Venho acompanhando por diversas publicações e através de incontáveis artigos a discussão sobre a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias. Acompanhei a discussão no plenário do Supremo Tribunal Federal.
Como qualquer brasileiro, devo assumir uma posição. Considero inaceitável que a discussão de quando começa a vida seja impedimento para o desenvolvimento de pesquisas que salvarão vidas. Mesmo que aceitemos que a vida inicia-se quando um óvulo e um espermatozóide se juntam, mesmo assim eu consideraria inaceitável a interrupção das pesquisas. A questão é: embriões humanos fertilizados in vitro serão eliminados por não terem sido usado com o objetivo inicial: implantação em útero. Ao invés de eliminá-los, opta-se pela utilização desses embriões de cinco ou sete dias para o desenvolvimento de pesquisas com o objetivo de salvar vidas ou melhorar a qualidade de vida de muitos seres humanos.
Como médico, trabalhando em emergência de um grande hospital, vivi a época em que considerávamos morto um indivíduo cujo coração havia parado definitivamente, apesar dos esforços da equipe de saúde. Depois passamos a considerar morto aquele cuja atividade cerebral havia cessado. Os órgãos desse indivíduo, reconhecido como morto, estão vivos e felizmente poderão ser usados para salvar outras vidas. Discussões sobre o início e o fim da vida continuarão. Enquanto isso, vamos deixar de utilizar células-tronco de embriões de cinco dias? Não, seguramente que não, as pesquisas têm que continuar. Questões como o início da vida e também o fim da vida não podem ser obstáculos para que outras vidas sejam salvas.
Há trinta dias, o ministro Carlos Alberto Direito pediu vista do processo para examinar melhor a questão, que já vem sendo discutida oficialmente há cerca de dois anos. A respeito, artigo de Cláudio Pereira de Souza Neto, professor de Direito Constitucional da Universidade Fluminense e conselheiro federal da OAB, publicado no Jornal O Estado de São Paulo de 06/04/08, tem um título que, por si só, define a importância e a urgência da votação final no STF: "Quem sofre tem pressa".
Se eu estivesse no Supremo meu voto acompanharia o voto da maioria, que até o momento da interrupção dos trabalhos, se mostrou a favor da Lei de Biossegurança, que permite o uso de células-tronco embrionárias para pesquisa. Realmente não se pode postergar, por qualquer que seja a razão, a aplicação da Lei de Biossegurança. A lei deve ser mantida com o voto dos ministros do Supremo Tribunal Federal. É o que os que sofrem esperam. É o que também penso.
Não dá para ficar calado.
terça-feira, 8 de abril de 2008
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4 comentários:
A perquisa das células tronco embrionárias estão sendo utilizadas para várias pesquisas. As células TE ao serem injetadas na parte do organismo que necessita de regeneração poderiam formar um teratoma ou se diferenciar em tipo de tecido no qual não necessite dessa regeneração?
voce é muito lindo!!!!!!!!!!!!
muito lindo de verdade!
o que eu estava procurando, obrigado
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