O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (dia 06), em todo o país, uma campanha para o incentivo à realização de partos normais. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), o Brasil ocupa o segundo lugar em número de cesarianas. Só perde para o Chile. O Objetivo da campanha é convencer as brasileiras de que o parto normal é bom para elas e melhor ainda para os bebês.
Por que isso ocorre? Dois fatores já são conhecidos: o menor tempo gasto pela equipe médica com o parto cesáreo e sua remuneração ser maior que a do parto normal.
É uma triste realidade que pode na prática ser confirmada por qualquer pediatra em atividade. Nas vésperas dos feriados prolongados, como Natal, Carnaval e outros, os berçários ficam lotados, mas nos dias dos feriados, propriamente, ficam quase totalmente vazios. Os bebês nasceram com dia e hora marcados para beneficiar o lazer das equipes médicas. E as famílias, por comodidade, também aceitam que seus filhos nasçam antes da hora. No parto com hora marcada, o bebê tem mais chances de nascer com problemas respiratórios e a mãe corre o risco de reagir mal à anestesia, ter infecção ou hemorragia.
A falta de informação entre as mulheres é um fator importante, pois faz com que elas não participem da escolha. Mesmo que num primeiro momento expressem a vontade de ter um parto normal (70% delas, segundo pesquisas recentes), no decorrer do trabalho de parto, são convencidas por um ou outro motivo a aceitar o parto cirúrgico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cirurgias deveriam corresponder a, no máximo 15%. Por que somos diferentes no Brasil?
Não dá para ficar calado.