Matéria publicada em 09/12/08 na Folha de São Paulo com o título "Projeto de Lei reabre debate sobre dislexia", tem merecido várias cartas publicadas no jornal. As opiniões são contraditórias. A última, publicada em 14/12, de uma psicóloga do Serviço de Psicologia Escolar da USP, critica o exagero no diagnóstico de dislexia, inclusive aqueles feitos pela Associação Brasileira de Dislexia, e faz sérias acusações.
O fato é que, antes de ser diagnosticada uma criança como disléxica, deve ser considerado o tempo de cada criança, que é extremamente variável, e as condições do ensino onde a criança estuda. O exagero leva a acusações de mercantilismo por parte de especialistas e sobretudo, pode causar graves danos a crianças e suas famílias.
O assunto é sério e preocupante e merece amplo debate entre especialistas.
Não dá para ficar calado.
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4 comentários:
Gostaria que o Dr Lauro Monteiro tivesse a coragem de me responder um dia. Rsss. Tentei muito.
Com o apelo de midia, com o envolvimento de indústria farmacêutica e mercado privado de saúde, onde há dinheiro envolvido, há que se ter o pé atrás. Vc está certo, rotular uma criança, inundá-la de cuidados, restrições e cuidados de que não necessita é tão perturbador quanto conhecer a patologia e não tratá-la.
Modismos atrapalham... é como o TDAH... virou moda há algum tempo, MUITA criança brincalhona foi rotulada, muitas tomaram ritalina e outras tomam calmantes inapropriados... bastava deixá-las brincar (muitas, não todas), porque talvez tenham sido diagnosticadas na "onda"...
Como diz CSLewis, no Screwtape letters, quando algo é transformado em jargão, perde a força e o significado... é o mesmo com diagnosticos... é como a virose, prá nós faz sentido e ajuda o raciocínio, para os pais é sinônimo de que o 'médico não sabe do que está falando'...
Um abraço.
Andre.
Não sou um especialista no assunto, mas conheço pessoas disléxicas, e posso garantir uma coisa. Elas necessitam, sim, de cuidados especiais, e muito. Para quem não tem que enfrentar o problema, falar é muito fácil.
A realidade não é percebida por quem a estuda nem por quem a examina. A extenção da realidade de fato só é percebida em sua totalidade por quem a sente ou convive com ela. É verdade que a mídia é muitas vezes sensacionalista e a indústria farmacêutica fatura muito, mas tem muita gente por aí usando isto como justificativa para dar uma resposta fácil sobre algo que não entende.
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