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Em São Paulo, uma menina de 12 anos, Stephanie, morreu porque aplicaram na sua veia 50 ml de vaselina líquida. Ela estava recebendo hidratação venosa em um hospital da Santa Casa e o frasco de vaselina líquida foi confundido por uma auxiliar de enfermagem com o frasco de soro fisiológico. Os frascos, pelas fotografias publicadas nos jornais, são em tudo idênticos.
Fiquei perplexo e revoltado com o ocorrido. Em toda minha vida como pediatra em hospital de emergência nunca sequer ouvi falar de uma situação como essa. Vi sim muitos erros serem cometidos mas jamais o absurdo de gotejar vaselina líquida em uma veia. A embolia gordurosa provocada pelas gotículas de gordura mataram a menina Stephanie. Que hospital é esse que guarda juntos frascos idênticos de soro fisiológico e de vaselina líquida?
Não resta dúvida que a auxiliar de enfermagem foi induzida ao erro. Indo mais longe no raciocínio, será que a menina não poderia ter sido hidratada via oral em residência? O fato é que uma criança de 12 anos morreu por apresentar "dor de barriga e vômitos" causados por provável virose. Mas ela não morreu por nenhuma doença. Morreu em consequência de erros inadmissíveis.
Como médico sinto-me envergonhado e revoltado.
Não dá para ficar calado.
*Foto: Reprodução / TV Globo
2 comentários:
Por estas e outras é que nunca levo prá Hospital. Salvo em última instância.
Dá um trabalho enorme, tensão, etc, quando a gente cuida em casa, mas pelo menos evita se expor à estas situações. Poderia ter acontecido em qq hospital.
Sou enfermeira e concordo plenamente.
Não dá para aceitar.abçs
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