Alyne da Silva Pimentel, de 28 anos, morreu em 2002. Estava então no sexto mês de gravidez, seu feto já estava morto e ela não sabia. Passou mal com vômitos e dores abdominais intensas. Procurou um posto de saúde do Município do Rio. Cinco dias após, morreu em razão de uma hemorragia interna. O caso Alyne é um emblema da falta de qualidade no pré-natal no nosso país e levará o Brasil a ser julgado por um comitê da ONU, o Comitê das Nações Unidade pela Eliminação da Discriminação contra a Mulher, do qual o Brasil é signatário.
O Jornal o Estado de São Paulo de 27/05/08 deu a notícia com detalhes. 45,6% das mulheres brasileiras têm menos de 7 consultas de pré-natal, número ideal, aconselhado pela Organização Mundial de Saúde. O Brasil registra 4,1 mil mortes por ano, para um total de 536 mil mortes maternas de mulheres, por causas ligadas à gravidez e ao parto, no mundo. Desse total, só 1% (5,36 mil) ocorre em países desenvolvidos. Ou seja, no Brasil acontece quase tantas mortes maternas por ano, quanto em todos os países desenvolvidos juntos.
O Brasil merece o julgamento e desejo que Alyne se torne realmente um caso emblemático, na luta para reduzir a índices toleráveis os indicadores de morte materna.
Não dá para ficar calado.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
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Um comentário:
É muito importante que pessoas como você façam a difusão de casos como de Alyne, cuja melhor classificação é de violação dos direitos humanos das mulheres. Até quando mulheres brasileiras, jovens como Alyne, continuarão perdendo a vida pelo descaso na atenção à saúde? Quando não é no parto é na situação de abortamento, e então as mulheres sofrem mais ainda, pois são julgadas antes de ser atendidas, e morrem por desatenção. É necessário conquistar uma saúde de melhor qualidade para as mulheres, acabar com a criminalização do aborto que só leva as mulheres à morte e defender de fato o direito de decidir das mulhees.
Telia Negrão - Secretária Executiva da Rede Feminista de Saúde
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