De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil entrou no grupo dos países com alto desenvolvimento humano. Os resultados são referentes ao ano de 2005, quando o Brasil, após anos de pequenos progressos, finalmente atingiu o limite mínimo necessário do Índice de Desenvolvimento Humano, para mudar de grupo, 0,800. O IDH se baseia em fatores como expectativa de vida, alfabetização e PIB per capita. O principal fator que favoreceu o Brasil recentemente foi o aumento da expectativa de vida. (Charge: Chico / O Globo - 15 março 2007)
Estatísticas são coisas realmente estranhas. Enquanto o governo faz a sua leitura e festeja a divulgação dos resultados, esquece-se de olhar para outros indicadores, também agora divulgados. O Brasil é o mais desigual do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China). A renda dos 20% mais ricos aqui é 21,8 vezes maior que a renda dos mais pobres. Na China é 12,2; na Rússia 7,6; e na Índia 5,6. No mundo é o 11º em desigualdade. Na América Latina e Caribe só são piores que o Brasil, a Bolívia, o Haiti, a Colômbia e o Paraguai. Festejar o quê? E por quê? Porque o Brasil caiu de 10º lugar em 2004 para 11º em 2005! É muito pouco para merecer festas.
Os países da América Latina e do Caribe estão entre os piores em termos de distribuição de renda no mundo. Dos 15 países mais desiguais do mundo, nove estão no continente: Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai, Brasil, Guatemala, Chile, Honduras e Equador.
Parece que existe uma evidência a ser considerada: o programa Bolsa Família foi a mola propulsora desses resultados agora festejados pelo governo. Apesar de ser um programa populista e eleitoreiro, atinge ele alguns de seus objetivos, principalmente por real e efetivamente fazer chegar algum dinheiro às mãos de quem mais precisa. Isso de deve a um sistema informatizado eficaz que reduziu em muitos a fraude e os desvios. A descentralização e sobretudo a tecnologia da informática é o grande suporte do Bolsa Família.
Por outro lado, é bom lembrar que o rigoroso registro informatizado daqueles que recebem o benefício poderia ser usado para informar ao beneficiário, às vésperas das eleições, quem são os candidatos responsáveis pelo repasse.
A manchete de O Globo de 28/11 sinteticamente reflete a situação divulgada pela ONU: “Na ‘lanterna’ da elite mundial. Brasil entra no grupo de alto desenvolvimento”. A Folha de São Paulo mostra gráfico da evolução do Brasil e afirma que a “variação nos últimos 5 anos foi a menor desde 1975”. Alguns especialistas destacam que ser considerado país de alto IDH oculta a enorme desigualdade brasileira.
De toda forma, não resta dúvida que por mais pífio que sejam os resultados é melhor estar entre os países que melhoraram no relatório da ONU do que entre aqueles que retrocederam. Parece que é só isso, o resto é ufanismo irreal e perigoso.
Estatísticas são coisas realmente estranhas. Enquanto o governo faz a sua leitura e festeja a divulgação dos resultados, esquece-se de olhar para outros indicadores, também agora divulgados. O Brasil é o mais desigual do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China). A renda dos 20% mais ricos aqui é 21,8 vezes maior que a renda dos mais pobres. Na China é 12,2; na Rússia 7,6; e na Índia 5,6. No mundo é o 11º em desigualdade. Na América Latina e Caribe só são piores que o Brasil, a Bolívia, o Haiti, a Colômbia e o Paraguai. Festejar o quê? E por quê? Porque o Brasil caiu de 10º lugar em 2004 para 11º em 2005! É muito pouco para merecer festas.
Os países da América Latina e do Caribe estão entre os piores em termos de distribuição de renda no mundo. Dos 15 países mais desiguais do mundo, nove estão no continente: Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai, Brasil, Guatemala, Chile, Honduras e Equador.
Parece que existe uma evidência a ser considerada: o programa Bolsa Família foi a mola propulsora desses resultados agora festejados pelo governo. Apesar de ser um programa populista e eleitoreiro, atinge ele alguns de seus objetivos, principalmente por real e efetivamente fazer chegar algum dinheiro às mãos de quem mais precisa. Isso de deve a um sistema informatizado eficaz que reduziu em muitos a fraude e os desvios. A descentralização e sobretudo a tecnologia da informática é o grande suporte do Bolsa Família.
Por outro lado, é bom lembrar que o rigoroso registro informatizado daqueles que recebem o benefício poderia ser usado para informar ao beneficiário, às vésperas das eleições, quem são os candidatos responsáveis pelo repasse.
A manchete de O Globo de 28/11 sinteticamente reflete a situação divulgada pela ONU: “Na ‘lanterna’ da elite mundial. Brasil entra no grupo de alto desenvolvimento”. A Folha de São Paulo mostra gráfico da evolução do Brasil e afirma que a “variação nos últimos 5 anos foi a menor desde 1975”. Alguns especialistas destacam que ser considerado país de alto IDH oculta a enorme desigualdade brasileira.
De toda forma, não resta dúvida que por mais pífio que sejam os resultados é melhor estar entre os países que melhoraram no relatório da ONU do que entre aqueles que retrocederam. Parece que é só isso, o resto é ufanismo irreal e perigoso.
Não dá para ficar calado.
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