sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Pará: violência, machismo, preconceito e corporativismo.

A adolescente L., de 15 anos, que em cadeia de Abaetetuba, sofreu às vistas das autoridades e com conhecimento delas, violência física e sexual, durante quase um mês por vinte homens, continua a ser vitimizada pelas autoridades. Já foi chamada de débil mental pelo ex-delegadochefe do Pará. Os delegados locais coagiram seus pais para criar uma nova certidão de idade falsa, de 19 anos.

Agora, a delegada corregedora da Polícia Civil do Pará defendeu os policiais locais, afirmando que a culpa é da adolescente, que apesar dos seus 15 anos, provocava, seduzia e tinha atividades sexuais com os presos. Apesar de tardiamente, tanto a corregedora quando o delegado geral foram afastados.

As perguntas são: Quem os colocou lá? Será impossível encontrar no Pará pessoas capazes, que não sejam preconceituosas, machistas e despreparadas para atuar com insenção nas suas atividades públicas?

Quando vão entender que o fato de ser menor de idade agrava o problema, que existiria também se L. fosse maior de idade, que um crime foi cometido às vistas das autoridades e que as autoridades envolvidas vêm mentindo seguidamente.

Aliás, a única verdade que a delegada-corregedora Liane Martins disse, foi que a adolescente L. precisa de uma avaliação psicológica, mas o que ela não disse é porque isso ainda não foi feito. Não para proteger os seus policiais ("São pessoas que tem formação.") mas para proteger a vítima. E Lula foi até o Pará para apoiar a governadora Ana Júlia Canepa. Após a casa cair ela vem exonerando algumas autoridades. É pouco. Não dá para sorrir (ou dançar) sob aplausos do presidente Lula, que se esqueceu que "a companheira" foi eleita em outubro de 2006 e, portanto, lá está há 12 meses (e mais 2 meses de governo de transição) e não há 4 meses, como Lula afirma ao povão que o escuta, sob aplausos dos seus áulicos.


Foto: Cristiano Martins - O Globo (07/12/07)




Não dá para ficar calado!

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