Seis franceses, integrantes da ONG "A Arca de Zoé", foram condenados no Chade a oito anos de trabalhos forçados. Eles são acusados de tentativa de seqüestro de 103 crianças, para adoção na Europa. 300 famílias francesas pagaram entre 2,8 e 6 mil euros por cada criança. A condenação ocorreu em 26/12. Os envolvidos deverão também pagar 6 milhões de euros às famílias das crianças seqüestradas. (Ver matéria a respeito no Observatório da Infância: O vale-tudo da adoção).
Você concorda com a punição ou com o advogado de defesa que alegou que "tudo é permitido para salvar uma vida"? (No caso, essas crianças que viviam no Chade e que foram seqüestradas).
Não dá para ficar calado.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Bullying na Internet
O suicídio de Megan Meier, de 13 anos, após sofrer ofensas e humilhações continuadas através do site de comunicação My Space (Ler matéria no site Observatório da Infância: Bullying na Internet leva adolescente ao suicídio.) levou a uma intensa movimentação e discussão do tema nos EUA. Outros casos de possíveis vítimas, adolescentes, estão surgindo.
Pesquisas recentes mostrariam que 42% dos jovens americanos sofreram bullying na internet. Vários estados americanos estão discutindo uma legislação que considere crime o bullying na Internet. Algumas cidades já aprovaram leis nesse sentido. Uma cidade do Missouri já aprovou uma lei que considera crime o bullying através de todos os meios de comunicação eletrônica, não só a Internet, mas também as mensagens e os textos através dos telefones portáteis, por exemplo. (Veja o site http://www.newsfactor.com/).
Alguns sites estão tratando o tema "cyberbullying and suicide" em profundidade. As recomendações para os pais, abaixo, são adaptadas do site http://www.connectwithkids.com/:
Para os pais: Como reduzir os riscos.
Não dá para ficar calado.
Pesquisas recentes mostrariam que 42% dos jovens americanos sofreram bullying na internet. Vários estados americanos estão discutindo uma legislação que considere crime o bullying na Internet. Algumas cidades já aprovaram leis nesse sentido. Uma cidade do Missouri já aprovou uma lei que considera crime o bullying através de todos os meios de comunicação eletrônica, não só a Internet, mas também as mensagens e os textos através dos telefones portáteis, por exemplo. (Veja o site http://www.newsfactor.com/).
Alguns sites estão tratando o tema "cyberbullying and suicide" em profundidade. As recomendações para os pais, abaixo, são adaptadas do site http://www.connectwithkids.com/:
Para os pais: Como reduzir os riscos.
- A depressão que pode vir associada à dependência de seu filho pela Internet, não é conseqüência da tecnologia propriamente, mas do fato de seu filho não ter amigos para usar seu tempo vago. Fique alerta.
- Ao invés de forçar seu filho a não usar o computador, converse com ele, navegue na Internet junto com ele, sugira outro tipo de atividade, fale dos riscos, explique como a coisa funciona.
- Apesar de a Internet poder ser um lugar perigoso, os pais não devem banir a Internet. O manejo de tecnologia moderna é importante para o futuro de seu filho.
- Salas de conversação (Atenção!) estão sempre entre os mais perigosos lugares da Internet.
Não dá para ficar calado.
O mistério Madeleine: nenhum corpo, ninguém acusado, nenhuma perspectiva.
Em 3 de maio de 2007, Madeleine, de 3 anos, desapareceu do apartamento que seus pais, os médicos ingleses Kate e Gerry, haviam alugado para férias, no Algarve, Portugal.
Até hoje, quase 8 meses após, nada foi descoberto, não há provas contra ninguém, mas há uma menina desaparecida e nenhum corpo e também nenhuma perspectiva próxima de descobrir o mistério que cerca o desaparecimento de Madeleine.
Leia o artigo publicado no Observatório da Infância: Madeleine - Vítima da negligência dos pais. (http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=252).
Até hoje, quase 8 meses após, nada foi descoberto, não há provas contra ninguém, mas há uma menina desaparecida e nenhum corpo e também nenhuma perspectiva próxima de descobrir o mistério que cerca o desaparecimento de Madeleine.
Leia o artigo publicado no Observatório da Infância: Madeleine - Vítima da negligência dos pais. (http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=252).
Não dá para ficar calado.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Suicídio Altruístico
A Folha de São Paulo de 15/12/07, resumiu em uma página, informações básicas sobre o projeto do Governo de transposição do Rio São Francisco.
Como muitos sabem, o bispo de Barra (Bahia-BA), está em greve de fome há 21 dias (Hoje: 18/12), em protesto contra o projeto.
Publicou A Folha também um desenho esquemático sobre o rio São Francisco e as regiões envolvidas. O que se sabe é que há muitos técnicos contra o projeto do Governo e grande parte da população local também, onde se inclui o bispo Cappio, que não acredita nas promessas do Governo Lula.
Por enquanto, Lula garante que segue com o projeto e o bispo promete continuar o jejum. Enquanto isso a CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil) apóia o bispo, mas tenta convencê-lo a interromper o jejum. Obviamente a igreja não pode aceitar um suicídio e menos ainda de um bispo e, pior, por motivos considerados não religiosos.
A matéria da Folha ajuda o leigo a tentar entender um pouco o que está ocorrendo. Uma coisa é certa: o jejum até a morte por uma causa, enquadra-se em um caso de suicídio altruístico (quando ocorre por extrema lealdade a determinada causa. Ver Émile Durkheim - 1858/1917, em Le Suicide).
Merece o bispo atenção, respeito pelas suas idéias e sobretudo crédito. Ninguém nesse país é contra reduzir o problema da seca no nordeste. Mas há tanta oposição, que há de se crer que existem muitos interesses envolvidos, estranhos à causa.
Como muitos sabem, o bispo de Barra (Bahia-BA), está em greve de fome há 21 dias (Hoje: 18/12), em protesto contra o projeto.
Publicou A Folha também um desenho esquemático sobre o rio São Francisco e as regiões envolvidas. O que se sabe é que há muitos técnicos contra o projeto do Governo e grande parte da população local também, onde se inclui o bispo Cappio, que não acredita nas promessas do Governo Lula.
Por enquanto, Lula garante que segue com o projeto e o bispo promete continuar o jejum. Enquanto isso a CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil) apóia o bispo, mas tenta convencê-lo a interromper o jejum. Obviamente a igreja não pode aceitar um suicídio e menos ainda de um bispo e, pior, por motivos considerados não religiosos.
A matéria da Folha ajuda o leigo a tentar entender um pouco o que está ocorrendo. Uma coisa é certa: o jejum até a morte por uma causa, enquadra-se em um caso de suicídio altruístico (quando ocorre por extrema lealdade a determinada causa. Ver Émile Durkheim - 1858/1917, em Le Suicide).
Merece o bispo atenção, respeito pelas suas idéias e sobretudo crédito. Ninguém nesse país é contra reduzir o problema da seca no nordeste. Mas há tanta oposição, que há de se crer que existem muitos interesses envolvidos, estranhos à causa.
Foto: Fernando Donasci / Folha Imagem
Não dá para ficar calado.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
A prevenção do suicídio
No imperdível filme "A vida dos outros" (Das Leben der Anderen), um escritor que vive na antiga República Democrática Alemã (RDA), denuncia para o Ocidente que a taxa de suicídio no seu país só era superada pela Hungria. Foi uma denúncia-escândalo. A mídia, o governo e a população resistem à divulgação de casos de suicídio, a falar de suicídio e, obviamente, de prevenir o suicídio. Já divulgamos no Observatório o livro do jornalista Arthur Dapieve (Morreu na contramão - O suicídio como notícia). Outro jornalista André Trigueiro apresenta hoje em O Globo, provocador e sobretudo objetivo artigo: "A prevenção do suicídio". Vamos reproduzir este artigo na íntegra (publicado também no jornal O Guaporé, de Porto Velho), em razão do seu aspecto de utilidade pública ao citar cifras e sobretudo O TELEFONE 141, DO CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA.
"Quando a Organização Mundial de Saúde revelou, no último dia 10 de setembro (Dia Mundial de Prevenção do Suicídio), que aproximadamente três mil pessoas se matam por dia; que esse número cresceu 60% nos últimos 50 anos, especialmente nos países em desenvolvimento; e que o suicídio já é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, poucos veículos de comunicação se interessaram em abrir espaço para essas informações.
Talvez tenha prevalecido a tese de que qualquer menção ao suicídio na mídia possa fomentar a ocorrência de novos casos. O risco de fato existe quando se explora o assunto de forma sensacionalista, dando visibilidade a detalhes mórbidos que possam inspirar a repetição do gesto fatal. Mas a própria OMS recomenda enfaticamente a veiculação através da mídia de informações que ajudem na prevenção do suicídio, como já se faz em relação à dengue, hanseníase, tuberculose, AIDS, câncer de mama e outras doenças. "A disseminação de informação educativa é elemento essencial para os programas de prevenção; nesse sentido, a imprensa tem um papel relevante", é o que se lê na apresentação do manual de prevenção do suicídio dirigido aos profissionais de imprensa pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.
E quais são as informações relevantes que precisam ter mais espaço na mídia? É preciso informar que, na maioria dos casos, pode-se prevenir o suicídio. Na quase totalidade das ocorrências, há algum transtorno mental (depressão, reações ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, esquizofrenia, transtornos de personalidade etc.) que, somado a outros fatores, favorece o auto-extermínio. É igualmente mportante reconhecer as circunstâncias em que há "risco de suicídio", principalmente quando a pessoa verbaliza o desejo de se matar - nesses casos os profissionais de saúde informam que a maioria das pessoas que tiraram a própria vida comunicou a intenção previamente - ou quando apresenta os sintomas de depressão, que, nas manifestações mais graves, requer cuidados redobrados. No enfrentamento da depressão, estima-se que 2/3 das pessoas tratadas respondem satisfatoriamente ao primeiro antidepressivo prescrito.
Embora este seja um assunto ausente na mídia, o suicídio é considerado problema de saúde pública no Brasil. Aqui ainda se registram taxas pequenas em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes), mas em números absolutos já estamos entre os dez países do mundo onde ocorrem mais suicídios (aproximadamente oito mil casos por ano), uma quantidade certamente bem superior, considerando que muitos atestados de óbito omitem a intenção do suicídio em mortes oficialmente causadas por acidentes de trânsito, overdose, quedas etc. Há outros números que deveriam justificar uma preocupação maior da sociedade em relação ao problema: as tentativas de suicídio ocorrem numa proporção pelo menos dez vezes superior ao dos casos consumados e para cada suicídio, há em média 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas.
Omitir essas informações da sociedade significa esconder a sujeira debaixo do tapete e fingir que o problema não existe. Se prevenção se faz com informação, é preciso enfrentar com coragem o tabu que envolve o suicídio. Tão importante quanto rastrear as causas desse problema de saúde pública - incentivando a realização de pesquisas, seminários e congressos científicos - é apoiar as redes de proteção que trabalham em favor da vida, como é o caso dos grupos de apoio que reúnem os "sobreviventes de si mesmo", aqueles que tentaram, mas não conseguiram se matar; familiares e amigos de suicidas que compartilham suas experiências em dinâmicas de grupo conduzidas por terapeutas; e organizações voluntárias que realizam gratuitamente um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone como é o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 141.
Há inúmeros motivos para se acreditar que a prevenção do suicídio seja uma causa urgente e necessária. Entre eles, os depoimentos dos suicidas que não conseguiram consumar o auto-extermínio. Uma boa amostragem desses relatos aparece na excelente reportagem "Os sobreviventes da ponte", publicada em O GLOBO no ano de 1984, na qual o repórter entrevistou quatro pessoas (um comerciante, um estudante, um comerciário e um estofador) que pularam da ponte Rio-Niterói com o objetivo de se matar, mas, embora tenham se machucado bastante, não faleceram. Todas, sem exceção, declararam-se arrependidas e se apegaram de uma forma diferente à vida. No polêmico documentário "A Ponte", do cineasta americano Eric Steel, são registradas em imagens fortes os flagrantes de seis casos reais de suicídio consumados na Golden Gate, em São Francisco no ano de 2004. Há também um único depoimento de alguém que tentou se matar e não conseguiu: um rapaz revela em detalhes o salto para a morte a 60 metros de altura; durante os quatro segundos de queda livre a aproximadamente 200 Km por hora, ele se arrependeu da decisão e conseguiu girar o corpo de forma a tentar cair de pé no espelho d´água; apesar das inúmeras fraturas e escoriações, conseguiu sobreviver, nadar até a superfície e aguardar o resgate. É bastante sugestiva a convergência de depoimentos em favor da vida de quem esteve tão perto da morte. O problema é que, na maioria absoluta dos casos, o arrependimento pode vir tarde demais."
Não dá para ficar calado.
"Quando a Organização Mundial de Saúde revelou, no último dia 10 de setembro (Dia Mundial de Prevenção do Suicídio), que aproximadamente três mil pessoas se matam por dia; que esse número cresceu 60% nos últimos 50 anos, especialmente nos países em desenvolvimento; e que o suicídio já é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, poucos veículos de comunicação se interessaram em abrir espaço para essas informações.
Talvez tenha prevalecido a tese de que qualquer menção ao suicídio na mídia possa fomentar a ocorrência de novos casos. O risco de fato existe quando se explora o assunto de forma sensacionalista, dando visibilidade a detalhes mórbidos que possam inspirar a repetição do gesto fatal. Mas a própria OMS recomenda enfaticamente a veiculação através da mídia de informações que ajudem na prevenção do suicídio, como já se faz em relação à dengue, hanseníase, tuberculose, AIDS, câncer de mama e outras doenças. "A disseminação de informação educativa é elemento essencial para os programas de prevenção; nesse sentido, a imprensa tem um papel relevante", é o que se lê na apresentação do manual de prevenção do suicídio dirigido aos profissionais de imprensa pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.
E quais são as informações relevantes que precisam ter mais espaço na mídia? É preciso informar que, na maioria dos casos, pode-se prevenir o suicídio. Na quase totalidade das ocorrências, há algum transtorno mental (depressão, reações ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, esquizofrenia, transtornos de personalidade etc.) que, somado a outros fatores, favorece o auto-extermínio. É igualmente mportante reconhecer as circunstâncias em que há "risco de suicídio", principalmente quando a pessoa verbaliza o desejo de se matar - nesses casos os profissionais de saúde informam que a maioria das pessoas que tiraram a própria vida comunicou a intenção previamente - ou quando apresenta os sintomas de depressão, que, nas manifestações mais graves, requer cuidados redobrados. No enfrentamento da depressão, estima-se que 2/3 das pessoas tratadas respondem satisfatoriamente ao primeiro antidepressivo prescrito.
Embora este seja um assunto ausente na mídia, o suicídio é considerado problema de saúde pública no Brasil. Aqui ainda se registram taxas pequenas em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes), mas em números absolutos já estamos entre os dez países do mundo onde ocorrem mais suicídios (aproximadamente oito mil casos por ano), uma quantidade certamente bem superior, considerando que muitos atestados de óbito omitem a intenção do suicídio em mortes oficialmente causadas por acidentes de trânsito, overdose, quedas etc. Há outros números que deveriam justificar uma preocupação maior da sociedade em relação ao problema: as tentativas de suicídio ocorrem numa proporção pelo menos dez vezes superior ao dos casos consumados e para cada suicídio, há em média 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas.
Omitir essas informações da sociedade significa esconder a sujeira debaixo do tapete e fingir que o problema não existe. Se prevenção se faz com informação, é preciso enfrentar com coragem o tabu que envolve o suicídio. Tão importante quanto rastrear as causas desse problema de saúde pública - incentivando a realização de pesquisas, seminários e congressos científicos - é apoiar as redes de proteção que trabalham em favor da vida, como é o caso dos grupos de apoio que reúnem os "sobreviventes de si mesmo", aqueles que tentaram, mas não conseguiram se matar; familiares e amigos de suicidas que compartilham suas experiências em dinâmicas de grupo conduzidas por terapeutas; e organizações voluntárias que realizam gratuitamente um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone como é o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 141.
Há inúmeros motivos para se acreditar que a prevenção do suicídio seja uma causa urgente e necessária. Entre eles, os depoimentos dos suicidas que não conseguiram consumar o auto-extermínio. Uma boa amostragem desses relatos aparece na excelente reportagem "Os sobreviventes da ponte", publicada em O GLOBO no ano de 1984, na qual o repórter entrevistou quatro pessoas (um comerciante, um estudante, um comerciário e um estofador) que pularam da ponte Rio-Niterói com o objetivo de se matar, mas, embora tenham se machucado bastante, não faleceram. Todas, sem exceção, declararam-se arrependidas e se apegaram de uma forma diferente à vida. No polêmico documentário "A Ponte", do cineasta americano Eric Steel, são registradas em imagens fortes os flagrantes de seis casos reais de suicídio consumados na Golden Gate, em São Francisco no ano de 2004. Há também um único depoimento de alguém que tentou se matar e não conseguiu: um rapaz revela em detalhes o salto para a morte a 60 metros de altura; durante os quatro segundos de queda livre a aproximadamente 200 Km por hora, ele se arrependeu da decisão e conseguiu girar o corpo de forma a tentar cair de pé no espelho d´água; apesar das inúmeras fraturas e escoriações, conseguiu sobreviver, nadar até a superfície e aguardar o resgate. É bastante sugestiva a convergência de depoimentos em favor da vida de quem esteve tão perto da morte. O problema é que, na maioria absoluta dos casos, o arrependimento pode vir tarde demais."
Não dá para ficar calado.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Lei mal interpretada
A imprensa divulgou hoje que agentes penitenciários da Penitenciária de Tremembé, em São Paulo, detiveram uma mulher que visitava seu companheiro, levando dois celulares escondidos na mamadeira e entre as roupas do bebê.
A matéria informa que crianças e bebês não podem ser revistados, o que facilita a ação dos criminosos. Por que não revistar crianças que entram em presídios se eles inocentemente podem estar sendo usados por seus pais para estimular o crime?
Não dá para ficar calado.
A matéria informa que crianças e bebês não podem ser revistados, o que facilita a ação dos criminosos. Por que não revistar crianças que entram em presídios se eles inocentemente podem estar sendo usados por seus pais para estimular o crime?
Não dá para ficar calado.
“Bolsa-estupro”
A que ponto chegam alguns políticos para chamar atenção e ganhar algum espaço na mídia. Dois deputados evangélicos com apoio de um deputado padre católico, pretendem criar o que foi chamado por lideranças de defesa da mulher de “bolsa-estupro”. Pretendem eles destinar um salário mínimo por mês até que uma criança cuja mãe foi vítima de estupro, atinja 18 anos. O objetivo seria estimular àquelas mulheres a darem à luz os filhos do estupro.
Felizmente as lideranças feministas estão a postos contra mais um projeto falsamente moralista e, antes de tudo, inexeqüível.
Não dá para ficar calado.
Felizmente as lideranças feministas estão a postos contra mais um projeto falsamente moralista e, antes de tudo, inexeqüível.
Não dá para ficar calado.
Crianças são sempre as principais vítimas
O primeiro terremoto no Brasil com vítima fatal ocorreu ontem em Itacarambi, Minas Gerais. Houve seis feridos, mas a única morte foi de uma menina Jeisiane, de 5 anos, soterrada enquanto dormia.
Hoje chega a notícia que a menina que morreu era gêmea e dormia ao lado da irmã e de um irmão de sete anos quando houve o desabamento. A mãe informou para efeito de atestado de óbito que a menina se chamava Jeisiane. Hoje os pais corrigiram e disseram que quem morreu foi a gêmea Jeisequele. Esta sim, foi a primeira vítima fatal de terremoto no Brasil.
Não dá para ficar calado.
Hoje chega a notícia que a menina que morreu era gêmea e dormia ao lado da irmã e de um irmão de sete anos quando houve o desabamento. A mãe informou para efeito de atestado de óbito que a menina se chamava Jeisiane. Hoje os pais corrigiram e disseram que quem morreu foi a gêmea Jeisequele. Esta sim, foi a primeira vítima fatal de terremoto no Brasil.
Não dá para ficar calado.
Pobre paga mais CPMF do que rico
Você tem ouvido sempre o governo afirmar que a CPMF é um imposto justo pois que paga mais são as pessoas mais ricas. Pois a coluna do Merval Pereira de O Globo de 11/12 divulga um trabalho coordenado pela professora Maria Helena Zokum, da FIPE, que mostra que quanto mais pobre, mais paga CPMF.
A carga do imposto, para quem tem renda familiar de até dois salários mínimos é de 2,19% e para os que ganham mais de trinta salários mínimo é de 0,96%.
As explicações são técnicas, mas o certo é que as empresas repassam para o consumidor todo o seu custo com CPMF, o que vai onerar o dia-a-dia do consumidor. Pois os pobres, proporcionalmente, consomem mais: consomem tudo que ganham ou até mais do que ganham.
De toda forma, inaceitável é aceitar o lema do presidente Lula: Governar é gastar.
Não dá para ficar calado.
A carga do imposto, para quem tem renda familiar de até dois salários mínimos é de 2,19% e para os que ganham mais de trinta salários mínimo é de 0,96%.
As explicações são técnicas, mas o certo é que as empresas repassam para o consumidor todo o seu custo com CPMF, o que vai onerar o dia-a-dia do consumidor. Pois os pobres, proporcionalmente, consomem mais: consomem tudo que ganham ou até mais do que ganham.
De toda forma, inaceitável é aceitar o lema do presidente Lula: Governar é gastar.
Não dá para ficar calado.
Apenas mais um caso
Duas jovens foram assaltadas na Barra da Tijuca, no Rio, na noite de sábado, por dois menores de idade, segundo O Globo de 09/12/07. Ao fugirem as jovens foram atropeladas e felizmente estão bem. Um dos bandidos foi preso, flagrado com uma bolsa roubada das jovens. Imediatamente foi liberado e entregue aos pais, que se comprometeram a levá-lo ao DEGASE no dia seguinte. Idade do “menino”: 17 anos.
Não dá para ficar calado.
Não dá para ficar calado.
TV Pública ou TV Oficial?
Pouco sabemos ainda da TV Pública, a TV Brasil (não confundir com o já existente Canal Brasil), que estreou em 2 de dezembro. Sabe-se que até agora é apenas uma improvisação. Suspeitam muitos que será ela uma TV oficial, uma TV Chapa Branca.
Todos se recordam bem que Tereza Cruvinel, presidente da recém criada Empresa Brasil de Comunicações (que passou inclusive a controlar a nossa querida TVE) foi, até ser indicada para este cargo, uma grande divulgadora do atual governo, como comentarista de política em O Globo. Com argumentos geralmente não convincentes, deixava sempre claro ser uma defensora do Governo Lula. Suas opiniões divergiam totalmente de seus colegas do mesmo Jornal, como Merval Pereira e Miriam Leitão, ou de Eliane Cantanhêde da Folha de São Paulo. Tudo indica que colocaram a pessoa certa para o lugar certo. Vamos fiscalizar. TV Chapa Branca é do Hugo Chavez.
Não dá para ficar calado.
Todos se recordam bem que Tereza Cruvinel, presidente da recém criada Empresa Brasil de Comunicações (que passou inclusive a controlar a nossa querida TVE) foi, até ser indicada para este cargo, uma grande divulgadora do atual governo, como comentarista de política em O Globo. Com argumentos geralmente não convincentes, deixava sempre claro ser uma defensora do Governo Lula. Suas opiniões divergiam totalmente de seus colegas do mesmo Jornal, como Merval Pereira e Miriam Leitão, ou de Eliane Cantanhêde da Folha de São Paulo. Tudo indica que colocaram a pessoa certa para o lugar certo. Vamos fiscalizar. TV Chapa Branca é do Hugo Chavez.
Não dá para ficar calado.
TV Digital – Conversor com Ginga e desempenho escolar do estudante brasileiro.
“A família brasileira voltará a estar reunida se todos comprarem uma TV e um conversor que contenha o Ginga.” Luciano Coutinho, presidente do BNDES, veio a público anuncia e dirimir dúvidas sobre os recursos que a instituição gastaria para financiar o tal conversor para recepção de sinais digitais de TV. O absurdo financiamento não é de 1 bilhão, mas de 2 bilhões. Destes, 1 bilhão será apenas para financiar o comércio varejista.
A imagem que se divulga de uma família inteira diante de um aparelho moderno de TV, que ocupa metade do espaço da sala é desalentadora. Há pessoas que acham que esses aparelhos voltarão a unir a família brasileira! A família brasileira reunida em torno de uma gigantesca TV, que empulhação! Quem precisa de TV digital?
Os jornais de hoje divulgam que em uma avaliação internacional feita com alunos de 15 anos, de 56 países, o Brasil está entre os piores em leitura e matemática (49º e 54º lugares respectivamente) e o Ministro da Educação, Fernando Hadad, coloca a culpa no governo anterior (Alguém ainda agüenta ouvir essas desculpas do governo Lula?) e afirma que não sabemos a distância que nos separa do primeiro mundo (sic). Senhor ministro, estamos atrás de países como Colômbia, Argentina e Jordânia, entre 50 outros. Primeiro mundo?!
Não é de conversor que o povo precisa. O povo não precisa de comprometer seus salários comprando a prazo conversores ou TV para juntar a família. Não é possível fazer o povo crer que ele, povo, precisa dessa parafernália. Isso é empulhação.
O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, garante ao povo que há realmente 1 bilhão para o varejo, mas que (Atenção!) não compre conversor sem Ginga.
Ginga é o que tem esses ministros. Isto é empulhação.
Não dá para ficar calado.
A imagem que se divulga de uma família inteira diante de um aparelho moderno de TV, que ocupa metade do espaço da sala é desalentadora. Há pessoas que acham que esses aparelhos voltarão a unir a família brasileira! A família brasileira reunida em torno de uma gigantesca TV, que empulhação! Quem precisa de TV digital?
Os jornais de hoje divulgam que em uma avaliação internacional feita com alunos de 15 anos, de 56 países, o Brasil está entre os piores em leitura e matemática (49º e 54º lugares respectivamente) e o Ministro da Educação, Fernando Hadad, coloca a culpa no governo anterior (Alguém ainda agüenta ouvir essas desculpas do governo Lula?) e afirma que não sabemos a distância que nos separa do primeiro mundo (sic). Senhor ministro, estamos atrás de países como Colômbia, Argentina e Jordânia, entre 50 outros. Primeiro mundo?!
Não é de conversor que o povo precisa. O povo não precisa de comprometer seus salários comprando a prazo conversores ou TV para juntar a família. Não é possível fazer o povo crer que ele, povo, precisa dessa parafernália. Isso é empulhação.
O Ministro das Comunicações, Hélio Costa, garante ao povo que há realmente 1 bilhão para o varejo, mas que (Atenção!) não compre conversor sem Ginga.
Ginga é o que tem esses ministros. Isto é empulhação.
Não dá para ficar calado.
Você sabe onde fica o Azerbaijão? E o Quirguistão?
Ficam próximos do Brasil, na rabeira de recente avaliação internacional (PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos).
Entre 57 países, o Brasil é o 54º em matemática, pouco a frente do Quirguistão (57º) e em leitura 49º, pouco a frente do Azerbaijão (54º).
A tempo, Azerbaijão e Quirguistão ficam na Ásia, na fronteira com a China.
Não dá para ficar calado.
Entre 57 países, o Brasil é o 54º em matemática, pouco a frente do Quirguistão (57º) e em leitura 49º, pouco a frente do Azerbaijão (54º).
A tempo, Azerbaijão e Quirguistão ficam na Ásia, na fronteira com a China.
Não dá para ficar calado.
Carta do Leitor
A propósito, excelente a carta do leitor de A Folha de São Paulo (07/12/2007), Telmo Aparício Silveira, Porto Alegre, RS:
TV digital
"As explicações do presidente do BNDES sobre as linhas de crédito para incentivar a TV Digital, esclarecendo que não é apenas R$ 1 bilhão, mas R$ 2 bilhões, para o setor, agravam o desmando dessa política industrial fútil e nefasta diante das necessidades básicas do país. Ontem mesmo foi mostrada, em rede nacional, a precariedade do transporte público escolar e divulgada uma pesquisa internacional que mostra a enorme deficiência do ensino dos brasileiros. Nunca antes neste país se investiu tanto em programas alheios às mais elementares necessidades do povo brasileiro. Que se deixe o financiamento de TVs e outros eletrônicos para o setor privado." TELMO APARÍCIO SILVEIRA (Porto Alegre, RS)
Não dá para ficar calado.
TV digital
"As explicações do presidente do BNDES sobre as linhas de crédito para incentivar a TV Digital, esclarecendo que não é apenas R$ 1 bilhão, mas R$ 2 bilhões, para o setor, agravam o desmando dessa política industrial fútil e nefasta diante das necessidades básicas do país. Ontem mesmo foi mostrada, em rede nacional, a precariedade do transporte público escolar e divulgada uma pesquisa internacional que mostra a enorme deficiência do ensino dos brasileiros. Nunca antes neste país se investiu tanto em programas alheios às mais elementares necessidades do povo brasileiro. Que se deixe o financiamento de TVs e outros eletrônicos para o setor privado." TELMO APARÍCIO SILVEIRA (Porto Alegre, RS)
Não dá para ficar calado.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Filme atual, genial, imperdível.
Foto: Bildrechte: Buena Vista
Nestes tempos de novos ventos ditatoriais na América Latina, soprados por Hugo Chaves, Evo Morales e Rafael Correa, o filme “A Vida dos Outros” (Das Leben der Anderen) torna-se insprescindível.
O controle do cidadão pelo Estado, que parece ser a meta dos presidentes continuístas da Venezuela, da Bolívia e do Equador, é mostrado de forma dramática e emocionante pelo cineasta alemão Florian Henckel Von Donnersmarck.
O controle do cidadão pelo Estado, que parece ser a meta dos presidentes continuístas da Venezuela, da Bolívia e do Equador, é mostrado de forma dramática e emocionante pelo cineasta alemão Florian Henckel Von Donnersmarck.
Não dá para ficar calado!
Pará: violência, machismo, preconceito e corporativismo.
A adolescente L., de 15 anos, que em cadeia de Abaetetuba, sofreu às vistas das autoridades e com conhecimento delas, violência física e sexual, durante quase um mês por vinte homens, continua a ser vitimizada pelas autoridades. Já foi chamada de débil mental pelo ex-delegadochefe do Pará. Os delegados locais coagiram seus pais para criar uma nova certidão de idade falsa, de 19 anos.
Agora, a delegada corregedora da Polícia Civil do Pará defendeu os policiais locais, afirmando que a culpa é da adolescente, que apesar dos seus 15 anos, provocava, seduzia e tinha atividades sexuais com os presos. Apesar de tardiamente, tanto a corregedora quando o delegado geral foram afastados.
As perguntas são: Quem os colocou lá? Será impossível encontrar no Pará pessoas capazes, que não sejam preconceituosas, machistas e despreparadas para atuar com insenção nas suas atividades públicas?
Quando vão entender que o fato de ser menor de idade agrava o problema, que existiria também se L. fosse maior de idade, que um crime foi cometido às vistas das autoridades e que as autoridades envolvidas vêm mentindo seguidamente.
Aliás, a única verdade que a delegada-corregedora Liane Martins disse, foi que a adolescente L. precisa de uma avaliação psicológica, mas o que ela não disse é porque isso ainda não foi feito. Não para proteger os seus policiais ("São pessoas que tem formação.") mas para proteger a vítima. E Lula foi até o Pará para apoiar a governadora Ana Júlia Canepa. Após a casa cair ela vem exonerando algumas autoridades. É pouco. Não dá para sorrir (ou dançar) sob aplausos do presidente Lula, que se esqueceu que "a companheira" foi eleita em outubro de 2006 e, portanto, lá está há 12 meses (e mais 2 meses de governo de transição) e não há 4 meses, como Lula afirma ao povão que o escuta, sob aplausos dos seus áulicos.
Foto: Cristiano Martins - O Globo (07/12/07)
Não dá para ficar calado!
Conselho Tutelar: um incômodo para as autoridades
Quem resgatou a adolescente L. da cadeia de Abaetetuba, no Pará, onde sofria toda sorte de violência sexual e física, foi o conselho Tutelar do local. Ou seja, diante da omissão oficial, o povo, o cidadão comum ali representado pelos membros dessse Conselho, instância independente criada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cumpriu o seu papel.
Quem sabe se com a grande divulgação atual, os Conselhos Tutelares serão mais apoiados pelos órgãos públicos? Mas atenção! Os Conselhos Tutelares ao cumprirem seu papel incomodam às autoridades.OS CONSELHEIROS José Ferreira, Maria Imaculada, Josiane Baema e Diva Andrade: três mulheres no grupo.
Fonte: O GLOBO 02/12/2007 - Foto: Evandro Éboli.
Fonte: O GLOBO 02/12/2007 - Foto: Evandro Éboli.
Não dá para ficar calado.
Mutum
O filme Mutum, de Sandra Kogut, é imperdível. Se você estiver a fim de ver um filme leve e distraído, não vá. O drama é contundente, mobilizador, de uma violência monótona, irritante, de um silêncio revelador de verdades que penetram profundamente no expectador.
Ambientado no sertão de Minas Gerais, é um retrato de um Brasil esquecido pelas ações públicas de promoção da saúde, da educação, do lazer, do convívio comunitário, enfim, de tudo que compete aos governos.
Mas por incrível que pareça, uma atividade fisiológica os personagens têm: alimentam-se saudavelmente (sobretudo o patriarca, machão, insensível, violento – mas muito trabalhador). Seria isso uma demonstração irônica da diretora de que os programas governamentais Fome Zero e Bolsa Família, isoladamente, não resolvem quase nada?
Prepare-se. Você sairá irritado do cinema mas não conseguirá esquecer o filme e logo a irritação será transformada em revolta ou, no mínimo, em uma, infelizmente, contida indignação.
Não dá para ficar calado.
Ambientado no sertão de Minas Gerais, é um retrato de um Brasil esquecido pelas ações públicas de promoção da saúde, da educação, do lazer, do convívio comunitário, enfim, de tudo que compete aos governos.
Mas por incrível que pareça, uma atividade fisiológica os personagens têm: alimentam-se saudavelmente (sobretudo o patriarca, machão, insensível, violento – mas muito trabalhador). Seria isso uma demonstração irônica da diretora de que os programas governamentais Fome Zero e Bolsa Família, isoladamente, não resolvem quase nada?
Prepare-se. Você sairá irritado do cinema mas não conseguirá esquecer o filme e logo a irritação será transformada em revolta ou, no mínimo, em uma, infelizmente, contida indignação.
Não dá para ficar calado.
Nossos hospitais públicos
Durante 35 anos trabalhei no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio, sendo que de 1980 a 1994 como chefe do Serviço de Pediatria. Sofria muito e lutava demais para conseguir transformar um pouco. Hoje quase meio século após o início de minhas atividades naquele hospital, é constrangedor ver que a situação dos hospitais públicos é degradante e em certos casos nada mudou.
A reportagem “Doutores do improviso”, ilustrada com fotos às vezes tiradas pelos próprios médicos, publicada em O Globo de 24/10/07 é para sentirmos vergonha.
Não dá para ficar calado.
A reportagem “Doutores do improviso”, ilustrada com fotos às vezes tiradas pelos próprios médicos, publicada em O Globo de 24/10/07 é para sentirmos vergonha.
Não dá para ficar calado.
Deboche
O bandido Rodrigo Cruz, o Tico, que levou à morte o turista italiano ao assaltá-lo, em Ipanema, apresentou-se à polícia disfarçado de bom moço e com a bíblia na mão. Acompanhava-o seu protetor, um dos inúmeros “pastores” que crescem mais do que mato abrigados no fértil campo dos “cultos”.
A foto é um verdadeiro acinte à família do morto e a todos nós.O bom senso veio da polícia: não só o bandido, mas também o pastor, foram indiciados.
A foto é um verdadeiro acinte à família do morto e a todos nós.O bom senso veio da polícia: não só o bandido, mas também o pastor, foram indiciados.
Foto: Marco Antonio Cavalcanti (O Globo)
O assaltante Rodrigo já era bandido quando tinha menos de 18. Agora, maior de idade, continua praticando crimes e hoje é acusado de latrocínio. É evidente que falharam todos ao não puni-lo ou não recuperá-lo quando ainda menor de idade, deixando-o livre para praticar novos crimes.
Não dá para ficar calado!
A antecipação da imputabilidade penal
A enquete do Observatório da Infância sobre a possibilidade de redução ou não da idade de imputabilidade penal, revelou que 55% dos que responderam acham que a idade deveria ser antecipada; 29% crê que a idade deveria ser mantida, mas com a condição de aumentar o tempo de internação previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente; e 16% opinou que a idade deveria ser mantida aos 18 anos, como determina o ECA.
Ou seja, apenas 16% dos internautas acham que a situação deve ficar como está.
Apesar do pequeno número de participantes, a pesquisa indica que a imensa maioria quer discutir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente, no que se refere ao adolescente infrator.
Não dá para ficar calado.
Ou seja, apenas 16% dos internautas acham que a situação deve ficar como está.
Apesar do pequeno número de participantes, a pesquisa indica que a imensa maioria quer discutir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente, no que se refere ao adolescente infrator.
Não dá para ficar calado.
Falsificação de medicamentos para leucemia
A empresa Nova Vitória distribuiu o medicamento Glivec para combater a leucemia mielóide crônica, falsificado. É inacreditável!
O que importa é ganhar dinheiro, mesmo às custas da vida de pessoas. O hematologista e oncologista Daniel Tabak teme que os pacientes que tomaram o medicamento falso tenham desenvolvido resistência ao Glivec. (O Globo, 15/11/07).
Jorge Luiz Araújo Oliveira, da Sociedade Infantil Bernardo Araújo, demonstra sua revolta: “o que fizeram foi uma monstruosidade”. (O Globo, 15/11/07).
Quem fabrica o produto é a Novartis, quem compra são na maioria órgãos públicos como a Secretaria Estadual de Saúde, RJ. Quem é o criminoso que falsifica o produto?
Uma dica. Miguel Augusto Jacob, dono da Nova Vitória, distribuidora do produto, passou, em 5 anos, de simples morador de uma casa humilde no subúrbio do Rio a proprietário de veículos luxuosos, haras, fazenda e um escritório no Centro do Rio, avaliado em R$ 500.000,00.
Só que quase tudo está em nome de parentes. Miguel, segundo a Polícia Federal, teria ganho no Jockey Club Brasileiro, no Rio, mais de R$ 500.000,00 em apostas, em corridas de cavalo. (Acredite quem quiser).
Há dias a mídia não volta ao assunto. Esse caso merece uma punição exemplar.
Não dá para ficar calado.
O que importa é ganhar dinheiro, mesmo às custas da vida de pessoas. O hematologista e oncologista Daniel Tabak teme que os pacientes que tomaram o medicamento falso tenham desenvolvido resistência ao Glivec. (O Globo, 15/11/07).
Jorge Luiz Araújo Oliveira, da Sociedade Infantil Bernardo Araújo, demonstra sua revolta: “o que fizeram foi uma monstruosidade”. (O Globo, 15/11/07).
Quem fabrica o produto é a Novartis, quem compra são na maioria órgãos públicos como a Secretaria Estadual de Saúde, RJ. Quem é o criminoso que falsifica o produto?
Uma dica. Miguel Augusto Jacob, dono da Nova Vitória, distribuidora do produto, passou, em 5 anos, de simples morador de uma casa humilde no subúrbio do Rio a proprietário de veículos luxuosos, haras, fazenda e um escritório no Centro do Rio, avaliado em R$ 500.000,00.
Só que quase tudo está em nome de parentes. Miguel, segundo a Polícia Federal, teria ganho no Jockey Club Brasileiro, no Rio, mais de R$ 500.000,00 em apostas, em corridas de cavalo. (Acredite quem quiser).
Há dias a mídia não volta ao assunto. Esse caso merece uma punição exemplar.
Não dá para ficar calado.
“É chique ser BRICS.” (Presidente Lula)
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil entrou no grupo dos países com alto desenvolvimento humano. Os resultados são referentes ao ano de 2005, quando o Brasil, após anos de pequenos progressos, finalmente atingiu o limite mínimo necessário do Índice de Desenvolvimento Humano, para mudar de grupo, 0,800. O IDH se baseia em fatores como expectativa de vida, alfabetização e PIB per capita. O principal fator que favoreceu o Brasil recentemente foi o aumento da expectativa de vida. (Charge: Chico / O Globo - 15 março 2007)
Estatísticas são coisas realmente estranhas. Enquanto o governo faz a sua leitura e festeja a divulgação dos resultados, esquece-se de olhar para outros indicadores, também agora divulgados. O Brasil é o mais desigual do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China). A renda dos 20% mais ricos aqui é 21,8 vezes maior que a renda dos mais pobres. Na China é 12,2; na Rússia 7,6; e na Índia 5,6. No mundo é o 11º em desigualdade. Na América Latina e Caribe só são piores que o Brasil, a Bolívia, o Haiti, a Colômbia e o Paraguai. Festejar o quê? E por quê? Porque o Brasil caiu de 10º lugar em 2004 para 11º em 2005! É muito pouco para merecer festas.
Os países da América Latina e do Caribe estão entre os piores em termos de distribuição de renda no mundo. Dos 15 países mais desiguais do mundo, nove estão no continente: Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai, Brasil, Guatemala, Chile, Honduras e Equador.
Parece que existe uma evidência a ser considerada: o programa Bolsa Família foi a mola propulsora desses resultados agora festejados pelo governo. Apesar de ser um programa populista e eleitoreiro, atinge ele alguns de seus objetivos, principalmente por real e efetivamente fazer chegar algum dinheiro às mãos de quem mais precisa. Isso de deve a um sistema informatizado eficaz que reduziu em muitos a fraude e os desvios. A descentralização e sobretudo a tecnologia da informática é o grande suporte do Bolsa Família.
Por outro lado, é bom lembrar que o rigoroso registro informatizado daqueles que recebem o benefício poderia ser usado para informar ao beneficiário, às vésperas das eleições, quem são os candidatos responsáveis pelo repasse.
A manchete de O Globo de 28/11 sinteticamente reflete a situação divulgada pela ONU: “Na ‘lanterna’ da elite mundial. Brasil entra no grupo de alto desenvolvimento”. A Folha de São Paulo mostra gráfico da evolução do Brasil e afirma que a “variação nos últimos 5 anos foi a menor desde 1975”. Alguns especialistas destacam que ser considerado país de alto IDH oculta a enorme desigualdade brasileira.
De toda forma, não resta dúvida que por mais pífio que sejam os resultados é melhor estar entre os países que melhoraram no relatório da ONU do que entre aqueles que retrocederam. Parece que é só isso, o resto é ufanismo irreal e perigoso.
Estatísticas são coisas realmente estranhas. Enquanto o governo faz a sua leitura e festeja a divulgação dos resultados, esquece-se de olhar para outros indicadores, também agora divulgados. O Brasil é o mais desigual do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China). A renda dos 20% mais ricos aqui é 21,8 vezes maior que a renda dos mais pobres. Na China é 12,2; na Rússia 7,6; e na Índia 5,6. No mundo é o 11º em desigualdade. Na América Latina e Caribe só são piores que o Brasil, a Bolívia, o Haiti, a Colômbia e o Paraguai. Festejar o quê? E por quê? Porque o Brasil caiu de 10º lugar em 2004 para 11º em 2005! É muito pouco para merecer festas.
Os países da América Latina e do Caribe estão entre os piores em termos de distribuição de renda no mundo. Dos 15 países mais desiguais do mundo, nove estão no continente: Bolívia, Haiti, Colômbia, Paraguai, Brasil, Guatemala, Chile, Honduras e Equador.
Parece que existe uma evidência a ser considerada: o programa Bolsa Família foi a mola propulsora desses resultados agora festejados pelo governo. Apesar de ser um programa populista e eleitoreiro, atinge ele alguns de seus objetivos, principalmente por real e efetivamente fazer chegar algum dinheiro às mãos de quem mais precisa. Isso de deve a um sistema informatizado eficaz que reduziu em muitos a fraude e os desvios. A descentralização e sobretudo a tecnologia da informática é o grande suporte do Bolsa Família.
Por outro lado, é bom lembrar que o rigoroso registro informatizado daqueles que recebem o benefício poderia ser usado para informar ao beneficiário, às vésperas das eleições, quem são os candidatos responsáveis pelo repasse.
A manchete de O Globo de 28/11 sinteticamente reflete a situação divulgada pela ONU: “Na ‘lanterna’ da elite mundial. Brasil entra no grupo de alto desenvolvimento”. A Folha de São Paulo mostra gráfico da evolução do Brasil e afirma que a “variação nos últimos 5 anos foi a menor desde 1975”. Alguns especialistas destacam que ser considerado país de alto IDH oculta a enorme desigualdade brasileira.
De toda forma, não resta dúvida que por mais pífio que sejam os resultados é melhor estar entre os países que melhoraram no relatório da ONU do que entre aqueles que retrocederam. Parece que é só isso, o resto é ufanismo irreal e perigoso.
Não dá para ficar calado.
Impunidade
Em 22 de novembro de 2006 Ana Cristina Johannpeter foi assassinada com um tiro na cabeça ao ser roubada, no Leblon. Um dos autores, Marcelo de Mello Valério foi condenado em 22 de novembro de 2007 a 30 anos de prisão em regime fechado. O outro, reconhecido como autor do tiro, tinha à época 17 anos e foi encaminhado para ressocialização no Educandário Santo Expedito. Após poucos meses, fugiu tranqüilamente.
Um bandido está preso, o outro está solto. O que fazer agora senão esperar que ele cometa outro crime para então ser penalizado como maior de idade?
Esta situação está se repetindo no nosso dia-a-dia. O que fazer?
Não dá para ficar calado.
Um bandido está preso, o outro está solto. O que fazer agora senão esperar que ele cometa outro crime para então ser penalizado como maior de idade?
Esta situação está se repetindo no nosso dia-a-dia. O que fazer?
Não dá para ficar calado.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Primitivismo e fundamentalismo
Enquanto na Alemanha o urso Knut, órfão, abandonado desde o nascimento e hoje com 1 ano, é visitado por milhares de pessoas, que ficam em filas enormes diante do zoológico de Berlim, no Sudão, país africano, muçulmano e em constante conflito, prendem uma professora inglesa que pode ser chicoteada, por colocar em um ursinho de pelúcia o nome escolhido por 7 de seus alunos: Mohamad (Maomé).
Diplomatas do mundo inteiro trabalham junto à ONU para tentar salvar Gillian desse desvario.
Não dá para ficar calado.
Diplomatas do mundo inteiro trabalham junto à ONU para tentar salvar Gillian desse desvario.
Não dá para ficar calado.
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