segunda-feira, 11 de abril de 2011

Wellington não foi o único doente mental sem tratamento no Brasil

Não é necessário fazer a dissecação do tema à exaustão para se concluir, por tudo que a mídia divulgou com detalhes, que o assassino de 12 crianças em escola no Realengo, era um psicopata não tratado em nenhum momento de sua vida de 24 anos.

Por que ele não foi tratado? Essa é a grande questão que envolve a responsabilidade da sociedade e sobretudo dos governos. Tudo indica que ele sofreu bullying na escola. Que sua mãe era alcoólatra e o abandonou. São múltiplas situações de perdas e de agressões com as quais ele conviveu durante toda a infância e adolescência.

Mas todas essas perdas não explicam e muito menos justificam a chacina. De nada adianta autoridades o classificarem de animal ou monstro. Não adianta responsabilizar as armas de fogo. São manobras diversionistas que desviam realmente a atenção de todos do problema maior: a inexistência de acesso, precoce e continuado, ao tratamento psiquiátrico, para todos os que dele precisam no Brasil. Talvez essa tragédia não tivesse ocorrido.

Não dá para ficar calado.

2 comentários:

Christiane Kanzler disse...

Ótima a sua colocação.
Considero um absurdo restringir a análise a um problema de falta de segurança nas escolas, solucionável com detector de metais.
É tão óbvio que isso seria evitado se houvesse o acompanhamento médico especializado e terapias.
Mas o Brasil prefere remediar do que prevenir.
Continuemos questionando, não é mesmo???
Parabéns!!! Ficar calado? Jamais!!

Sirlene C. Costa disse...

Amigo Dr. Lauro, eu concordo que a assistência psiquiátrica acessível e continuada, realmente teria sido imprescindível. Em muitos casos, a criança e o adolescente, já sinalizam distúrbios e agressividade desde pequenas. Sabemos porém, que alguns pais ou responsáveis não buscam auxílio profissional por seus próprios conflitos, por serem eles os maus exemplos, pela violência doméstica e pelo comportamento anti-social. É preciso consciência dos deveres com a formação psicológica de uma criança. Creio meu amigo, no poder da informação, da educação e do cultivo dos valores morais. Todas as iniciativas neste aspecto são importantíssimas: a educação, que estamos obtendo, com a orientação de profissionais como o senhor, de educadores, de psicólogos, etc. Na mídia e na internet. Vemos também o excelente trabalho de dedicados professores e educadores nas escolas. O que precisamos ainda é do maior interesse e participação dos pais e responsáveis, comparecendo nas escolas, ouvindo e colaborando com os educadores para auxiliarem seus filhos. Cultivando no lar amor, valores morais e éticos que independente de contextos religiosos, devem fazer parte da formação de toda criança. Infelizmente Dr. Lauro, percebemos que estes valores estão sendo muito desprezados. Se na base da formação infantil, tivermos os alicerces da participação de nossos governantes e de toda sociedade, toda orientação profissional psicológica quando necessária, a informação, o amor a educação social e ética nas escolas e no lar, tenho certeza de que não teremos no futuro mais entre nossos jovens e adultos, nenhum psicopata. Um grande abraço.