terça-feira, 25 de maio de 2010

Pedofilia legal

Começam a surgir cartas nos jornais dos leitores que vêem a possibilidade de pedófilos lutarem pela legalização dos seus atos. Devo dizer que, há muito tempo, pessoas divulgam na Internet a importância do reconhecimento da pedofilia como uma opção sexual, assim como ocorreu com a homossexualidade. A respeito, o Observatório da Infância já publicou vários artigos. Visite a seção "Abuso Sexual", do site.

Não dá para ficar calado.

Mulheres, crianças e adolescentes vítimas do atraso

A revista Veja de 19/05/2010 publicou uma excelente reportagem de sua enviada especial ao Afeganistão, sobre o que é nascer, e sobretudo nascer mulher, naquele país. Mulheres, adolescentes e crianças são as grandes vítimas de uma sociedade incrivelmente atrasada em tudo. A expectativa de vida é de 43 anos, o índice de desenvolvimento humano é o penúltimo entre 182 países, a mortalidade infantil é a terceira entre as mais altas do mundo, 1/4 das crianças que nascem vivas no Afeganistão morrem antes dos 5 anos. A reportagem merecia ser lida e discutida em salas de aula. E por fim fica a pergunta: o que fazem lá as tropas dos Estados Unidos?

Não dá para ficar calado.

Por que nasci se não me queriam?

Fico sabendo pelos jornais que hoje, 25/05 é o Dia Nacional da Adoção. Progressos houve nos últimos anos em relação ao processo de adoção. Contudo, o grande nó na questão é que as crianças disponíveis para a adoção não são aquelas que os pretendentes querem. É incrível: há no Brasil 4.888 crianças para serem adotadas e 27.430 candidatos para adotar. Não é difícil imaginar por que isso ocorre, mas o assunto precisa ser aprofundado. O tema adoção é o mais frequentes nos e-mails que o Observatório da Infância recebe. Muitos querem adotar e alguns querem doar seus filhos que ainda nascerão. A maioria dos que escrevem ao Observatório da Infância não sabem como proceder, acham o processo de adoção muito lento e muitos acabam fazendo a adoção ilegal.

Creio que erros graves na seleção dos adotantes não sejam frequentes. O caso da procuradora de Justiça do Rio de Janeiro seguramente é uma excessão. Mas serão excessões também as situações absurdas de pais adotantes que devolvem ou querem devolver os seus filhos adotados? O fato é que as situações de crianças abandonadas nas ruas, em matagais e em locais de riscos, por pais que não as querem, ou ainda crianças abandonadas em abrigos por também não serem queridas, ferem a sensibilidade de todos nós.

Se ouvidas, essas crianças diriam coisas assim: "Por que nasci se não me queriam? Não pude escolher, mas aqueles que me geraram puderam. E agora? Me abandonam logo que nasço, me largam nas ruas, me maltratam, me humilham. O mínimo que fazem é não cuidar de mim, não me dar atenção. Porque esses adultos quiseram ter filhos? E se não queriam (e não me queriam), por que tiveram?".

Não dá para ficar calado.

Adoção: dados importantes

Em todo o país há 27.430 adultos pretendentes à adoção registrados no CNA (Cadastro Nacional de Adoção) e 4.888 crianças esperando pela adoção. A principal razão para não ocorrer a adoção: o perfil das crianças disponíveis não corresponde aos desejos dos que pretendem adotar. Esses dados são fundamentais ao se discutir o assunto. O tema mais abordado nos e-mails que recebe o Observatório da Infância é adoção. Na primeira página do site há um ícone "Veja como adotar uma criança".

Canditatos a adotar querem filhos à sua semelhança. É normal. Anormal é tantas crianças nascerem sem ser desejadas por seus pais, maltratadas, abandonadas ou entregues a abrigo esperando adoção por casais que não as querem.

Não dá para ficar calado.

"A tortura destrói a alma humana"

Excelente a matéria "A Bastilha persa", sobre a prisão Evin, em Teerã, divulgada em 23/05/2010, no Estado de São Paulo. É lá que está o reconhecido cineasta Jafar Panahi, diretor de "O Balão Branco", ele muito justamente chorado por Juiette Binoche, diva do cinema francês e premiada no atual Festival de Cannes. Jafar iniciou greve de fome.

A tortura é uma barbaridade constante em Evin. Vejam também no Observatório da Infância, artigo com fotos sobre tortura praticada por americanos e franceses, respectivamente no Iraque e na Argélia e a reprodução do artigo de Carolina Rossetti, em O Estado de São Paulo. Leia também, no mesmo jornal, entrevista em Cannes, de Juliette Binoche, sobre a prisão do cineasta Jafar Panahi.

Cineasta Jafar Panahi

Não dá para ficar calado.

O professor e o bullying

A semana que passou marcou para o tema bullying um momento importante: a mídia divulgou e repercutiu a notícia da condenação de pais de um aluno que praticou o bullying contra uma colega na escola. Sobre o assunto, dei algumas entrevistas. Penso que o bullying nas escolas é um assunto de responsabilidade, antes de tudo, da escola. Esta sim deveria ter sido punida pela Justiça e não os pais. Vejam artigo no Observatório da Infância "Bullying pode doer no bolso das escolas".

O conhecimento sobre o assunto avança rapidamente, mas ainda é tudo muito novo. Penso que, antes de falar em punição, deve se prevenir e estranho muito que a mídia não tem buscado a opinião do profissional que mais perto está do problema: o professor.

Não dá para ficar calado.

Bullying não é caso de polícia

Será que virou moda falar de bullying? Não me agradam os modismos de uma forma geral. Mas vá lá... O que me preocupa é que não vejo a imprensa entrevistar os professores. Enfim, os que mais entendem de bullying.

O bullying deve ser prevenido e tratado na escola e não pode virar matéria predominantemente de polícia, Justiça, advogados, médicos e psicólogos.

Não dá para ficar calado.

Bullying nas livrarias

Há 10 anos atrás iniciamos a divulgação do bullying no Brasil, após visitas a escolas e instituições em Londres. Hoje vemos não só a aceitação do termo na língua inglesa ser incorporado ao dia-a-dia, mas sobretudo a crescente importância dada ao tema. No momento, as principais livrarias expõem nas suas prateleiras alguns lançamentos sobre bullying. Como: Bullying - Mentes perigosas na escola, de Ana Beatriz Barbosa Silva; A Face Oculta - Uma história de bullying e cyberbullying de Maria Tereza Maldonado; Proteja seu filho do Bullying, de Allan L. Beane; Valentões, fofoqueiros e falsos amigos - torne-se a prova de bullying, de Jenny Alexander; Bullying, de Lelio Braga Calhau; Bullying e suas implicações no ambiente escolar, de Sonia Maria de Souza Pereira.

O Observatório da Infância está disponibilizando no seu site o excelente filme espanhol Bullying. Não deixe de ver. Acesse através do artigo "Bullying", no Observatório da Infância.


Não dá para ficar calado.

O direito de ser pedófilo

A Igreja Católica de um modo geral vem demonstrando pouco conhecimento ao se manifestar sobre o abuso sexual no seu seio. Contudo algumas afirmações são verdadeiras e importantes. Como aquela em que um arcebispo atenta para o perigo de os pedófilos lutarem pelos seus direitos, pelo direito de serem pedófilos. Por mais absurdo que seja, essa luta já existe.

Leia o texto "A apologia da pedofilia", publicado no Observatório da Infância.

Não dá para ficar calado.

"O crack é uma coisa ainda nebulosa." (Lula)

Há anos o consumo de crack vem aumentando. Não é um assunto novo. É uma situação previsível e que deveria ter sido há muito atacada. Agora, às vésperas das eleições, quando as cracolândias já estão disseminadas pelo país; agora que já existem 600.000 pessoas viciadas em crack, o presidente Lula lança o "Plano Integrado de Enfretamento ao Crack".

A se acreditar nos comentários da mídia e no conhecimento do presidente sobre a droga, (Lula em discurso afirmou que o crack é uma coisa ainda nebulosa), tudo não passará de retórica em ano de eleições.

Não dá para ficar calado.

Direitos desiguais

Artigo de O Globo de 25 de maio de 2010, de Merula Steagal, presidente da Abrale - Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, alerta para uma realidade importante. O câncer já é a 3ª doença que mais mata no Brasil (estima-se que em 2020 será a 1ª). No artigo, ela destaca a leucemia e o linfoma e atenta para o fato de "quem depende do sistema público de saúde tem direitos na maioria das vezes a tratamentos obsoletos e menos eficazes". No artigo ela cita o caso de Dilma Roussef que teve linfoma e foi tratada convenientemente e compara com os pacientes do SUS que nem sequer têm acesso à droga Rituximabe, fundamental no combate ao linfoma.

Essa situação de desigualdade é inaceitável. Afinal a Constituição Federal garante que "a saúde é direito de todos e dever do Estado".

Por que a candidata do Lula à presidência, Dilma Roussef, salva de um linfoma graças aos meios modernos de diagnóstico precoce e uso de terapia de ponta em um hospital de excelência em São Paulo, não desfralda na sua campanha a bandeira da luta contra o câncer no Brasil? E por que não o candidato Serra, que já foi um bem sucedido ministro da Saúde?

A luta pela prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de primeira linha, igual para todos os brasileiros é um desafio que seria aplaudido por todos.

Não dá para ficar calado.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Abuso sexual de crianças e adolescentes na Igreja

O site do jornal O Globo noticiou, em 13/05/10, com o título "CNBB divulga pronunciamento com 'orientações concretas' contra casos de abusos sexuais na Igreja", compromisso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em prevenir o abuso sexual de crianças e adolescentes na Igreja. Temo que, por falta de conceituação correta, as orientações se percam um pouco. Quando se refere à condenação judicial de padres envolvidos em crimes de pedofilia, que são a minoria dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na Igreja, deixa de enfocar a situação que é a mais comum, de padres homossexuais que têm algum tipo de relação sexual com adolescentes e adultos jovens, sempre do sexo masculino. Esses casos não são de pedofilia e são os mais frequentes.

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O Observatório da Infância em ritmo de Copa


Não dá para ficar calado.

Hoje, 15 de maio, é o dia do Assistente Social


Meu trabalho esteve sempre muito ligado aos profissionais de Serviço Social. Muitos e-mails que recebemos no Observatório da Infância são de Assistentes Sociais ou de alunos dos cursos de graduação ou pós-graduação.

Parabéns!

Não dá para ficar calado.

Você sabe o que é pedofilia?

O termo pedofilia vem sendo usado pela mídia em geral e repetido pela sociedade de forma imprópria e equivocada.

Pedofilia é uma perversão sexual caracterizada pela atração sexual de adultos, por crianças ou adolescentes impúberes, de forma obsessiva e compulsiva.

No Observatório da Infância o tema vem sendo bastante divulgado. Leiam: "Pedofilia e abuso sexual. Proteja seus filhos."; "Sobre a pedofilia" e a entrevista com o pscanalista João Coutinho de Moura "O olhar do psicanalista sobre a questão do abuso sexual de crianças".

O dia 18 de maio marca o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Ao escrever, divulgar e debater sobre o tema, é fundamental marcar bem os conceitos de pedofilia, abuso sexual e exploração sexual de crianças e adolescentes. Não são a mesma coisa. Informações corretas sobre pedofilia podem ser lidas no site http://www.mscontraapedofilia.ufms.br/. Procurar também: "efebofilia", "hebefilia" e "pederastia" no google.com ou wikipedia.org.

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terça-feira, 11 de maio de 2010

Um momento de serenidade e beleza

No meio de tantas notícias trágicas, um momento de serenidade e beleza. Veja o vídeo "Pim & Pimba".



Não dá para ficar calado.

África do Sul: campeã de AIDS

Às vésperas da Copa do Mundo, o presidente Zuma, da África do Sul, quer mudar para o mundo a imagem de seu país. Mas é difícil. A África do Sul tem 5,7 milhões de portadores de HIV. Zuma afirmou, em 2006, quando acusado de estupro, que não podia pegar AIDS após a relação sexual sem preservativo porque havia tomado uma boa ducha.

Foto: Peter Andrews/Reuters
Jacob Zuma, presidente sul-africano, dança no lançamento da campanha contra a Aids em Katlehong, perto de Johannesburgo.

Não dá para ficar calado.

"Abandono de incapaz por outros incapazes"

O jornalista Ricardo Boechat, do Jornal da Band, em 10 de maio, ao comentar informação de um delegado que uma jovem dependente de crack que abandonou seus filhos deverá ser punida por abandono de incapaz: "abandono de incapaz por outros incapazes". Ótimo comentário.

Não dá para ficar calado.

Não tenha filhos se não puder se dedicar a eles

Foto: ClickPB
Após a divulgação do caso da procuradora de Justiça do Rio, que agredia violentamente e humilhava a criança de 2 anos sob sua guarda provisória, aumentaram muito os e-mails para o Observatório da Infância de pessoas que querem adotar crianças e muitos aquela menina que foi vítima da procuradora.

Atenção: criança requer dedicação intensa. Quem não tiver condições emocionais e financeiras e tempo para se dedicar à criança, não deve adotar e nem gerar filhos.

Não dá para ficar calado.