Da Áustria chega-nos uma notícia fantástica. Josef Fritzl, engenheiro aposentado, de 73 anos, prendeu sua filha Elisabeth, hoje com 42 anos, durante 24 anos no sótão de sua casa. Com ela teve sete filhos. Hoje, seis têm idade entre 5 e 20 anos e um morreu. A esposa de Josef, Rosemarie, por mais incrível que pareça, de nada sabia. Tudo ocorreu na cidade de Amstetten, de 22 mil habitantes, a 130km de Viena. Moravam todos no centro da cidade, numa grande casa, com piscina e jardim interno. Como a mulher de Josef, também os vizinhos, dizem hoje que nunca desconfiaram de nada. É espantoso.
Outros casos semelhantes já ocorreram na Áustria. E também na Bélgica. Lá, o pedófilo Marc Dutroux encarceirou em sua casa de campo, estuprou e matou 6 adolescentes nos anos 90. Dutroux está preso até hoje.
Tudo isso é incrível, é muito patológico. Mas o que também é chocante é como os vizinhos, em todos os casos ocorridos, não perceberam nada, não tomaram providências. Enfim, não salvaram essas pessoas encarceiradas por anos.
A psiquiatra Rotraud Perner, de Viena, acredita que a indiferença da sociedade autríaca permite que esses casos ocorram.
A indiferença da sociedade, fruto de um profundo egoísmo, não ocorre só na Áustria. O exemplo recente da morte da menina Isabella mostrou que vizinhos só perceberam, relataram e denunciaram acontecimentos anormais nos minutos que antecederam a sua morte. Isabella não pode, em absoluto, ter sido agredida pela primeira vez no dia de sua morte. Talvez, em outras vezes tenha gritado "pára, pára, pai...".
Não podemos aceitar que sejamos uma Áustria, culta, rica, mas hermética, fria, indiferente. A população brasileira precisa ser mais preocupada com o que ocorre com as crianças, não só nas suas próprias famílias, mas também em todas as famílias que negligenciam e maltratam seus filhos. Todos devem denunciar suspeitas de violência doméstica contra crianças. Podemos e devemos todos nós nos intrometer. Pais não são donos de seus filhos.
Não dá para ficar calado.
terça-feira, 29 de abril de 2008
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