sexta-feira, 6 de setembro de 2013

" Mais Médicos". A eficaz armadilha do mal.

O marqueteiro do PT sinalizou para o atual Ministro da Saúde, o então desconhecido Alexandre Padilha que uma campanha por mais médicos seria um sucesso para sua campanha eleitoral para o governo de São Paulo. Esqueça a saúde do povo . Fale só que o povo precisa de mais médicos. O marqueteiro deve ter sinalizado: vai fundo com esse marketing. Vai colar porque médicos são corporativistas, desunidos e acima de tudo individualistas. E colou. O bode expiatório da inoperância total da Saúde Pública no Brasil passou a ser o médico.O palanque para o PT foi bem montado pelo marqueteiro mas totalmente sustentado e alimentado pelas lideranças de médicos ingênuos. Médicos desistem do " Mais Médicos" . Quantos votos para o candidato do PT ao governo? Médicos ( brancos) assediam e humilham médico cubano ( negro)chegando ao Brasil. Quantos votos ? Médicos brasileiros declaram à mídia que ganham muito mais que o oferecido pelo " Mais Médicos", atendendo consultas baratas de convênios ou pulando de um emprego para outro ou até marcando o ponto e não trabalhando. Quantos votos mais ? O povo está identificando um falso  ( pelo menos não o único ) culpado  : o médico. Quantos votos ?
O marqueteiro segue aconselhando: não fale da Saúde. Fale só dos médicos. A armadilha do mal, bem montada, está funcionando.
Quem vai montar a armadilha do bem ?  Quem  vai obrigar o atual ministro a deixar a demagogia eleitoreira de lado e passar a falar da Saúde?

Um comentário:

Marcio Meirelles disse...

Quem vai montar a armadilha do bem? Ou nós, médicos, ou ninguém mais.
O nosso “marketing” pode ser muito mais eficiente do que o da “armadilha do mal”. No fundo, quando a população pede “mais médicos”, quem ela está valorizando? O médico, é claro! Ainda que não percebamos, para a população, a presença do médico, mesmo que sozinho, significa saúde. Parte do problema está no fato de que nós, médicos, não nos damos o devido valor e nem sempre sabemos priorizar os interesses da população. Perdemos um tempo enorme “negociando” com os planos de saúde sobre tabelas, CHs etc. e deixamos, sem a devida atenção, os 150 milhões de brasileiros que não têm planos e que dependem exclusivamente do SUS.E nem sempre nos preocupamos em saber se os médicos que nossas faculdades estão formando são aqueles de que efetivamente necessita a população. Queremos mais médicos, sim; e muito mais. A começar por um planejamento democrático e transparente para o reaparelhamento dos nossos hospitais , para a organização dos recursos humanos do SUS, para as condições de trabalho dos que se dedicam à atenção básica, para a adequada formação de agentes de saúde, etc. É para isso que devemos nos mobilizar.
Marcio Meirelles - médico