quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sou contra a palmada e contra a "Lei da palmada"

Sou de opinião que o projeto de lei aprovado por comissão na Câmara do deputados, se conseguir chegar ao Executivo e ser sancionado só terá um efeito prático: levar o tema a uma discussão nacional. Têm sido inúmeros os editoriais, reportagens e cartas dos leitores abordando o assunto. Colunistas dos principais jornais emitiram suas opiniões. Graças à "Lei da Palmada", uma tradição cultural, transmitida de gerações a gerações, vem à discussão. Esse tem sido mérito do projeto de lei.

Não creio que propostas de punição de famílias tenham qualquer efeito, uma vez que a maior parte da população ainda crê que o castigo físico de crianças pelos pais (mas não por professores, babás ou "tomadoras de conta") sejam pedagógicos. Os argumentos manifestados publicamente a favor do uso do castigo físico para educar crianças, apesar de emitidos por pessoas qualificadas, são na minha opinião frágeis, impensados ou pertencentes a um mundo antigo e ultrapassado. Opiniões cristalizadas apenas pela emoção, pela tradição e transmitidas através de gerações.

Convencer a todos que o castigo físico é no mínimo um ato de covardia, que demonstra apenas a insegurança e o descontrole emocional de pais na educação dos filhos, continuará ainda por muito tempo a ser uma tarefa árdua para todos nós educadores.

Não dá para ficar calado.

2 comentários:

Lorenzo Aldé disse...

Caro Lauro,
Seu texto demonstra exatamente a pertinencia da nova lei: seu mérito será ampliar a discussão e a reflexão da sociedade acerca dos castigos a crianças e adolescentes. Mais um passo para uma mudança de mentalidade, lenta e gradual, mas humanamente indispensável.

Lorenzo Aldé disse...
Este comentário foi removido pelo autor.