razão, em situações como a divulgada na mídia, é muito importante a manifestação pública do Ministério da Saúde.
Não dá para ficar calado.