quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Miss Sunshine - Exploração de crianças.

O Observatório da Infância analisou há dias atrás (http://www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=240) reportagem da Revista O Globo de 29 de julho de 2007 sobre “pequenas misses sunshines. Na seção enquete do Observatório (Na sua opinião), 90% dos leitores consideraram a situação uma exploração de crianças pelos próprios pais.
Abaixo reproduzo algumas cartas dos leitores da Revista O Globo:

Só na superfície
Não vou nem dizer que estou chocada: seria hipócrita. Esse agenciamento das “pequenas misses sunshines” já é tradição, vide as pequenas modelos de publicidade e TV. O mundo superficial já dominou muitos corações e mentes. As pessoas acharam o elixir da felicidade na beleza. E olha que as belezocas são Gabriellys, Jennifers, Khystmas, Emmanuelles... Miniprojetos de uma parcela da sociedade cuja identidade despedaçada já começa pela certidão.
Sheila Soares, Rio de Janeiro, RJ

Pais e amor
Achei um absurdo a atitude desses pais que inscrevem as suas filhas pequenas em concursos de beleza. Eles estão se projetando em seus pequenos rebentos, gastando dinheiro para que suas filhas participem de uma competição de exibicionismo narcisista, inflando seus egos... Pobres crianças!
Nancy Zeitone, Rio de Janeiro, RJ

Viva a infância
A vida não é como um vídeo, em que você pode apertar um botão para assistir a tudo de novo. Por isso, acho que as crianças têm de ser apenas crianças, e não ficar reféns da beleza e dos caprichos dos pais.
Sandra Moreno, Rio de Janeiro, RJ

“Mondo cane”
Acabei de ler a matéria sobre as minimisses e me veio à mente o filme”Mondo cane”. A reportagem está num tom excelente. Para ficar perfeita, só faltou a opinião de educadores e juízes de menores. Não é incrível que uma criança de 5 anos queira ser modelo sem a influência dos pais. E esses? Será que não querem viver às custas das filhas? Mundo cão mesmo. Parabéns pela reportagem!
Wagner Gutterres, Rio de Janeiro, RJ

O seu futuro é duvidoso
Fiquei indignada com a matéria das minimisses. A foto da capa mais parecia um alienígena, de tão carregada que estava a maquiagem da criança. Notei que todas as meninas fotografadas pareciam caricaturas. Ridículo! Esse concurso fútil só serve pra tentar compensar (sem sucesso) os recalques dos seus pais. Fico pensando que tipo de cidadãos estão sendo formadas num ambiente dantesco como esse.
Alice de Almeida, Rio de Janeiro, RJ

Cá como lá
Quando assisti ao filme “Pequena Miss Sunshine”, saí muito feliz do cinema, por ter visto uma análise tão criteriosa do comportamento imbecilizado de determinadas famílias norte-americanas. Qual não foi a minha tristeza ao ler na última edição da revista que as brasileiras estão repetindo ipsis-litteris esses concursos sem um pingo de reflexão... La-men-tá-vel!!!
Chaja Finkelsztain, Rio de Janeiro, RJ


Será que o Ministério Público tomou alguma providência? Ou os conselhos tutelares? Ou o Juizado da Infância e da Juventude? A revista fez o seu papel. O Observatório da Infância cumpriu o seu. Os leitores se manifestaram indignados. E as autoridades?
Não dá para ficar calado.

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